Comentários ao Evangelho 30º Domingo do Tempo Comum – Ano C – Lc
18,9-14
Naquele tempo, 9Jesus contou esta parábola para alguns que confiavam
na sua própria justiça e desprezavam os outros: 10“Dois homens subiram ao
Templo para rezar: um era fariseu, o outro cobrador de impostos.
11O fariseu, de pé, rezava assim em seu íntimo: ‘Ó Deus, eu te
agradeço porque não sou como os outros homens, ladrões, desonestos, adúlteros,
nem como este cobrador de impostos. 12Eu jejuo duas vezes por semana, e dou o
dízimo de toda a minha renda’.
13O cobrador de impostos, porém, ficou a distância, e nem se atrevia a
levantar os olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem
piedade de mim que sou pecador!’
14Eu vos digo: este último voltou para casa justificado, o outro não.
Pois quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado”.
(Lc 18,9-14)
Quando é inútil rezar?
Se quisermos
ter certeza de que nossa oração é atendida por Deus, devemos imitar o modo de
rezar do publicano, humilhando-nos diante dEle e pedindo perdão por nossos
pecados.
Mons. João Clá Dias, E.P.
I - O orgulho: causa de todos os vícios
"Serpentes!
Raça de víboras!" Eis alguns dos títulos saídos dos divinos lábios de
Jesus para designar os fariseus. Nesse mesmo capítulo (23) de Mateus, estão
agrupadas as principais recriminações de que foram objeto: eram
"hipócritas", despojavam as viúvas, fechavam as portas do Reino do
Céu, transformavam seus prosélitos em filhos do inferno, eram "insensatos
guias de cegos", "sepulcros caiados", herdeiros da maldição pelo
"sangue inocente derramado sobre a terra".
Na realidade, foram
eles os mais ferrenhos opositores ao Reino de Deus, trazido pelo Messias. E
apesar de as provas a respeito do Reino serem numerosas e evidentes, eles não
só as rejeitavam como, se lhes era possível, silenciavam-nas ou ofereciam
malévolas interpretações às mesmas.
Em suas almas, onde
estaria fixada a raiz desse terrível pecado contra o Espírito Santo?
A mais perigosa das vaidades
Os fariseus tiveram
uma origem virtuosa, quando procuraram se separar daqueles que se deixavam
influenciar pelo mundano relativismo propagado pela Grécia, por volta de
duzentos anos antes de Cristo. Porém, por falta de vigilância e ascese, como
não raras vezes acontece, caíram numa das mais perigosas vaidades: a que se
junta ao desejo de perfeição.
Ao abraçar as vias
da santidade, é indispensável ao cristão colocar o interesse de Deus acima de
toda a criação, como também, devotar aos interesses do próximo uma atenção
maior do que aos seus, de ordem pessoal, e estes, confiá-los à Providência
Divina, tal como ensina o salmista: "Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao
vosso nome dai glória" (Sl 113, 1).
Esqueceram-se os
fariseus ser necessário pôr um freio em seu ânimo, para evitar sua imoderada
exacerbação, praticando, assim, a essencial virtude da humildade, tal como a
define São Tomás de Aquino: "A humildade reprime o apetite, para que ele
não busque grandezas além da reta razão" 1. "Importa que conheçamos o
que nos falta, em comparação com o que excede nossa capacidade. É próprio,
pois, da humildade, como norma e diretriz do apetite, conhecer as próprias
deficiências" 2.
