CONCLUSÃO DOS COMENTÁRIOS AO EVANGELHO – SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE – Jo 3, 16-18 – ANO A
III – NÃO BASTA A FÉ, É PRECISO DAR TESTEMUNHO
Crer significa traduzir para a
própria vida aquilo em que se acreditou. Indispensável é, pois, haver de nossa
parte esta crença em Nosso Senhor Jesus Cristo, não de maneira etérea, mas de
acordo com o momento histórico atual. E como ao longo dos séculos o mal se
apresenta sob novos aspectos, temos a obrigação de manifestar a fé em Cristo de
modo conveniente à situação que vivemos. Nos primeiros tempos do Cristianismo
os fiéis eram conduzidos pelo sopro do Espírito Santo, a ponto de estarem
dispostos a entregar tudo quanto possuíam, como se narra nos Atos dos Apóstolos
(cf. At 2, 44-46). Diversa foi a época das perseguições, em que os cristãos, inebriados
pela ideia da Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo e abrasados de
amor por Ele, enfrentavam a morte e dominavam os instintos de sociabilidade e
de conservação, ambos muito vincados na alma. Na Idade Média, outra forma de adesão levou o homem a transformar a vida
social em uma manifestação da Fé Católica. A cada fase histórica, portanto, a
fé produz novos e variados frutos de santidade, da fidelidade à Cátedra de
Pedro, e buscarmos a sacralidade em todos os aspectos da existênpois sem as
obras ela é morta (cf. Tg 2, 17).
Também nós precisamos dar
testemunho dessa virtude, adequando a Jesus Cristo nossas atitudes, mentalidade,
inteligência, vontade, sensibilidade, enfim, tudo aquilo que somos e queremos
ser. Ao presenciarmos no mundo hodierno o abandono da fé e o quase completo desaparecimento
do fermento evangélico nas relações humanas, cabe-nos alimentar uma vigorosa piedade
eucarística e mariana, ao lado da fidelidade à Cátedra de Pedro, e buscarmos a
sacralidade em todos os aspectos da existência. Em suma, devemos conformar-nos
ao Divino Mestre, a fim de participar, já nesta vida, do inefável convívio com
as três Pessoas Divinas. Este é o objetivo da Liturgia de hoje: estimular-nos a
crescer na devoção à Santíssima Trindade e a corresponder ao seu inefável amor,
realizando a vontade do Pai, caminhando nas pegadas do Filho e atendendo com
docilidade às moções do Espírito Santo.
1 RITO DA MISSA. Ritos
iniciais, A. In: MISSAL ROMANO. Trad. Portuguesa da 2ª edição típica para o
Brasil realizada e publicada pela CNBB com acréscimos aprovados pela Sé
Apostólica. 9.ed. São Paulo: Paulus, 2004, p.389.
2 Cf. SÃO TOMÁS DE
AQUINO. Suma Teológica. I, q.32, a.1.
3 SOLENIDADE DA
SANTÍSSIMA TRINDADE. Oração do Dia. In: MISSAL
ROMANO, op. cit., p.379.
4 Cf. SÃO TOMÁS DE
AQUINO, op. cit., II-II, q.6, a.1.
5 SANTO AGOSTINHO. De
Trinitate. L.I, c.1, n.3. In: Obras. 2.ed. Madrid:
BAC, 1956, v.V, p.131.
6 Idem, L.XV, c.25,
n.45, p.927.
7 HAYMO DE AUXERRE, apud
SÃO TOMÁS DE AQUINO. Catena Aurea. In
Ioannem, c.III, v.1-3.
8 Cf. SÃO TOMÁS DE
AQUINO. Suma Teológica. I, q.25, a.3, ad 2.
9 Cf. Idem, q.20, a.2,
ad 2.
10 Cf. SÃO TOMÁS DE
AQUINO. Suma contra os gentios. L.III, c.24, n.6.
11 SÃO TOMÁS DE AQUINO.
Super Sent. L.II, proœm.
12 SÃO TOMÁS DE AQUINO.
Super Ioannem. C.III, lect.3.
13 SANTO AGOSTINHO, op.
cit., L.XIII, c.11, n.15, p.733.
14 GONZÁLEZ ARINTERO, OP, Juan. Evolución mística. Salamanca: San Esteban,
1988, p.209.
15 SÃO TOMÁS DE AQUINO,
Super Ioannem, op. cit.
16 Cf. SÃO TOMÁS DE
AQUINO. Suma Teológica. I, q.12, a.6.
17 CCE 1022.
18 SANTO AGOSTINHO. In
Ioannis Evangelium. Tractatus XII, n.12. In: Obras. Madrid: BAC, 1955,
v.XIII, p.353.
19 SÃO JOÃO CRISÓSTOMO.
Homilía XXVIII, n.1. In: Homilías sobre el
Evangelio de San Juan (129). 2.ed. Madrid: Ciudad Nueva, 2001, v.I, p.325.
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