As consolações nos sustentam rumo à vitória final
Liturgia deste domingo, ao recordar a promessa feita a Abraão,
as palavras de São Paulo e a cena da Transfiguração, nos ensina que as graças
místicas recebidas por nós no decorrer da vida espiritual não nos são dadas com
a finalidade de estabelecer uma existência agradável nesta Terra, na qual
gostaríamos de montar uma tenda para permanecer em estática contemplação, mas
para que, através delas, tenhamos forças para enfrentar os embates da vida em
vista do fim para o qual fomos chamados. Na verdade, a via mística é uma pré-figura
da bem-aventurança eterna, e não um gozo da vida terrena. A felicidade neste
mundo decorre da luta contra o mal existente dentro e fora de nós e, sobretudo,
da luta pela glória de Deus, de modo que essas consolações nos são oferecidas
para alimentar a virtude da esperança.
Ressaltando a importância de tais graças, o Prof. Plinio Corrêa
de Oliveira afirma que elas “são uma espécie de prenúncio da visão beatífica no
Céu, e têm por efeito fazer com que as nossas almas fiquem muito mais abertas à
compreensão sobrenatural, à compreensão do maravilhoso, ao desejo das grandes coisas,
dos grandes feitos, dos grandes lances”.22 Por esta razão, estejamos atentos às manifestações
divinas em nossa vida, dissipando qualquer torpor que nos impeça de percebê-las
e crescendo na certeza de que, após as lutas passageiras da vida terrena,
aguardam-nos as alegrias do convívio eterno com Deus, para o qual fomos
chamados. No Céu, onde não será necessário armar tendas, nossa morada é
preparada pelo Divino Mestre para fazer perdurar eternamente as alegrias de sua
esplendorosa Transfiguração!
22) CORREA DE
OLIVEIRA, Plinio. Palestra. São Paulo, 19 nov. 1989.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Escreva seus comentarios e sugerencias