Na ausência da
virtude da humildade, lento mas profundo e fatal foi o processo de uma separação
dos demais, em princípio boa e até necessária, para metamorfosear-se numa
supervalorização de suas autênticas ou supostas qualidades morais. É
suficientemente ilustrativo desse estado de alma, ouvir estas palavras, saídas
dos lábios de um rabino, e recolhidas pelo Talmud: "Dizia R. Jeremias,
chamado Simão, filho de Jochai: Eu posso compensar os pecados do mundo todo,
desde o dia em que nasci até hoje; e se meu filho Eleazar morresse, poderia
livrar todos os homens que existiram no mundo, desde a sua criação até hoje. E
se estivesse conosco Jotan, filho de Uzias, poderíamos fazer isso de todos os
pecados, desde a criação do mundo até o seu final [...]. Via os filhos do
banquete divino, e eram poucos. Se fossem mil, meu filho e eu estaríamos entre
eles; se fossem apenas dois, seríamos meu filho e eu" 3.
Quem se deixa levar pelo orgulho não respeita limites
Uma vez perdida a
humildade, pela vã complacência consigo, o orgulho nos fariseus - como em
qualquer caso - não mais respeitou nenhum limite. Ensoberbecido, colocou-se no
centro do universo, exaltando as próprias qualidades. Não só desprezava as do
próximo, como buscava exagerar os defeitos deste, sendo que às vezes o fariseu
os possuía em maior grau.
Devido à sua
incontida jactância, ele invariavelmente tinha razão em suas opiniões. Os
fracassos sempre se davam pelo fato de não o terem procurado para consulta. Se
muitos discordavam do fariseu, no fundo era porque - segundo ele - a sabedoria
pertence a uma minoria seleta. Se todos eram unânimes com ele, sentia-se o
dirigente. Se houvesse uma autoridade à qual ele devesse submissão, procuraria
dominá-la, porém, como na maioria das vezes isto não era fácil, partia ele para
a censura, a crítica e a sabotagem, acabando por ingressar pelas vias da
desobediência. Ademais, sempre se manifestava ingrato, pois qualquer benefício
que se lhe fizesse seria um ato de pura justiça e, por isso, nunca agradecia.
Como todo orgulhoso,
o fariseu, ao se constituir o foco das atenções, não tolerava quem não girasse
ao seu redor e, tomado de inveja, fomentava discórdias sempre que as
circunstâncias as exigissem, lançando mão, inescrupulosamente, de detrações,
calúnias, etc.
Nos fariseus, a hipocrisia se soma ao orgulho
Em essência, ele era
um ególatra, mas, por sua refinada hipocrisia, apresentava-se respeitoso diante
de Deus e justo em relação aos homens. Como nem sempre conseguia ocultar alguns
de seus vícios evidentes, negava que assim o fossem.
Pobre fariseu! Não
se dava conta dos males que despencavam sobre ele, pelo fato de procurar a
glória onde não existia. Não percebia ele, o quanto o vício da soberba é o
primeiro, não só em se manifestar exteriormente, como também em ser discernido
por todos, com rapidez. Ele morreria, talvez, sem tê-lo explicitado, mas
aqueles que com ele conviviam já o haviam catalogado.
Como poderia
corrigir-se o fariseu desse defeito, uma vez que não queria reconhecer-se
vítima de tão grave mal? Já se tinha por santo... Era-lhe muito difícil
converter-se, pois tal como diz Santa Teresa, a humildade é a verdade 4.
Ser-lhe-ia
indispensável que se visse, e até se sentisse, tal qual era; que discernisse
claramente a procedência dos lados bons e maus de sua alma. Se assim fosse,
reconheceria o bem que havia nele, para de imediato atribuí-lo a Deus. Da mesma
forma, ao constatar sua maldade própria, suas faltas e seus pecados,
atribui-los-ia à sua vontade deteriorada e perversa. Impostando assim, seu
espírito, com flexibilidade admitiria que sem o auxílio da graça, o cristão não
só deixa de cumprir de modo estável os Mandamentos da Lei de Deus, como até
mesmo, é incapaz de pronunciar uma palavra boa. Ele jamais falaria de si
próprio ou de suas virtudes e, se por razões de força maior, fosse obrigado a
fazê-lo, imitaria São Paulo: "Gratia Dei sum id quod sum" - "Pela
graça de Deus, sou o que sou" (1 Cor 15, 10).
