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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Condições para serem operados os milagres

25 Em verdade vos digo que muitas viúvas havia em Israel no tempo de Elias, quando foi fechado o céu durante três anos e seis meses e houve uma grande fome por toda a terra; 26 e a nenhuma delas foi mandado Elias, senão a uma mulher viúva de Sarepta, do território de Sidônia.27 Muitos leprosos havia em Israel no tempo do profeta Eliseu; e nenhum deles foi curado, senão o sírio Naaman”.
As Escrituras sempre foram tomadas como sendo a própria Palavra de Deus, naqueles tempos ainda mais do que hoje. Com esses dois exemplos — de Elias (1 Rs 17, 8-24) e Eliseu (2 Rs 5, 1-14) —, Jesus declara não ter havido lugar onde Ele fosse menos bem acolhido do que na aldeia onde vivera quase trinta anos de sua existência. Além disso, mais claramente externa a razão pela qual não realizou ali muitos milagres: porque eles padeciam da mesma incredulidade de seus ancestrais. Os milagres de Jesus não são privilégio de raça ou de parentesco, nem se obtêm por meio de imposição ou da força. Para consegui-los, é necessário humildade e muita fé.
Causa do ódio contra os profetas
28 Todos os que estavam na sinagoga, ouvindo isto, encheram- se de ira.
Não é costume dos Evangelistas fazerem uso do exagero didático. Quando Lucas diz “todos”, significa a ausência de defensores e a unanimidade dos furiosos. O fato de não haver ali um só amigo para se unir ao Salvador e servir-Lhe de escudo prova, uma vez mais, a força e o poder do dinamismo do mal. Se algum admirador existiu naquela ocasião, ficou timidamente retraído e teve medo de se comprometer, como, aliás, sói acontecer com os bons, em circunstâncias análogas. Que jamais sejamos nós um desses covardes.
29 Levantaram-se, lançaram-No fora da cidade, e conduziram- No até ao cume do monte sobre o qual estava edificada a cidade, para O precipitarem.
O cume do alto do qual queriam lançá-Lo, segundo o Pe. Andrés Fernández Truyols SJ, “é um grande penhasco que se pode ver junto à igreja dos maronitas, mais acima da dos greco-católicos: forma parte do monte Djebel es-Sikh, e ao mesmo tempo se encontrava nas proximidades da cidade” (13).
É importante retermos esse gesto criminoso de deitarem mão sobre Jesus, com o intuito sanguinário de lançá-Lo daquelas alturas.
Com propriedade comenta Beda: “São piores os judeus, sendo discípulos, que o diabo sendo mestre. Porque este diz: ‘Atira-te ao abismo’; mas aqueles tentam atirá-Lo de fato” (14).
Essa seria uma boa oportunidade para perguntar-lhes por qual dos benefícios recebidos queriam eles matar o Salvador. Se Jesus não tivesse natureza divina, teria provado um tanto do ódio satânico que mais tarde se manifestaria contra Ele, ao longo da Paixão.
Por que assim são tratados os profetas?
“O missionário ou o profeta será sempre alvo de crítica de dentro e de fora. Assim ocorreu com Cristo, assim com Paulo, etc. O profeta pertence à Igreja de seu tempo e, de outro lado, deve-se ao mundo que vai evangelizar. Esse duplo pertencer representa o ponto de partida para um amor sem fronteiras. Contudo, trata-se de uma posição muito incômoda. Não obstante, o profeta poderá realizar uma penetração insuspeitada no fundo das coisas. Os contrastes o purificam e o fazem cada vez mais semelhante a Jesus crucificado.
“O profeta é um mensageiro, um intérprete da palavra divina. Recebeu-a de Deus e ela é mais poderosa que o próprio profeta: ele não poderá calar. Cristo foi o maior dos profetas: e pelo Batismo todos participamos de seu dom profético. Profeta actualmente é o que julga o presente e o futuro à luz de Deus e se sente enviado por Deus para recordar aos homens seus deveres religiosos, sociais, familiares, civis. E o faz tomado de zelo ardente pela causa de Deus e de amor compassivo para com os homens. O profeta deve denunciar a opressão, a injustiça, o egoísmo, as guerras, a pornografia, etc. Deverá exortar e alentar” (15).

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