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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Vocação dos primeiros discípulos Mt 4, 12-23

Caminhando ao longo do mar da Galileia, viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. “Segui-Me, disse-lhes, e Eu vos farei pescadores de homens.” E eles, imediatamente, deixando as redes, O seguiram. Passando adiante, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam numa barca, juntamente com seu pai Zebedeu, consertando as suas redes. E chamou-os. Eles, deixando imediatamente a barca e o pai, seguiram-no.

Pela narração de São João, tudo leva a crer que esses quatro apóstolos já conheciam Jesus. Os outros três evangelistas não fazem menção a esse prévio relacionamento.

O precursor apontara a André e João a figura do Messias e, por isso, ambos O seguiram e, logo após, aproximaram Pedro e Tiago. Um dia depois, fora chamado pelo próprio
Jesus o apóstolo Filipe, o qual, por sua vez, atraiu Bartolomeu (cf. Jo 1,35-51). Portanto, de certo modo, eles já eram discípulos do Salvador quando se desenrolam os fatos descritos nos versículos acima.

Pedro e André lavavam as redes provavelmente depois de uma pesca infrutífera, caso Lucas se refira à mesma cena (cf. Lc 5, 1-11). A eles dirige o Mestre o convite em tom quase imperativo, o que faz prever conversas anteriores preparatórias a esse momento no qual se concretizava uma antiga promessa de fazê-los pescadores de homens.

A mesma determinação será usada com os outros dois irmãos, filhos de Zebedeu, pelo Divino Mestre.

A prontidão com a qual a dupla de irmãos abandona tudo, os dois últimos até ao próprio pai, indica bem o grau de intimidade existente entre eles e o Mestre, e o teor
das conversas havidas até então. Jesus trabalhava com divina sabedoria e zeloso cuidado, cada um para o exercício dessa robusta fé e arrojada decisão.

Alheias a essa tomada de atitude não deviam estar as orações silenciosas de Maria Santíssima. Ausente também não estava o esforço e o fogo de alma do Batista. Ele foi quem os congregara e os entregara ao Messias. Esses fatores todos conjugados levaram os quatro primeiros discípulos a, com espírito inflamado, dar as costas a este mundo e lançar, não mais as redes, mas a si próprios, não nas águas, e sim no Reino dos Céus.

O Reverendíssimo Pe. Luís María Jiménez Font, S. J. faz um excelente comentário sobre essa passagem: “Parece que a vocação dos apóstolos se passou da seguinte maneira: Cristo recebeu espontaneamente os que a Ele se juntaram, procedentes do discipulado do Batista — André e Pedro, João e Tiago —, e no primeiro retorno à Galileia, Filipe e Natanael, aos quais permitiu Jesus retomar suas actividades depois da cura do filho do régulo, acabada a primeira pregação na Judeia, pois o primeiro ministério do Senhor na Galileia, parece que Ele o fez completamente só. Quando já era conhecido na região, decidiu formalizar o ponto da colaboração alheia, e chamou novamente aqueles que no início O tinham acompanhado por devoção, para que O seguissem de modo definitivo e profissional, no dia da pesca milagrosa” 9.

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