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terça-feira, 16 de outubro de 2012

Evangelho XXIX Domingo do Tempo Comum Mc 10, 35-45

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A ÚLTIMA SUBIDA A JERUSALÉM

O Divino Redentor está subindo para Jerusalém pela derradeira vez. Os Apóstolos tentaram dissuadi-Lo, alegando o quanto punha em risco sua vida (cf. Jo 11, 7-8), devido ao tremendo ódio das autoridades religiosas contra Ele. Mas o Mestre está decidido. Ficam eles, então, entre a insegurança do instinto de conservação — pois se interessavam Certamente por Jesus, mas também temiam pela própria vida — e a confiança naquele poder misterioso manifestado por Ele em tantas circunstâncias.

De fato, os Apóstolos tinham dificuldade de entender a possibilidade da morte de Jesus. Imaginavam um Messias de acordo com a inteligência especulativa deles, com uma perfeicão segundo seus Critérios humanos, que deveria assumir o governo político da nação. Julgavam que Nosso Senhor não poderia morrer, pois, mediante os extraordinários poderes com os quais curava e ressuscitava, tinha meios de viver indefinidamente, e desse modo organizar um reino terreno sem igual.

Entretanto, as cogitações e as vias do Salvador eram bem outras, e rumavam em direção oposta. Ao longo do caminho, revelou-lhes com toda clareza o que iria acontecer: “Eis que estamos subindo para Jerusalém e o Filho do Homem vai ser entregue aos sumos sacerdotes e aos doutores da Lei. Eles O condenarão à morte e O entregarão aos pagãos. Vão zombar d’Ele, cuspir n’Ele, vão torturá-Lo e matá-Lo. E, depois de três dias, Ele ressuscitará” (Mc 10, 33-34). Mais explícito, realmente, Ele não poderia ter sido!

Logo em seguida a esta revelação, parecendo fazer abstração completa do que acabavam de ouvir, os irmãos Tiago e João formulam a Jesus um pedido de uma ousadia surpreendente. Observa, a este propósito, Lagrange: “Parece, pois, que a lição dos sofrimentos ainda não causou séria impressão aos discípulos; não suspeitam qual a finalidade destes na obra messiânica. Talvez até julguem que o Mestre Se deixe impressionar por engano. De qualquer modo, porém, Ele mesmo falou de ressurreição. Todo o resto não passa de um episódio sobre o qual o pensamento deles desliza para deter-se nessa glória”.5

Um pedido despropositado acolhido com bondade

“Naquele tempo, Tiago e João, filhos de Zebedeu, foram a Jesus e Lhe disseram: ‘Mestre, queremos que faças por nós o que vamos pedir”.

Eles expõem esta demanda a Nosso Senhor com toda confiança e intimidade, diante dos outros. Dir-se-ia ser um pedido despropositado, feito de modo pouco educado e de todo inadequado. Portanto, reuniria as condições para não ser atendido. Surpreendente, porém, será a reação do Divino Mestre.

“Ele perguntou: ‘O que quereis que Eu vos faça?”.

Embora conhecesse muito bem a intenção deles, o Senhor os acolhe com bondade, mostrando-Se disposto a atender. Ou seja, até pedidos na aparência absurdos, Deus os toma combenevolência. Por quê? Porque é tal o seu desejo de nos facilitar os caminhos para a salvaçãoque, ainda quando nos comportamos de maneira inconveniente, Ele nos recebe como Pai insuperável.

Continua no próximo post.

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