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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Evangelho do Natal

DIVINA SOLUÇÃO PARA UM PROBLEMA INSOLÚVEL
Aproximemo-nos da manjedoura na gruta em Belém e contemplemos um Menino reluzente de vitalidade, sabedoria e graça. A diplomacia divina não podia haver elaborado melhor forma para remediar todos os males trazidos pelo pecado. Um Homem-Deus...
Esse é o fundo de quadro de grandiosidade do Evangelho de hoje: “A todos que O receberam, àqueles que crêem no seu nome, deu poder de se tornarem filhos de Deus; eles não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (vv. 12-13).
Excelente tema para se considerar nesta festa de Natal: um Menino adorável, Deus e Homem verdadeiro, com todas as fragilidades de uma criatura, porém unida hipostaticamente ao Onipotente.
Aí está o Menino Redentor que naquela Noite Feliz nos abriu não só os braços mas — e sobretudo — a possibilidade de termos uma participação em sua divina natureza. Quão extraordinário é para nós esse dom! Apliquemo-nos em compreendê-lo melhor.
A Redenção nos tornou filhos de Deus
Estamos habituados a conferir o título de filho de Deus a qualquer pessoa a ponto de constituir, talvez, uma certa ofensa em negá-lo a quem quer que seja. Mas esta atitude não passa de um profundo equívoco, pois os não-batizados são puras criaturas, e não filhos de Deus. Da mesma forma que não posso afirmar serem os móveis filhos do marceneiro que os produziu, pois dele não receberam a natureza humana, assim também não se pode dar o título de filho de Deus a uma pessoa que não participa da natureza divina.
Pois, para ser filho, necessita-se ter a mesma natureza do pai; por isso os filhos dos coelhos chamam-se coelhos, e os dos homens são homens. E os filhos de Deus devem ser “deuses” como Ele o é.
Ademais, as capacidades de toda criatura sempre estão em proporção de sua respectiva natureza. Por exemplo, o colibri tem as aptidões que lhe são próprias, e ignorância consumada seria dar-lhe para resolver um problema de álgebra ou de simples aritmética. Assim também, são puramente humanas as forças do homem, nunca divinas.
Ora, o prêmio deve estar proporcionado aos predicados de quem o mereceu. Jamais seria adequado conceder a um corcel, por sua agilidade e capacidade físicas, um prêmio intelectual, pois, não só ele não o entenderia, como seria um verdadeiro absurdo. Da mesma forma, todos os prêmios conquistáveis pelo homem, devido à sua natureza própria, nunca poderiam ser divinos, são sempre puramente humanos.
Esta é a razão pela qual o Céu não se obtém pelos esforços, nem sequer da natureza angélica. Por mais que nos fosse dado praticar todos os Mandamentos da Lei de Deus, jamais poderíamos, por nós mesmos, entrar no Céu, pois, a essência deste consiste em ver Deus face a face, e só as três Pessoas da Santíssima Trindade possuem esse privilégio desde toda eternidade e por toda eternidade.
É justamente no Presépio que se encontra representado o retorno da vida sobrenatural para nós. Ali está Quem não só nos abriu as portas do Céu, mas também nos elevou à categoria de filhos de Deus.

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