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sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Evangelho da Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo - Ano B - Jo 18,33b-37

Comentários ao Evangelho da Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo - (Jo 18,33b-37)
Naquele tempo, 33b Pilatos chamou Jesus e perguntou-lhe: “Tu és o rei dos judeus?” 34 Jesus respondeu: “Estás dizendo isto por ti mesmo ou outros te disseram isto de mim?”
35 Pilatos falou: “Por acaso sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste?”
36 Jesus  respondeu: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui”.
37 Pilatos disse a Jesus: “Então tu és rei?”
Jesus respondeu: “Tu o dizes: eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz”. (Jo 18,33b-37)
Rei da eternidade
Antes de ser flagelado, coroado de espinhos e crucijicado, Nosso Senhor Jesus Cristo declara diante de Pilatos a sua soberania sobre toda a criação: “Eu sou Rei”.
I - A MAIS AUTÊNTICA DAS MONARQUIAS
Ao percorrer as páginas do Antigo Testamento, um dos episódios da história da nação eleita atrai a atenção de modo especial. Qual seu verdadeiro significado?
Em determinado momento, os israelitas sentem-se inferiorizados em relação aos outros povos governados por reis, enquanto eles vivem num regime teocrático, conduzidos por Deus através dos juízes. Então, pedem um monarca a Samuel. Discutem com o profeta, que se toma de indignação, mas são afinal atendidos nos seus anseios. Por fim, é chegada a hora de estabelecer o novo regime e Deus mesmo manda Samuel ungir Saul como rei (cf. I Sm 8, 4-22; 9, 17; 10, 1).
Ora, esta monarquia, assim instituída, nasce de uma infidelidade, e as palavras divinas, explicando ao último juiz de Israel as razões que levam o povo a agir desta maneira, não deixam lugar a dúvidas: “Não é a ti que eles rejeitam, mas a Mim, pois já não querem que Eu reine sobre eles” (I Sm 8, 7). Portanto, a nação eleita não quer mais ser governada diretamente por Deus. Acrescente-se ainda que as vantagens do personagem escolhido parecem ser bastante terrenas e naturais: “Não havia em Israel outro mais belo do que ele; dos ombros para cima sobressaía a todo o povo” (I Sm 9, 2). A julgar pela descrição, bastou apenas uma apresentação fisica de destaque e 30 cm de estatura a mais que o comum dos homens para conferir a Saul o título da supremacia.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Evangelho da Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo - Ano B - Jo 18,33b-37

Conclusão dos comentários ao Evangelho da Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo - (Jo 18,33b-37)
A plenitude da realeza
Sim, Nosso Senhor Jesus Cristo é Rei e o seu império se estabelece em duas etapas. Na primeira, a deste mundo, seu campo de realização é a Santa Igreja Católica e seu objetivo a santificação das almas. A jurisdição de Nosso Senhor se exerce no interior dos corações pela graça e, na aparência, deixa agir os homens segundo os seus desejos, uma vez que ainda estão em estado de prova. Legisla pela infalibilidade pontifícia, julga no confessionário e executa seus decretos de forma não manifesta. Contudo, este Reino é invencível, como Ele mesmo afirmou quando prometeu a imortalidade à sua Igreja, dizendo “as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16, 18), e como já prenunciava também a profecia de Daniel: “Seu poder é um poder eterno que não Lhe será tirado, e seu Reino, um Reino que não se dissolverá” (7, 14b).
Além de não ser destruída — apesar de todas as tentativas dos seus inimigos —, a Santa Igreja irá produzindo incontáveis frutos ao longo dos séculos, sempre superiores uns aos outros; mas os seus últimos e mais belos aspectos reluzirão no fim do mundo, no dia em que o Divino Rei consumar a sua vitória sobre a morte, o pecado e o demônio, e for glorificado como fidelíssimo Filho do Pai.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Evangelho da Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo - Ano B - Jo 18,33b-37

Continuação dos comentários ao Evangelho da Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo - (Jo 18,33b-37)
III - JESUS DECLARA SUA REALEZA
Na primeira leitura (Dn 7, 13-14) desta Liturgia, a visão de Daniel mostra-nos Nosso Senhor Jesus Cristo na manifestação de sua grandeza régia: “Foram-Lhe dados poder, glória e realeza, e todos os povos, nações e línguas O serviam” (Dn 7, 14a).
Com efeito, Ele é o Rei glorioso, coroado na eternidade e detentor da autoridade sobre toda a criação. Mas, paradoxalmente, o Evangelho de São João apresenta a figura deste Rei em situação de humilhação, com as mãos amarradas, prestes a ser flagelado, coroado de espinhos, condenado por seu próprio povo, morto e crucificado. E, então, inicia-se um dos mais belos diálogos de toda a Escritura.
O governador interroga o Todo-Poderoso
Naquele tempo, 33b pilatos chamou Jesus e perguntou-lhe: “Tu és o Rei dos judeus?”
Pela pergunta, percebe-se que o governador já ouvira as denúncias dos membros do Sinédrio contra o Divino Prisioneiro (cf. Mc 15, 3; Jo 18, 28-30) e desejava conhecer suas intenções. Pretenderia Ele subir ao trono de Israel e sublevar os judeus contra o domínio de Roma (cf. Lc 23, 1-2)? Ter-Se-ia arrogado, de fato, o título de Messias, quando foi aclamado pela multidão como Filho de Davi, ao entrar em Jerusalém poucos dias antes (cf. Mc 11, 9-10)? Contudo, o romano via diante de si um Varão tão respeitável, virtuoso, equilibrado e submisso! Tratava-se realmente de um revolucionário? Jesus respondeu: Estás dizendo Isto por ti mesmo, ou outros te disseram isto de Mim?”

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Evangelho da Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo - Ano B - Jo 18,33b-37

Comentários ao Evangelho da Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo - (Jo 18,33b-37)
Naquele tempo, 33b Pilatos chamou Jesus e perguntou-lhe: “Tu és o rei dos judeus?” 34 Jesus respondeu: “Estás dizendo isto por ti mesmo ou outros te disseram isto de mim?”
35 Pilatos falou: “Por acaso sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste?”
36 Jesus  respondeu: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui”.
37 Pilatos disse a Jesus: “Então tu és rei?”
Jesus respondeu: “Tu o dizes: eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz”. (Jo 18,33b-37)
Rei da eternidade
Antes de ser flagelado, coroado de espinhos e crucijicado, Nosso Senhor Jesus Cristo declara diante de Pilatos a sua soberania sobre toda a criação: “Eu sou Rei”.
I - A MAIS AUTÊNTICA DAS MONARQUIAS
Ao percorrer as páginas do Antigo Testamento, um dos episódios da história da nação eleita atrai a atenção de modo especial. Qual seu verdadeiro significado?
Em determinado momento, os israelitas sentem-se inferiorizados em relação aos outros povos governados por reis, enquanto eles vivem num regime teocrático, conduzidos por Deus através dos juízes. Então, pedem um monarca a Samuel. Discutem com o profeta, que se toma de indignação, mas são afinal atendidos nos seus anseios. Por fim, é chegada a hora de estabelecer o novo regime e Deus mesmo manda Samuel ungir Saul como rei (cf. I Sm 8, 4-22; 9, 17; 10, 1).