Tríduo Pascal

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Evangelho – 4º domingo da Páscoa - Ano - C 2013 - Jo, 27-30


Continuação dos comentários ao Evangelho – IV domingo da Páscoa - Bom Pastor Jo, 27-30 - Ano - C 2013

Jesus afirma sua divindade e é rejeitado pelos fariseus
30 Eu e o Pai somos um.
Ouçamos o Pe. Manuel de Tuya, OP, comentando este versículo: “Por fim, Cristo, como garantia desse poder salvífico que tem para suas ovelhas, proclama sua divindade, dizendo: ‘Eu e o Pai somos uma só coisa’. Essa unidade entre o Pai e o Filho se expressa diretamente no poder. Os poderes divinos do Pai são os do Filho. Não no sentido de que a voz ou o anúncio de um profeta é a voz ou o anúncio de Deus. Precisamente os profetas de modo explícito falavam em nome de Deus, e isso não causava estranheza a ninguém. Mas no presente caso a afirmação é absolutamente transcendente na comunicação de poderes. E, se existe essa comunidade ou identidade de poderes, pressupõe isso uma unidade e identidade de natureza. Daí deixar-se ver o mistério divino de Cristo.
“Essa expressão encontra sua explicação na ‘Oração sacerdotal’, na qual Cristo pede ao Pai que O glorifique com ‘a glória que tive junto de Ti, antes que o mundo fosse criado’ (Jo 17, 5), do mesmo modo como no Prólogo, no qual se ensina abertamente que o Verbo, que vai Se encarnar, ‘era Deus’” (12).
Essa é a mais ousada, profunda e misteriosa afirmação feita por Jesus a respeito da comunidade de essência entre Ele e Deus: trata-se de uma união metafísica insondável.
Os fariseus que ali estavam deviam ter-se mostrado fiéis intérpretes dos profetas, humildemente abandonando seus egolátricos preconceitos nacionalistas e suas exóticas práticas religiosas. Se eles não endurecessem seus corações, mas se deixassem penetrar pelas maravilhosas revelações do esperado Messias — comprovadas pelos numerosos e convincentes milagres por Ele operados —, pelo dom da fé compreenderiam e amariam aquele Deus feito Homem e O seguiriam. Seriam ovelhas de seu rebanho.
O que dizer a respeito do mundo atual, que não antepõe a lei escrita à Lei do Espírito — como o faziam os maus judeus de outrora —, mas coloca a lei do gozo e da carne, a lei do relativismo contra a Lei de Cristo, consagrada por Ele com sua vida e ressurreição, e por sua Santa Igreja?...
Muito opostamente à boa posição, quiseram os fariseus colher pedras para matar Jesus por tantos e insuperáveis dons que lhes oferecia (cf. Jo 10, 31). O que fará o mundo de hoje contra Cristo e sua Santa Igreja em face das dádivas que, através d’Eles, lhes promete Deus? 
1) Cf. São Tomás de Aquino, Contra Gentiles., II, 19. 2 ) Denzinger 1803. 3 ) Suma Teológica, I, q. 44, a. 3. 4 ) Cf. Suma Teológica, I, q. 15, a. 2-3. 5 ) A esse respeito, nada mais claro do que o ensinamento de São Paulo em Rom 1, 18-23. ) São Tomás de Aquino, Catena Aurea, in Joannem. 7 ) São Tomás, Comentario in Io., 10, lec. Iª, 3 - Marietti, p. 280. 8 ) Juan de Maldonado SJ, Comentarios a los Cuatro Evangelios, in Jo. 9 ) Id. ibid. 10 ) Id. ibid. 11 ) Id. ibid. 12 ) Biblia Comentada, BAC, 1964, V. II, pp. 1181-1182.

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