-->

sábado, 15 de novembro de 2014

EVANGELHO DO 34º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO A- CRISTO REI

COMENTÁRIO AO EVANGELHO DO 34º DOMINGO DO TEMPO COMUM - Mt 25,31-46
Naquele tempo disse Jesus a seus discípulos: “Quando o Filho do Homem voltar na sua glória e todos os anjos com ele, sentar-se-á no seu trono glorioso. Todas as nações se reunirão diante dele e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. Colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estão à direita: — Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo (...). Voltar-se-á em seguida para os da sua esquerda e lhes dirá: — Retirai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjos. (...) E estes irão para o castigo eterno, e os justos, para a vida eterna” (Mt 25,31-46).
Nosso Senhor descreve os últimos momentos da história do mundo, quando estaremos todos reunidos para o Juízo Final
Por razão de brevidade, focalizaremos apenas os trechos acima, do Evangelho do 34º domingo do tempo comum.
Nas leituras dos dias anteriores, Jesus insiste na necessidade de estarmos preparados para o momento de comparecer ante o tribunal divino. Nesse sentido é a parábola das virgens tolas e das prudentes, com a qual se inicia o capítulo 25 de São Mateus. O mesmo se diga da parábola dos talentos, que vem logo a seguir. Ambas ilustram o discurso escatológico iniciado no capítulo 24 do mesmo evangelista, quando nosso Redentor adverte para os acontecimentos que marcarão o fim do mundo: “Como o relâmpago parte do oriente e ilumina até o ocidente, assim será a volta do Filho do Homem...”.
Era natural que, na sequência desses ensinamentos, Ele passasse à descrição do último ato da história da humanidade: o Juízo Final.
A segunda vinda de Jesus
“Quando o Filho do Homem voltar na sua glória e todos os anjos com ele, sentar-se-á no seu trono glorioso. Todas as nações se reunirão diante d’Ele...”.
Assim Nosso Senhor inicia a descrição dos instantes finais dos homens nesta terra. Meditemos sobre isso, seguindo o categórico conselho do Eclesiástico: “Em todas as tuas obras, medita nos teus novíssimos e não pecarás eternamente” (7,40). “Novíssimo” é um termo vindo do latim novus, e quer dizer também “último”. É com esse significado que a Escritura o utiliza, para indicar os últimos acontecimentos de nossa vida: morte, juízo, Céu ou Inferno.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Evangelho – XXXIII Domingo do Tempo Comum - Ano A - Mt 25, 14-30

Comentário ao Evangelho – XXXIII Domingo do Tempo Comum – Mt 25, 14-30
22 “Chegou também o que havia recebido dois talentos, e disse: ‘Senhor, tu me entregaste dois talentos. Aqui estão mais dois que lucrei’. 23 O patrão lhe disse: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!’”.
O mesmo ocorre com o servo que teve igual empenho em relação aos bens, entretanto menores, a ele entregues para administrar, porque Deus premia cada um segundo o uso que fez dos dons recebidos.
Terrível situação do servo infiel
24 “Por fim, chegou aquele que havia recebido um talento, e disse: ‘Senhor, sei que és um homem severo, pois colhes onde não plantaste e ceifas onde não semeaste. 25Por isso fiquei com medo e escondi o teu talento no chão. Aqui tens o que te pertence’”.
Quanto ao terceiro servo, terrível é sua situação! Chegada a hora de prestar contas, percebe que se tinha deixado levar pelo egoísmo e pela falta de zelo. Em lugar de utilizar os dons para a glória de Deus e salvação das almas, pensou apenas em suas próprias conveniências.
Ora, quando Deus nos concede determinadas qualidades, quer que elas sejam usadas em benefício dos outros, conforme adverte São Pedro: “Como bons administradores da multiforme graça de Deus, cada um coloque à disposição dos outros os dons que recebeu” (I Pd 4, 10). Afinal, a Lei não se resume no amor a Deus e ao próximo como a si mesmo? Como o bem é eminentemente difusivo, o servo negligente deveria ter exclamado com São Paulo: “Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho!” (I Cor 9, 16).
Sobre a necessidade de assim procedermos, explica um moralista contemporâneo: “O cristão deixa de ser fiel, não só na medida em que renega sua fé, mas também na medida em que não se esforça por fazê-la frutificar. [...] É uma lei, não de ‘moral’, mas da vida. [...] Toda fecundidade implica saída de si mesmo, saída que é risco e doação”.12
Em síntese, afirma Santo Agostinho: “Toda a culpa do servo reprovado reduz-se a isto: não quis dar. Guardou íntegro o valor recebido, mas o Senhor queria seus lucros. Deus é avaro no relativo à nossa salvação”.13

