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sábado, 7 de março de 2015

Evangelho IV Domingo da Quaresma – Ano B

Comentários ao Evangelho IV Domingo da Quaresma – Ano B
Domingo Laetare 
Disse Jesus a Nicodemos: 14 Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, 15 para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna. 16 Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. 17 De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. 18 Quem nele crer, não é condenado, mas, quem não crer, já está condenado porque não acreditou no nome do Filho unigênito 19. Ora, o julgamento é esse: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações eram más. 20 Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam denunciadas.21 Mas, quem age conforme a verdade, aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus. (Jo 3, 14-21)
A conversa noturna
Recebendo afavelmente um potencial discípulo, Jesus, o primeiro evangelizador da História, procura prepará-lo com cuidado e tato didático para ser capaz de crer na sua divindade.
Jesus fortalece a fé de um discreto discípulo
Ânimos divididos ante a figura de Jesus
O presente Evangelho é a parte final da conversa noturna havida entre Jesus e Nicodemos. Antes desse encontro, havia Ele realizado o milagre das bodas de Caná e expulsado os vendilhões do Templo. Crescia o número dos convertidos, pois todos comprovavam a grandiosidade de Jesus “ao verem os milagres que fazia” (Jo 2, 23). Entretanto não era íntegra, como deveria ser, a fé daqueles admiradores, porque as esperanças do povo judeu estavam voltadas para um Messias politizado, carregado de dotes humanos, segundo o conceito mundano da época. Por isso “Jesus não se fiava neles” (Jo 2, 24). Se alguns chegavam a discernir os aspectos sobrenaturais de Jesus, faltava-lhes entretanto a proporcionada abnegação e entrega para segui-Lo incondicionalmente.
Apesar disso, da parte do povo miúdo a nota tônica era de franca simpatia.
Não ocorria o mesmo com as autoridades religiosas. Aparecera diante deles um profeta pregando uma doutrina nova, dotada de potência, que abalava a estrutura dos princípios religiosos aprendidos por eles numa escola de longa tradição. Sobre essa dificuldade, acrescentara-se outra grave: a expulsão dos vendilhões do Templo. Por causa disso, os ânimos estavam fortemente susceptibilizados, e a figura de Jesus, além de lhes criar um tormentoso problema de consciência, a cada passo fazia-lhes sangrar as mal cicatrizadas feridas do ressentimento.
A discreta fidelidade de Nicodemos
De dentro dessa moldura sócio-psico-religiosa, surge a figura de Nicodemos. Segundo São João, trata-se de um fariseu, príncipe dos judeus, que receando comprometer sua reputação no meio de seus companheiros, procurou encontrar-se com Jesus de maneira oculta.(cf. Jo 3,1-2)
De fato, era tal a sanha de indignação dos fariseus contra o Divino Mestre que, se Nicodemos assim não procedesse, sofreria terríveis perseguições. Os Evangelhos são ricos em pormenores a esse respeito, mas bastaria relembrar o dito dos fariseus quando se indignaram contra os agentes que deveriam ter prendido Jesus: “Houve, porventura, alguém dentre os chefes do povo ou dos fariseus que acreditasse n’Ele? Quanto a esta plebe que não conhece a Lei, é maldita” (Jo 7, 48-49). Essa é a razão pela qual Nicodemos, como José de Arimatéia, embora sempre fiel, manteve grande discrição até o fim (1). Apesar disso, é digna de nota a imperfeição da fé de Nicodemos no Homem-Deus; chama-O de Mestre por causa de seus milagres, mas O vê apenas como um grande homem auxiliado pelo poder de Deus.

A inveja de Caim

quarta-feira, 4 de março de 2015

Evangelho III Domingo da Quaresma – Jo 2, 13-25 – Ano B

Comentários ao Evangelho III Domingo da Quaresma – Ano B
A cena que o Evangelho do 3º domingo da Quaresma nos desvenda parece destoar dramaticamente das outras atitudes do Senhor. O que pensar disso?


Naquele tempo, 13 Estava próxima a Páscoa dos judeus e Jesus subiu a Jerusalém. 14No Templo, encontrou os vendedores de bois, ovelhas e pombas e os cambistas que estavam aí sentados.
15Fez então um chicote de cordas e expulsou todos do Templo, junto com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas. 16E disse aos que vendiam pombas: ‘Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!’ 17Seus discípulos lembraram-se, mais tarde, que a Escritura diz:
‘O zelo por tua casa me consumirá’. 18Então os judeus perguntaram a Jesus: ‘Que sinal nos mostras para agir assim?’ 19Ele respondeu: ‘Destruí, este Templo, e em três dias o levantarei.’ 20Os judeus disseram: ‘Quarenta e seis anos foram precisos para a construção deste santuário e tu o levantarás em três dias?’ 21Mas Jesus estava falando do Templo do seu corpo. 22Quando Jesus ressuscitou, os discípulos lembraram-se do que ele tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra dele.
23Jesus estava em Jerusalém durante a festa da Páscoa. Vendo os sinais que realizava, muitos creram no seu nome. 24Mas Jesus não lhes dava crédito, pois ele conhecia a todos; 25e não precisava do testemunho de ninguém acerca do ser humano, porque ele conhecia o homem por dentro. (Jo 2, 13-25)
Um quadro desolador no Templo de Deus
“Estava próxima a Páscoa dos judeus e Jesus subiu a Jerusalém” (Jo 2, 13).
O episódio se passou no início da vida pública do Senhor, pouco depois de seu primeiro milagre em Caná da Galiléia.
Pela Lei, os israelitas de todas as nações eram obrigados a se dirigir ao Templo por ocasião da Páscoa, o que levava uma grande multidão a se concentrar na Cidade Santa. Para lá seguiu também o Divino Mestre, sempre cioso em dar o exemplo de perfeita obediência à Lei, embora a ela não estivesse submetido.
Deplorável situação do Templo
14 No Templo, encontrou os vendedores de bois, ovelhas e pombas e os cambistas que estavam aí sentados.