Comentários ao Evangelho da Missa da
Vigília de Pentecostes - Jo 7, 37-39
37 No último dia da festa, o dia mais
solene, Jesus, em pé, proclamou em voz alta: Se alguém tem sede, venha a Mim, e
beba. 38 Aquele que crê em Mim, conforme diz a Escritura, rios de água viva
jorrarão do seu interior”. 39 Jesus falava do Espírito, que deviam receber os
que tivessem fé n’Ele; pois ainda não tinha sido dado o Espírito, porque Jesus
ainda não tinha sido glorificado (Jo 7, 37-39).
Jesus glorioso nos precede!
A restauração da humanidade corrompida
pelo orgulho só é possível por uma generosa efusão do Espírito Santo. A Paixão e consequente glorificação do
Homem-Deus a conquistaram para nós.
I - JESUS E MARIA, CENTRO DA CRIAÇÃO
Jesus é a Verdade, a Bondade e a Beleza
absolutas e, portanto, a Perfeição. Ele visa, ao agir, o mais elevado e
excelente em tudo. Desta forma, o universo — essa magnífica obra dos seis dias
preferida por Ele dentre os infinitos mundos possíveis — “não pode ser melhor
do que é, se o supomos como constituído pelas coisas atuais, em razão da ordem
muito apropriada atribuída às coisas por Deus e em que consiste o bem do
universo”,1 comenta São Tomás de Aquino.
Na criação, Nosso Senhor Jesus Cristo é
a pedra angular, rejeitada pelos construtores, mas centro da atenção do próprio
Deus (cf. I Pd 2, 4-5); pedra em função da qual tudo se estrutura. Com efeito,
desde toda a eternidade, na mente divina esteve em primeiro lugar a figura
majestosa e insuperável de Cristo, Deus feito Homem e, inseparável dela, a da
Santíssima Virgem. Pois, tal é a relação existente entre ambos, que a maioria
dos teólogos defende a tese de terem sido Jesus e Maria predestinados num único
e mesmo decreto divino.2 Eles são o ponto de referência essencial
para a criação de todo o universo. Por isso, pode-se afirmar que tanto um
quanto outro estão, em algo, representados em todas as criaturas.