Tríduo Pascal

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Evangelho XXI Domingo do Tempo Comum – Lc 13, 22-30 - Ano C - 2013

Continuação dos comentários ao Evangelho 21º Domingo do Tempo Comum -  Lc 13, 22-30– Ano C - 2013
Juízo Final - Portal Notre Dame

26 Então começareis a dizer: Comemos e bebemos em tua presença, tu ensinaste nas nossas praças.
É bem verdade. Quantas vezes nós nos aproximamos da mesa da Comunhão e nos beneficiamos dos demais Sacramentos, ouvimos boas pregações sobre o Evangelho, além dos conselhos em particular, no seio da Igreja fundada pelo Redentor. Porém, que proveito tiramos de todos esses privilégios? Eles nos são dados para melhor cumprirmos os Mandamentos. Insensatos são aqueles que se entregam a uma vida de pecado até a hora da morte, arriscando- se a ouvir dos lábios de Jesus a sentença irrevogável de eterna reprovação. Só então entenderão as palavras do Divino Mestre: “Pois, que aproveitará a um homem ganhar todo o mundo, se vier a perder a sua alma?” (Mt 16, 26).
27 Ele vos dirá: Não sei donde sois; afastai-vos de mim vós todos os que praticais a iniquidade.
Esta resposta contém duas afirmações:
1. “Não sei donde sois...”Não devemos imaginar que somente serão objeto da rejeição de Jesus os não-batizados. Também a nós, batizados, poderá ser ela aplicada se não cumprirmos nossos deveres. Neste caso, Jesus se dirigirá a nós de maneira ainda mais explícita: “Eu vos arranquei das trevas do pecado e vos redimi às custas de meu próprio sangue, elevando-vos à dignidade de filhos da Igreja. Mas vós quisestes as vias do orgulho e, seguindo o conselho de Satanás, obedecer à lei do mundo e entregar-vos às paixões. Não ouvistes a voz da graça e a de meus Ministros”...
2. “... afastai-vos de mim vós todos que praticais a iniquidade”. Ser repelido por Deus é o mais terrível dos tormentos eternos, segundo nos ensina a Teologia. Nós somos criados com vistas à felicidade eterna, ou seja, a conhecer a Deus face a face e amá-Lo como Ele mesmo se ama – sempre guardadas as devidas proporções. Nossa alma tem sede desse convívio com Deus e só n’Ele repousaremos. Ora, o vermo-nos expulsos por Aquele que é a única Causa de nossa alegria, significaria para nós um tormento sem comparação. Que terrível palavra: “Afastai-vos de mim...”
Porta do céu
28 Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac, Jacob, e todos os profetas no Reino de Deus, e vós serdes expulsos para fora.
Devido à nossa sensibilidade física reforçada pelo instinto de conservação, somos levados a julgar o fogo do Inferno o pior dos tormentos. Na realidade, possui ele uma intensidade fortíssima, a ponto de tornar desprezível qualquer forno de alta combustão na face da terra e, portanto, sua capacidade de infligir sofrimentos é incalculável. Porém, a maior dor se encontra apontada nas últimas palavras do versículo 28: “... serdes expulsos para fora”.
Que o Inferno existe, as Escrituras e o Infalível Magistério da Igreja proclamam como verdade revelada.
A Teologia busca razões claras para ajudar-nos na aceitação fácil desse indispensável dogma de Fé, como explica Pablo Buyse, em sua obra Dios, el alma y la religión: “Focalizemos, por exemplo, o seguinte caso, por desgraça muito frequente na vida passional. Um homem pretende seduzir uma angelical jovem. Ao resistir esta, profere uma ameaça. Em vão. A lâmina de um punhal ameaça o peito da jovem. Não cede apesar de tudo. O grito de raiva do malévolo se confunde com o grito de dor da vítima, que cai agonizante. O sedutor, desesperado, crava em seu próprio peito o punhal banhado ainda no sangue de sua vítima. Vede aí, um ao lado do outro, dois cadáveres: o do verdugo e o de uma mártir. Pode Deus confundi-los num mesmo destino? Não, mil vezes não. É preciso que esse criminoso seja castigado na outra vida e se premie para sempre essa virtude”

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