Se entrasse por
essas vias, seu "interior seria luminoso" porque seu olho seria limpo
(cf. Mt 6, 22); já não mais teria vendadas suas vistas pelo amor próprio.
Discerniria a presença de Deus a cada passo, em todas as circunstâncias de sua
vida e, por outro lado, não faria ilusões sobre a debilidade, as inclinações e
a malícia da criatura humana.
Faltava ao fariseu
aprender com Santa Teresa o quanto é necessário andar na verdade: "Certa
vez eu estava considerando a razão pela qual Nosso Senhor era tão amigo dessa
virtude da humildade, e ocorreu-me - na minha opinião, sem ponderações, mas de
repente - o seguinte: é porque Deus é a suprema Verdade, e a humildade consiste
em andar na verdade; e é uma verdade muito grande saber que em nós nada há de
bom, mas só miséria e nada; e quem assim não entenda, anda na mentira. E quem
mais assim entenda agrada mais à suprema Verdade, porque nela anda" 5.
Se esse caminho
trilhasse o fariseu, jamais poria sua confiança em si próprio, mas só em Deus,
submetendo-se em tudo à Sua santíssima vontade. Teria para com os outros uma
real caridade, como recomenda São Tomás de Aquino: "Devemos não só
reverenciar a Deus em Si mesmo, mas também o que é de Deus, em toda e qualquer
pessoa" 6. "Pode alguém, sem falsidade, ‘reconhecer- se e mostrar-se
como o mais indigno de todos', levando em conta os defeitos ocultos que traz em
si mesmo e os dons de Deus ocultos nos outros. Por isso, Agostinho diz:
Estimai, interiormente, superiores os que vos são, exteriormente, inferiores.
Do mesmo modo, sem fingimento, pode alguém se confessar e se acreditar indigno
e inútil para tudo, pelas forças próprias, atribuindo a Deus toda a sua
capacidade, conforme se diz: ‘Não é por causa de uma capacidade pessoal, que poderíamos
atribuir a nós mesmos, que somos capazes de pensar; é de Deus que vem a nossa
capacidade'" 7. Por isso mesmo, o fariseu, ao constatar os progressos
espirituais realizados por auxílio da graça, na prática da virtude, deveria
considerá-los como relativos, e reconhecer o quanto poderia ter correspondido
mais aos dons de Deus.
Sublime exemplo do Divino Mestre
Eis algumas razões
pelas quais encontramos nas Escrituras Sagradas tantas vezes o incentivo à
humildade. Como teria sido outra a História, se os fariseus tivessem ouvido e
amado o convite do Divino Mestre: "Aprendei de Mim, que sou manso e
humilde de coração, e achareis descanso para vossas almas" (Mt 11, 29). Se
estivessem presentes no ato praticado por Jesus, por ocasião da Santa Ceia, e
recolhessem no coração as palavras por Ele proferidas logo após: "Dei-vos
o exemplo para que, como Eu vos fiz, assim façais vós também. Em verdade, em
verdade vos digo: o servo não é maior do que o seu Senhor, nem o enviado é
maior do que aquele que o enviou. Se compreenderdes estas coisas, sereis
felizes, sob condição de as praticardes" (Jo 13, 15-17), teriam ademais, a
verdadeira paz de alma e inteira felicidade.
Voltemos agora,
nossos olhos à parábola proposta pela liturgia de hoje.
II - A parábola do fariseu e do publicano
Naquele tempo, 9Jesus contou esta parábola para alguns que confiavam
na sua própria justiça e desprezavam os outros…
São interessantes as
considerações feitas pelos comentaristas a propósito da presente parábola. Dentre
elas se destaca a de Santo Agostinho que se relaciona com o versículo anterior:
"Mas, quando vier o Filho do Homem, acaso achará fé sobre a terra?"
