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domingo, 19 de fevereiro de 2012

O Papa, máximo representante de Cristo na Igreja

Continuação do post anterior


Prêmio pela proclamação da divindade de Jesus
A resposta, encontramo-la no Evangelho da celebração litúrgica de 22 de fevereiro:
Chegando ao território de Cesaréia de Filipe, Jesus perguntou a seus discípulos: No dizer do povo, quem é o Filho do Homem? Responderam: Uns dizem que é João Batista; outros, Elias; outros, Jeremias ou um dos profetas. Disse-lhes Jesus: E vós quem dizeis que eu sou? Simão Pedro respondeu: Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo! Jesus então lhe disse: Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus. E eu  te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus(Mt 16, 13-19).
Faltava pouco tempo para a Paixão de Jesus. Antes de o Divino Mestre chegar a Cesaréia de Filipe, os fariseus e saduceus haviam-No tentado, rogando-Lhe que lhes mostrasse algum sinal do Céu. Pelo modo como Jesus lhes respondera, ficara evidente uma vez mais aos olhos dos Apóstolos a sabedoria de nosso Salvador e a maldade de seus adversários. Os Doze estavam já preparados para chegar à conclusão de quem era Jesus.
Nosso Senhor lhes conhecia os pensamentos, porém desejava tornar explícito pelos lábios de seus seguidores o que estes haviam discernido a respeito d’Ele. Por isso primeiro lhes pergunta o que ouviam sobre o “Filho do Homem”.
Ficando claro que o comum das pessoas não via em Jesus mais do que um precursor do Messias, o Mestre fez seus Apóstolos externarem, baseados na virtude da fé, um juízo sobrenatural a respeito de sua natureza divina. Causa admiração a superior didática: após ter apartado os Apóstolos dos fariseus e saduceus, Jesus procurava alçá-los acima do povo. Que Jesus era filho de Davi, todos o sabiam. Coube a São Pedro expressar a convicção de todos ali e, numa curta frase, sintetizar a doutrina católica a respeito das verdades essenciais: um só Deus, além do mais, vivo “para distingui-Lo dos deuses mortos dos pagãos”, que dá a vida; a encarnação do Verbo, a distinção das Pessoas divinas e a “messianidade” de Jesus.
Como essa afirmação de Pedro tinha um caráter intensamente profético (indicação de quehavia sido ele escolhido pelo Pai, que o inspirou), Jesus o tomou como a pedra fundamental de seu edifício, a Igreja: “Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra ser á desligado nos céus.”
Confirmação da efetiva primazia de Pedro
Jesus confirmou a escolha de Pedro, como chefe de sua Igreja, em ocasiões diversas.
Essa responsabilidade do Príncipe dos Apóstolos foi anunciada pelo Senhor, nos momentos trágicos que precederam a Paixão: “Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como o trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua confiança não desfaleça; e tu, por tua vez, confirma os teus irmãos” (Lc 22, 31-32).
Quase ao final do Evangelho de São João, vemos o Mestre reafirmá-la: “Jesus perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu ele: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. Perguntou-lhe outra vez: Simão, filho de João, amas-me? Respondeu-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. Perguntou-lhe pela terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Pedro entristeceu-se porque lhe perguntou pela terceira vez: Amas-me?, e respondeu-lhe: Senhor, sabes tudo, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21, 15-17).
Nosso Senhor confiava o seu rebanho (incluindo, portanto, a própria Hierarquia) ao cuidado do Príncipe dos Apóstolos.
Dinastia indestrutível, instituída por Deus
Desde os primeiros dias da Igreja nascente, antes ainda de Pentecostes, vemos a chefia de São Pedro reconhecida. Na primeira decisão a ser tomada após a Ascensão do Senhor, quando se tratou de escolher um substituto para Judas, foi São Pedro quem presidiu a reunião: “Num daqueles dias, levantou-se Pedro no meio de seus irmãos, na assembléia reunida que constava de umas cento e vinte pessoas, e disse...” (At 1, 15). É o primeiro ato de São Pedro enquanto Vigário de Cristo, narrado pela Escritura.
Outras várias intervenções do Príncipe dos Apóstolos na qualidade de Chefe da Igreja nos são narradas pelos Atos dos Apóstolos (2, 14-41; 5, 29; 15, 7; 15, 19-20).
O primado de Pedro foi - e continuará sendo, em seus sucessores, até o fim dos tempos - de verdadeira jurisdição, suprema, universal e plena. Suprema porque não reconhece na Terra autoridade superior nem igual no terreno religioso; universal, por se estender a todos os membros da Igreja; plena, com a plenitude de poderes que Jesus Cristo outorgou ao Primeiro entre os Doze.
Vinte séculos de História confirmam o quanto a Igreja está, de fato, assentada numa firme e inabalável rocha, conforme a promessa do Salvador.
Tão íntimo é o liame entre a instituição eclesial e seu Chefe, que Santo Ambrósio pôde dizer: “Onde está Pedro, aí está a Igreja”.
Continua...

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