Tríduo Pascal

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Evangelho - Ascensão de Jesus

Continuação


Onipotência e sabedoria de Deus na condução da História
46 Assim está escrito que o Messias havia de sofrer e ressuscitar dentre os mortos, ao terceiro dia.
Estas  palavras  do  Divino  Redentor, antes  de subir aos Céus, não foram  dirigidas  somente   aos  Apóstolos, mas a todos os chamados por Ele a realizar  alguma missão junto às almas. São palavras que têm uma certa ordem e concatenação, e assim devem ser entendidas.
Mais uma vez, transparecem na Escritura Sagrada  a onipotência e a suma  sabedoria de  Deus  na  condução  da  História. Aconteceu porque estava escrito e, por sua vez, foi previsto e anunciado porque  assim deveria se passar,  por  uma  determinação perfeitíssima e suprema  de Deus. Este versículo nos convida a um momento de meditação e admiração.
Contemplemos os excelsos desígnios do Ser Supremo que a tudo regula de maneira insuperável, aproveitando-Se  para  sua  glória,  não  só da  virtude  dos  bons,  mas  até  mesmo do concurso da malícia e ódio dos maus, da enferma vontade dos tíbios,  da  volubilidade dos indecisos, da   voluptuosidade  dos   passionais, da  cegueira  dos  orgulhosos,  do  delírio incontenível dos tiranos. Nada deixa de  contribuir  para  sua honra, louvor e glória; de tudo tira proveito com tal equilíbrio que nunca produz o menor prejuízo ao livre arbítrio  de uns e de outros.
Adoremos a Providência Divina e a Ela apresentemos nossa gratidão, como  também  nossa  reparação por todas  as ofensas que a cada instante sobem ao seu trono.  Assim, seremos do número  dos bons e Deus se servirá de nossa disposição  de alma e de nossas  ações  para  sua  maior  glória. E peçamos  a Ele, por intercessão de sua Mãe Santíssima, jamais pertencermos ao partido  dos maus, os quais têm  como  objetivo  de  suas  existências o disputar  com Deus  o seu poder. De que lhes vale atribuírem-se a si próprios  capacidades  inexistentes, ou mesmo reais, se estas absolutamente  não lhes pertencem, pois lhes foram conferidas pelo Ser que visam destronar? E qual o proveito que tiram ao darem largas às suas paixões e maus instintos para perseguir a virtude e quem a pratica?
Foi tão estúpida e contraproducente a atuação  dos demônios  e dos maus judeus em todo o drama da Paixão que  se com anterioridade tivessem conhecido  seus efeitos — ou seja, a obra da Redenção —, jamais teriam  desejado   ou  contribuído para sua realização.
De  todas essas ações e situações, Deus saberá extrair os elementos para sua glória. Mas, o destino  de uns será a felicidade  do Céu e o dos outros, o suplício eterno.


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