Tríduo Pascal

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Evangelho 5º Domingo do Tempo Comum Lc 5 1-11 - Ano C 2013

O principal fruto da pesca
‘‘Então levaram as barcas para a margem, deixaram tudo e seguiram a Jesus”.
Grande parte dos comentaristas reúne num só episódio os relatos dos sinópticos a respeito da vocação dos referidos Apóstolos, considerando o convite do Mestre, na resumida narração de São Mateus e de São Marcos, como tendo sido feito logo após os pescadores terem regressado com as barcas: “Vinde após mim e vos farei pescadores de homens” (Mt 4, 19; Mc1, 17). Os dois primeiros Evangelistas o registram em forma de mandado oficial, dado a Pedro e André e, logo em seguida, a Tiago e João, o que, segundo São Lucas, havia sido prenunciado como missão de Pedro, em meio às águas: “Não tenhas medo! De hoje em diante tu serás pescador de homens” (Lc 5, 10).
“Jesus, com sua graça, dá eficácia ao chamado, sua voz é ouvida sem demora nem réplica. ‘No mesmo instante’, produzindo em suas almas um total desapego a tudo parentes, amigos, relações, posses —, ‘deixando tudo’, e sentindo uma atração irresistível por Jesus, ‘O seguiram’, sem se preocupar aonde iam”,9 aponta Gomá y Tomás. A conquista dos futuros Apóstolos fora o principal fruto da pesca milagrosa, confirmando a eficácia plena da didática do Divino Pescador.
CHAMADO PARA TODOS OS SÉCULOS
O eco do encargo entregue aos Apóstolos às margens do lago de Genesaré repercute ao longo dos séculos e chega também a nós, conclamando-nos à missão de trabalhar pela glória de Deus e da Igreja, quer sejamos clérigos, religiosos ou leigos. Como católicos, devemos buscar a edificação de uma sociedade conforme aos preceitos evangélicos e, para isso, cabe-nos a responsabilidade de atrair as almas dispersas no mar revolto do mundo moderno e levá-las à barca de Pedro.
Não obstante, não poucas serão as dificuldades para exercer tão elevada função, sobretudo quando nos deparamos com nossas próprias insuficiências e falhas. Diante dessa desproporção, avançar e lançar as redes se afigura como algo impossível. O que nos é necessário para corresponder a uma missão tão superior às nossas capacidades? E o próprio Mestre quem nos responde, pela pena de São Paulo: “Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força” (II Cor 12, 9).
Portanto, quanto mais nos sentirmos incapazes de cumprir a vocação à qual Deus nos chama, maior deve ser nossa confiança no poder da voz que nos convoca. E vendo uma atitude de humildade cheia de fé que Nosso Senhor opera a pesca milagrosa, deixando patente que os bons resultados não dependem das qualidades nem dos esforços humanos. Ele confunde os fortes deste mundo e conduz os fracos à realização de obras grandiosas (cf. I Cor 1, 27).
A exemplo de Pedro, sejamos generosos e confiantes, pois também em nossas vidas Cristo apareceu ordenando: “Duc in altum! Eu os quero como instrumentos para renovar a face da Terra! Não tenham medo, pois Eu mesmo lhes darei as forças para a obtenção de um glorioso resultado!”
9) GOMA Y TOMÁS, op. cit., p.78.

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