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Evangelho – XXXIII Domingo do Tempo Comum - Ano A - Mt 25, 14-30

Comentário ao Evangelho – XXXIII Domingo do Tempo Comum – Mt 25, 14-30
A Parábola dos Talentos
“Naquele tempo, Jesus contou esta parábola a seus discípulos: 14‘Um homem ia viajar para o estrangeiro. Chamou seus empregados e lhes entregou seus bens. 15 A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade. Em seguida viajou.
16 O empregado que havia recebido cinco talentos saiu logo, trabalhou com eles, e lucrou outros cinco. 17 Do mesmo modo, o que havia recebido dois lucrou outros dois. 18 Mas aquele que havia recebido um só, saiu, cavou um buraco na terra, e escondeu o dinheiro do seu patrão.
19 Depois de muito tempo, o patrão voltou e foi acertar contas com os empregados.
20 O empregado que havia recebido cinco talentos entregou-lhe mais cinco, dizendo: ‘Senhor, tu me entregaste cinco talentos. Aqui estão mais cinco que lucrei’. 21 O patrão lhe disse: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!’.
22 Chegou também o que havia recebido dois talentos, e disse: ‘Senhor, tu me entregaste dois talentos. Aqui estão mais dois que lucrei’.
23 O patrão lhe disse: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!’.
24 Por fim, chegou aquele que havia recebido um talento, e disse: ‘Senhor, sei que és um homem severo, pois colhes onde não plantaste e ceifas onde não semeaste. 25 Por isso fiquei com medo e escondi o teu talento no chão. Aqui tens o que te pertence’. 26 O patrão lhe respondeu: ‘Servo mau e preguiçoso! Tu sabias que eu colho onde não plantei e que ceifo onde não semeei? 27 Então devias ter depositado meu dinheiro no banco, para que, ao voltar, eu recebesse com juros o que me pertence’.
28 Em seguida, o patrão ordenou: ‘Tirai dele o talento e dai-o àquele que tem dez!
29 Porque a todo aquele que tem será dado mais, e terá em abundância, mas daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado. 30 Quanto a este servo inútil, jogai-o lá fora, na escuridão. Ali haverá choro e ranger de dentes!’” (Mt 25, 14-30).
Basta evitar o mal para se alcançar o Céu?
Cada um de nós recebeu de Deus uma enorme quantidade de dons, tanto sobrenaturais quanto naturais, concedidos com vistas ao cumprimento da nossa vocação específica. Segundo o uso que deles fizermos, seremos servos bons e fiéis ou... servos maus e preguiçosos.
I – O pecado de omissão
Quando temos a infelicidade de violar a Lei de Deus por pensamento, palavra ou obra, costumamos ser em seguida interpelados pela nossa consciência. Tal como acontece com uma criança que se ruboriza ao ser-lhe mostrado o mal que fez, a sindérese aponta imediatamente à nossa razão o princípio moral transgredido, convidando-nos para o arrependimento.
Contudo, no pecado por omissão, esse processo interior não se desenvolve de forma tão nítida e eficiente. Por isso nos é menos difícil perceber a malícia de uma ação concreta do que a responsabilidade pelo descumprimento, por vezes grave e prolongado, de deveres inerentes a nosso estado, cargo, situação social ou função. Com efeito, quantas vezes, ao fazermos exame de consciência, consideramos apenas a necessidade de evitar o mal, e olvidamos o imperativo de obrar o bem?
Para nos alertar contra esse gênero de pecados — que, embora sejam de si menos graves que os de transgressão,1 constituem um ponto obscuro da nossa vida espiritual pela facilidade com que passam despercebidos — ser-nos-á de valiosa utilidade o Evangelho proposto pela Liturgia para o 33º Domingo do Tempo Comum. Contempla ele uma parábola conhecidíssima, porém muito rica de significados, como veremos a seguir.