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quarta-feira, 16 de maio de 2012

Comentários Evangelho Ascensão de Jesus

Metanóia: essência da conversão
47 E que em seu nome havia de ser pregado o arrependimento e a remissão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém.
Antes de subir aos Céus, o Redentor não lhes dá nenhuma recomendação política e muito menos insinua algo na linha de uma reconquista do poder de Israel. Pelo contrário, suas palavras visam uma atuação estritamente moral,  religiosa  e penitencial em nome de Deus.
 Essa conversão, a qual na sua essência é a mudança de mentalidade (metanóia), já havia sido intensamente estimulada pelo Precursor. João Batista se apresentara como a voz que clama no deserto, a fim de que todos endireitassem os caminhos para a chegada do Senhor. Esse é também o legado do Redentor aos seus, antes da Ascensão. A substituição dos critérios equivocados pelos verdadeiros é indispensável para a real conversão. Saulo, em um só instante a realizou, logo ao cair do cavalo, e assim mesmo passou por um retiro de três anos no deserto para torná-la irreversível, como também profunda e eficaz. Comumente, ela se faz de maneira lenta, após os fulgores de um primeiro como que “flash”, mediante o qual, pela graça do Espírito Santo, a alma se dá conta das belezas das vias sobrenaturais e por elas resolve  trilhar   com  decidida   firmeza. Sem essa conversão, é-nos praticamente inútil o Mistério da Redenção e de nada nos adianta o Evangelho. De forma explícita ou implícita — dada nossa natureza racional — a atuação de nossa inteligência e vontade se faz com base em princípios e máximas que norteiam as potências de nossa alma. É sobre essa fonte que se concentra o esforço da conversão. Em síntese, trata-se de substituir o amor próprio, o qual se manifesta  no apego às criaturas, pelo amor a Deus.
É de dentro da visualização perfeita a respeito da retidão da prática da Lei de Deus e de sua santidade que brota o eficaz pedido de perdão dos pecados. É nesse contraste que o penitente tem plena consciência da  grande  misericórdia  anunciada por Jesus, antes de sua partida  para os Céus. Nem os anjos revoltosos e nem os homens que morreram em pecado receberam essa dádiva incomensurável. E, nesse momento, ela nos foi oferecida pelo próprio Filho de Deus.
Iniciando-se em Jerusalém, do Sagrado  Costado de Cristo nasce a Igreja  a pregar  ali, e depois  pelo mundo afora, a Boa Nova do Evangelho. Assim havia profetizado o Antigo Testamento, assim ordenou naquela ocasião o próprio Jesus Cristo.

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