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sábado, 12 de novembro de 2016

Evangelho Jo 2, 13-22

Comentários ao Evangelho Jo 2, 13-22

13 Estava próxima a Páscoa dos judeus e Jesus subiu a Jerusalém. 14 No Templo, encontrou os vendedores de bois, ovelhas e pombas e os cambistas que estavam aí sentados.
15 Fez então um chicote de cordas e expulsou todos do Templo, junto com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas. 16 E disse aos que vendiam pombas: “Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!”
17 Seus discípulos lembraram-se, mais tarde, que a Escritura diz: “O zelo por tua casa me consumirá”. 18 Então os judeus perguntaram a Jesus: “Que sinal nos mostras para agir assim?” 19 Ele respondeu: “Destruí este Templo, e em três dias o levantarei”.
20 Os judeus disseram: “Quarenta e seis anos foram precisos para a construção deste Santuário e Tu o levantarás em três dias?” 21 Mas Jesus estava falando do Templo do seu Corpo. 22 Quando Jesus ressuscitou, os discípulos lembraram-se do que Ele tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra d’Ele (Jo 2, 13-22).

Senhor, purificai este templo!
Mons João Clá Dias
I – A cabeça e mãe de todas as igrejas
A Igreja celebra com esplendor a festa da Dedicação da Basílica de São João de Latrão, que ostenta o título honoríficode “Omnium urbis et orbis ecclesiarum mater et caput”, ou seja, “Mãe e cabeça de todas as igrejas da cidade [de Roma] e do mundo”. É ela a Catedral do Papa, ao contrário do que se costuma pensar devido ao papel hoje desempenhado pela Basílica de São Pedro, a qual, na verdade, é apenas uma das quatro basílicas papais da Cidade Eterna.
Até o exílio dos Papas em Avignon, no século XIV, viviam eles no Palácio de Latrão, antiga propriedade da família Laterano, nome pelo qual ficou conhecido. O cônsul romano Pláucio Laterano, por suspeita de conspiração, foi morto pelo infame Nero que lhe confiscou os bens, dentre os quais esse edifício, na mesma época em que movia a perseguição aos cristãos.1 Não imaginava o tirano que, anos mais tarde, tudo aquilo seria doado à Igreja pelo Imperador Constantino, e tornar-se-ia residência dos sucessores de Pedro e primeira Basílica da Cristandade. O Papa São Silvestre dedicou-a no ano 324.2
Nesta Basílica encontramos não só vestígios de variados estilos artísticos, graças às obras de embelezamento e ampliação realizadas ao longo dos séculos, mas também numerosas e valiosíssimas relíquias. Dentre as principais contam-se a mesa onde foi celebrada a Santa Ceia (cf. Mt 26, 20-28; Mc 14, 18-24; Lc 22, 14-17), parte do tecido purpúreo com que os soldados revestiram o Divino Redentor na Paixão (cf. Mc 15, 17; Jo 19, 2), as cabeças de São Pedro e de São Paulo, e a taça na qual São João Evangelista, segundo uma antiga tradição, foi obrigado a tomar um veneno que, por milagre, não lhe fez mal.
Um elo entre o Céu e a Terra
Por ser a Catedral de Roma, São João de Latrão possui um estreito vínculo com a pessoa do Sumo Pontífice, elo entre nós e a eternidade: “tudo o que ligares na Terra será ligado nos Céus, e tudo o desligares na Terra será desligado nos Céus” (Mt 16, 19). Devido a esta prerrogativa a Basílica passou a ser um símbolo da unidade da Igreja.
Convém ainda levarmos em consideração que, em sua sabedoria, a Santa Igreja estabelece o Ciclo Litúrgico, dentre outras razões, com o intuito de prolongar pelos séculos afora as graças concedidas no momento histórico comemorado. E assim como ao celebrar cada Natal com verdadeira piedade somos favorecidos com as bênçãos dadas a Nossa Senhora, São José e aos pastores no Presépio, na festa de hoje somos convidados a participar das graças e da alegria sobrenatural dos católicos de Roma quando o Papa tomou posse de sua sede episcopal oficialmente, podendo gozar de plena liberdade religiosa.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Comentários à leitura Isaías 6,1-8

Homilia de Mons João Clá Dias sobre a Primeira leitura (Isaías 6,1-8)
Assista ao vídeo
1No ano da morte do rei Ozias, vi o Senhor sentado num trono de grande altura; o seu manto estendia-se pelo templo. 2Havia serafins de pé a seu lado; cada um tinha seis asas, duas cobriam-lhes o rosto, duas, os pés e, com duas, eles podiam voar.
3Eles exclamavam uns para os outros: “Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos; toda a terra está repleta de sua glória”. 4Ao clamor dessas vozes, começaram a tremer as portas em seus gonzos e o templo encheu-se de fumaça. 5Disse eu então: “Ai de mim, estou perdido! Sou apenas um homem de lábios impuros, mas eu vi com meus olhos o rei, o Senhor dos exércitos”.

6Nisto, um dos serafins voou para mim, tendo na mão uma brasa, que retirara do altar com uma tenaz, 7e tocou minha boca, dizendo: “Assim que isto tocou teus lábios, desapareceu tua culpa, e teu pecado está perdoado”. 8Ouvi a voz do Senhor que dizia: “Quem enviarei? Quem irá por nós? Eu respondi: “Aqui estou! Envia-me”.