(Lc 18, 8). A fé é a virtude de quem põe em Deus sua confiança, e não em si
próprio. "A fé não é do soberbo, mas sim do humilde. Contra a soberba,
[Jesus] põe a parábola sobre a humildade" 8, que vai dirigida àqueles que
não agradam a Deus com suas orações devido à sua presunção. A estima
desequilibrada dos próprios méritos vai contra a realidade, sobretudo, quando o
orgulhoso se julga impecável. Em tese, pela graça de Deus e pela existência do
livre arbítrio, poderia haver um homem sem pecado mas, à exceção feita do Filho
do Homem e de sua Mãe Santíssima, não há outro, conforme o Salmista: "Não
entreis em juízo com o vosso servo, porque ninguém que viva é justo diante de
Vós" (Sl 142, 2), ou melhor ainda, como afirma São João: "Se dizemos
que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em
nós" (1 Jo 1, 8) 9.
A parábola se
destina aos que supervalorizam suas qualidades, julgando- se santos e até mesmo
impecáveis, tratando os demais com desprezo. Trata-se de uma luva feita à
medida para caber em mão farisaica, ou daqueles que podem ser classificados
como seus discípulos, imbuídos, portanto, do mesmo espírito. Três são os vícios
visados: confiança em si próprio, presunção de santidade e desprezo pelos
outros; vícios esses, contrários às virtudes: fé, humildade e caridade.
10“Dois homens subiram ao Templo para rezar: um era fariseu, o outro
cobrador de impostos.
Eis uma simples
frase penetrada de substanciosos significados. À mesma hora e no mesmo empenho
de rezar, sobem ao monte Moriah, onde se localiza o Templo, dois homens: um
fariseu e um publicano. O primeiro já é conhecido. O segundo pertencia à classe
por todos considerada como de pecadores, odiada por cobrar impostos a serviço
dos romanos. Segundo o juízo humano, o fariseu é justo, cheio de virtude e
piedoso, e certamente irá proferir uma excelente prece. O outro, pelo
contrário, pecador tão desprezível, não conseguirá senão atrair sobre si o
escândalo de todos e a cólera do próprio Deus.
Inútil oração do fariseu
11O fariseu, de pé, rezava assim em seu íntimo: ‘Ó Deus, eu te
agradeço porque não sou como os outros homens, ladrões, desonestos, adúlteros,
nem como este cobrador de impostos. 12Eu jejuo duas vezes por semana, e dou o
dízimo de toda a minha renda’.
Será difícil crer
não ter sido real essa oração. Em sua divindade, quantas vezes não recebeu
Jesus, das criaturas humanas, pensamentos semelhantes ou até mais orgulhosos do
que esse? Pode-se falar em oração? Não! Trata-se de um profundo ato de orgulho,
de um autoelogio, e de um insolente desprezo pelos demais homens.
“Ó Deus, eu te agradeço” Nada melhor do que dar
graças a Deus. É piedoso e meritório, mas essa impostação de espírito deve
proceder da consideração de nosso nada, de um vigoroso sentimento de nossas
fraquezas e misérias, como também da adoração a Deus por Sua infinita
misericórdia, não só suspendendo os castigos que nos seriam devidos, mas muito
pelo contrário, cumulando-nos de dons e graças.
Não é, porém, essa a
ação de graças do fariseu; ele se exalta a si próprio e insulta todos os
outros. "Procura o que é que ele pede a Deus em suas palavras, e não
descobrirás. Subiu ao Templo para orar e não quis rogar a Deus, mas sim
louvar-se a si mesmo. Triste coisa é louvar-se em vez de rogar a Deus; além
disso, acrescenta o menosprezo àquele que orava" 10. "Com isso, abriu
pelo orgulho a cidade do seu coração aos inimigos que a sitiavam, a qual ele
inutilmente fechara pela oração e pelo jejum: são inúteis todas as
fortificações quando nelas há uma brecha por onde pode entrar o inimigo"
11.
