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quinta-feira, 11 de junho de 2015

Evangelho XI Domingo do Tempo Comum – Ano B – Mc 4,26-34

Comentários ao Evangelho XI Domingo do Tempo Comum – Ano B – Mc 4,26-34
Mons João Clá Dias
Naquele tempo: 26 Jesus disse à multidão: ‘O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. 27 Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece. 28  A terra, por si mesma, produz o fruto: primeiro aparecem as folhas, depois vem a espiga e, por fim, os grãos que enchem a espiga. 29 Quando as espigas estão maduras, o homem mete logo a foice, porque o tempo da colheita chegou’. 30 E Jesus continuou: ‘Com que mais poderemos comparar o Reino de Deus? Que parábola usaremos para representá-lo? 31 O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra. 32  Quando é semeado, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças, e estende ramos tão grandes, que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra’. 33 Jesus anunciava a Palavra usando muitas parábolas como estas, conforme eles podiam compreender. 34 E só lhes falava por meio de parábolas, mas, quando estava sozinho com os discípulos, explicava tudo. (Mc 4,26-34)
Comentários
Não passa de pálido símbolo da íntima, enérgica e perseverante ação do Espírito Santo sobre os fiéis, o dinamismo existente numa semente. Em consequência, a força triunfante daquela que foi chamada a ser o Reino de Deus — a Santa Igreja — deverá em certo momento conquistar o mundo inteiro.
O Mestre por excelência
“Ninguém jamais falou como este homem” (Jo 7, 46) — foi a resposta dos guardas aos sinedritas, quando estes, após tê-los enviado para prender Jesus, os interrogaram: “Por que não O trouxestes?” (Jo 7, 45). De fato, que mestre houve na História à altura do único e verdadeiro Mestre? Se Nosso Senhor é o Bem, a Verdade e a Beleza absolutas, por que não deveria ser também a Didática em essência? Não podemos nos esquecer que Ele é Deus, enquanto segunda Pessoa da Santíssima Trindade, e, portanto, Sua didática só pode ser também substancial.
Ademais, a alma de Jesus foi criada na visão beatífica, e possuía, pois, o conhecimento conferido àqueles que contemplam toda a ordem da criação no próprio Deus. Se isso não bastasse, lembremo-nos de que a Ele foi concedida também a ciência infusa no seu mais elevado grau; e, acrescentado a essas insuperáveis maravilhas, havia também o conhecimento experimental. Ora, esses tesouros todos fazem, de Quem os possui, o Mestre por excelência. Assim, Cristo Nosso Senhor ensinava a verdade como ninguém e com eminentes qualidades pedagógicas que pessoa alguma teve desde Adão, nem terá até o fim do mundo.
Daí o fato de os próprios soldados que foram prendê-Lo, por ordem do Sinédrio, verem-se num complexo dilema: ou desobedeciam às ordens recebidas, ou eram obrigados a agir contra a própria consciência. Tal era a grandeza manifestada por Nosso Senhor Jesus Cristo no Seu ensinamento, que os soldados foram constrangidos a optar pelo risco de perder o cargo e de até mesmo serem lançados na prisão.

domingo, 7 de junho de 2015

Evangelho – Solenidade do Sagrado Coração de Jesus

Comentários ao Evangelho – Solenidade do Sagrado Coração de Jesus
Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP
“Era o dia da preparação para a Páscoa. Os judeus queriam evitar que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque aquele sábado era dia de festa solene. Então pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas aos crucificados e os tirasse da cruz.
32 Os soldados foram e quebraram as pernas de um e depois do outro que foram crucificados com Jesus. 33 Ao se aproximarem de Jesus, e vendo que já estava morto, não Lhe quebraram as pernas; 34mas um soldado abriu-Lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.
35 Aquele que viu, dá testemunho e seu testemunho é verdadeiro; e ele sabe que fala a verdade, para que vós também acrediteis. 36 Isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz: ‘Não quebrarão nenhum de seus ossos’. 37 E outra Escritura ainda diz: ‘Olharão para Aquele que transpassaram’” (Jo 19, 31-37).
O Coração que nos amou até o fim
Único e inesgotável, o amor do Sagrado Coração a cada um de nós foi levado até extremos inimagináveis. Como não ter, em consequência, uma confiança absoluta na misericórdia divina, apesar de nossas misérias? Ou, talvez, até por causa delas?
I – Filhos únicos e muito queridos
Ao considerar a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, corremos o risco de ficar muito aquém do tesouro de bondade e misericórdia que essa forma de piedade coloca à disposição dos fiéis. Porque o Coração de Jesus é o tabernáculo mais autêntico e substancial das três Pessoas da Santíssima Trindade e, em consequência, não há melhor meio de adorar o Pai, o Filho e o Espírito Santo do que através d’Ele.
Com efeito, o Sagrado Coração de Jesus, invocado na ladainha que Lhe é dedicada como “unido substancialmente ao Verbo de Deus”, abarca de maneira insondável ambas as naturezas de Cristo: a humana e a divina. Assim, com toda propriedade, é por seu intermédio que Deus entra em contato conosco, respeitando as nossas proporções e apresentando-Se ao nosso alcance de maneira a nos inspirar confiança. E reciprocamente, adorando a Deus através do Sagrado Coração, utilizamo-nos do altar mais privilegiado, supremo até, para nossas orações ascenderem ao Céu de maneira a serem aí recebidas com absoluta complacência.