Tríduo Pascal

domingo, 28 de abril de 2013

EVANGELHO DO VI DOMINGO DA PÁSCOA - ANO C – 2013 Jo 14, 23-29


CONTINUAÇÃO DOS COMENTÁRIOS AO EVANGELHO DO VI DOMINGO DA PÁSCOA - ANO C – 2013   Jo 14, 23-29


“... e meu Pai o amará ...”
Entretanto, esse amor a Jesus não confere a quem o possui somente a fidelidade aos divinos ensinamentos. Dele se origina um fruto muito mais precioso: “e meu Pai o amará”.
Se o amor a Deus nos traz tão grande benefício, que se poderá dizer do fato de ser alguém objeto de seu amor? São Tomás explica-nos, como sempre com magistral lucidez, quão grande é a capacidade de difusão do bem, por sua própria natureza (3). Quanto maior é a perfeição, mais tende ela a comunicar-se plenamente. Desde os seres mais simples, como os minerais, até o sobrenatural, há uma verdadeira sinfonia do dar-se em toda a ordem da criação.
Correm caudalosos os rios em busca dos oceanos, fertilizando a terra por onde passam. E tanto as águas doces dos lagos e rios, quanto as salgadas do mar, fornecem ao homem alimento em profusão. O sol não cessa de fazer incidir seus calorosos e essenciais raios sobre todo o orbe, dando brilho e vitalidade a tudo quanto diante dele se apresenta. Os vegetais com suas substâncias, folhas, flores e frutos, embelezam os panoramas, perfumam os bosques e jardins, oferecem-nos seu oxigênio e nos agradam com seus sabores. As laboriosas abelhas produzem seu mel para alimento e alegria dos homens. Os animais se multiplicam e tornam aprazíveis nossas refeições e nossos entretenimentos. E a nota predominante dessa grande sinfonia é sempre a superabundância.
No plano da humanidade, o grau de comunicatividade do bem é ainda maior. Os pensadores, ou os artistas, desejam invariavelmente dar amplo conhecimento de tudo que surge de suas mentes ou de suas mãos. Uma alma, quanto mais se eleva nas vias da virtude, mais cresce no empenho em fazer bem aos outros.
Ora, Deus é o Bem por excelência, o Bem substancial, e por isso convém a Ele o comunicar-Se às criaturas em grau também excelente e pleno (4). Eis o mais elevado aspecto do mistério da Encarnação, ou seja, em Jesus, sua privilegiada e santíssima alma e seu sagrado corpo constituem uma só Pessoa com o Verbo Eterno. N’Ele estão as propriedades humanas e toda a essência divina. N’Ele, o amor do Pai chegou aos limites infinitos. E, através da fé, colocou ao alcance dos homens a plenitude do Bem, que é o próprio Deus, conforme os ensinamentos de Jesus a Nicodemos: “De fato, Aquele a Quem Deus enviou fala palavras de Deus, porque Deus lhe dá o espírito sem medida. O pai ama o Filho e pôs todas as coisas em sua mão. Quem acredita no Filho tem a vida eterna” (Jo 3, 34-36). Mais tarde Jesus acrescentará: “A vontade de meu Pai que me enviou é que todo o que vê o Filho e crê n’Ele, tenha a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6, 40).
E logo após Jesus, na ordem do ser, e juntamente com Ele no plano divino e eterno da criação, encontra-se no mais alto grau de santidade, enquanto objeto desse amor eficaz de Deus, a Virgem Maria. Ela foi eleita para ser a Mãe do Verbo Encarnado, por estar penetrada do mais excelente amor a Deus na ordem das puras criaturas e por ser a mais amada pela Trindade Divina.
Continua no próximo post.

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