A oração humilde salvou o publicano pecador
13O cobrador de impostos, porém, ficou a distância, e nem se atrevia a
levantar os olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem
piedade de mim que sou pecador!’
Atitude, espírito e
palavras completamente diferentes das assumidas e formuladas pelo fariseu. No
publicano, tudo é humildade, contrição e pedido de clemência. Usando de um
costume que já não se vê mais nas Igrejas, batia no peito sem respeito humano.
Contrariamente às "modas piedosas" de hoje, nada de leviandade de
espírito, de dissipação ou de perpétua agitação; falava a Deus. Bem diferente
de outros que na atualidade, entram nas Igrejas sem ter feito uma oração
sequer. Muitos exemplos nos dá o publicano, inclusive no que tange à substância
de seu pedido: "Meu Deus, tende piedade de mim que sou pecador".
Sentença proferida por Jesus
14Eu vos digo: este último voltou para casa justificado, o outro não.
Pois quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado”.
"Na
hora de entrar no Templo, os dois personagens, embora pertencendo a categorias
religiosas e sociais diferentes, eram, no fundo, muito semelhantes. Na hora de
sair, são radicalmente diferentes. Um estava ‘justificado', ou seja, era justo,
perdoado, estava em paz com Deus, tinha sido renovado. O outro permaneceu como
era no início; mais ainda, talvez tenha piorado sua posição perante Deus. Um
obteve a salvação, o outro não" 12.
Fixemos bem nossa
atenção: trata-se aqui de uma sentença proferida pelo infalível e soberano Juiz,
o próprio Filho de Deus, não poucas vezes diferente da dos homens. Se, sem as
luzes da graça fôssemos chamados a escolher um dos apóstolos para se tornar o
primeiro dos Pontífices da Santa Igreja, não seria exagerado imaginar que a uns
julgaríamos pretensiosos, a outros, pouco ativos, ao próprio Pedro, exagerado e
imprudente. Quiçá, antes de se tornar traidor, não teríamos escolhido a Judas
pela sua grande discrição, segurança e habilidade em finanças, tanto mais que
ele chegou a criticar Madalena pelo desperdício de dinheiro em perfumes para o
Mestre, quando havia, então, muitos pobres e necessitados. Por aí nos damos
conta do que seria da própria Igreja se não fosse o Espírito Santo a dirigi-la;
e do que será de nós se não nos submetermos às Suas inspirações.
III - A humildade levou ao Céu um ladrão
A liturgia de hoje
bem pode nos ser útil para um proveitoso exame de consciência: até onde somos
humildes como o publicano? Ou haverá em nossas almas, alguma fímbria do
espírito farisaico? Qualquer que seja o resultado desse exame, lembremo-nos de
que: "A humildade levou ao Céu um ladrão, antes dos Apóstolos. Ora,se
unida aos crimes ela é capaz de tanto, qual não seria seu poder se estivesse
unida à justiça? E se a soberba é capaz de quebrar a justiça, o que não
conseguirá caso se alie ao pecado?" 13.
1)
AQUINO, São Tomás de. Suma Teológica II-II q. 161 a. 1 ad 3.
2)
Idem, ibidem, a. 2 c.
3) Cf.
Suca, fol. 452 4) Cf. Las Moradas, Morada sexta, c.10, § 6-7.
5)
Ibidem.
6)
AQUINO, São Tomás de. Ibidem, a. 3 ad 1.
7)
Idem, ibidem, a. 6 ad 1.
8)
AGOSTINHO, Santo. Serm. 115, 2.
9)
Idem.De peccatorum meritis et remissione, liv. II, 8.
10)
Idem. Serm. 115, 2.
11)
GREGÓRIO, São apud São Tomás de Aquino. Catena Aúrea.
12)
CANTALAMESSA, Pe. Raniero. Echad las Redes - Reflexiones sobre los Evangelios -
Ciclo C, EDICEP C.B., Valência, 2003, p. 333.
13) A
LÁPIDE, Cornélio. In Luc.
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