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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Evangelho I Domingo do Advento- Lc 21, 25-28.34-36

Evangelho 1º Domingo do Advento
25Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra as nações ficarão angustiadas com pavor do barulho do mar e das ondas. 26 Os homens vão desmaiar de medo, só de pensar no que vai acontecer ao mundo porque as forças do céu serão abaladas. 27 Então eles verão o Filho do Homem vindo sobre uma nuvem com grande poder e glória.
28 Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça; porque a vossa libertação está próxima. 34 Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós; 35 pois esse dia cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes da terra. 36 Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de terdes força para escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes em pé diante do Filho do Homem” (Lc 21, 25-28.34-36).
As três vindas do Senhor
No Natal, o Messias desceu à terra sob os véus da humildade. No fim dos tempos, virá em todo esplendor e glória, como supremo Juiz. Entre essas duas vindas, segundo São Bernardo de Claraval, há uma “terceira vinda” de Jesus, que ocorre a todo instante de nossa vida.
As duas vindas de Cristo
A despreocupação com que a criança vive e brinca lhe advém em grande medida da confiança no apoio, para ela infalível, do pai ou da mãe. Essa salutar segurança é, sem dúvida, uma das razões para a desanuviada e contagiante alegria infantil.
Relacionamento semelhante a esse entre filhos e pais, na ordem natural, observa-se também entre o homem e Deus, na ordem espiritual. É o que poeticamente exprime a Sagrada Escritura ao dizer: “Mantenho em calma e sossego a minha alma, tal como uma criança no seio materno, assim está minha alma em mim mesmo” (Sl 130, 2).
Deus é muito mais do que um pai terreno
Deus, como incomparável Pai, nos ama verdadeira e incondicionalmente, e fica agradado sempre que pedimos Seu auxílio, não importa em que situações. Entretanto, ao contrário da criança, que jamais se esquece dos seus progenitores, tendemos a levar a vida cotidiana sem considerar quanto dependemos da Divina Providência, a qual nunca deixa de velar por nós. E essa propensão à auto-suficiência seria muito maior se nossas debilidades, limitações e infortúnios não nos recordassem frequentemente o quanto precisamos da ajuda divina.
Ora, Deus é para nós muito mais do que um pai terreno, pois d’Ele dependemos de forma absoluta, essencial e única. Em primeiro lugar, Ele nos criou: devemos-Lhe nossa existência. Ademais, Ele nos conserva, nos sustenta no ser, o que nenhum pai humano pode fazer a seu filho. Se Deus, por assim dizer, cessasse de pensar em nós um instante, deixaríamos de existir, voltaríamos ao nada. Em relação a Ele, nossa dependência é total.
Além disso — mistério de amor! —, Deus Se encarnou para nos remir. E o preço pago para essa Redenção foi a morte na Cruz, derramando todo o Seu Sangue por nós. Mais, verdadeiramente, não poderia Ele fazer pela humanidade.
É nessa perspectiva da Bondade de Deus que nos ama como Pai e nos redime, que devemos entrar no período do Advento que hoje começa, e é também nessa clave que comemoramos, na Liturgia deste domingo, as duas vindas de Nosso Senhor.

Uma vinda na humildade e outra na glória
Na primeira, que já se realizou, o Menino Jesus apresentou-Se pobre, humilde, sem qualquer manifestação de grandeza: “Revestido da nossa fragilidade, Ele veio a primeira vez para realizar Seu eterno plano de amor e abrir-nos o caminho da salvação”.1 De forma bem diversa se dará a segunda, no fim dos tempos, quando Nosso Senhor vier para julgar os vivos e os mortos: “Revestido de Sua glória, Ele virá uma segunda vez para conceder-nos em plenitude os bens prometidos, que hoje, vigilantes, esperamos”.2
Na Sua primeira vinda, Ele Se apresentou aos homens  
na fraqueza da infância, na pobreza e na indigência
Mostra o grande Bossuet como, ao assumir a natureza humana, Deus quis fazê-lo nas condições mais modestas, humilhando-Se até o inconcebível: “Ele como que caiu, do seio de Seu Pai, no de uma mulher mortal, daí num estábulo, e daí desceu, por sucessivos graus de rebaixamento, até a infâmia da Cruz, até a escuridão do túmulo. Reconheço que não era possível cair mais baixo”.3
Ora, tão humilde quanto foi o nascimento de Jesus, gloriosa será Sua segunda vinda, a respeito da qual afirma São Gregório Magno: “Aquele a Quem não quiseram escutar quando Se apresentou humilde, eles O verão descer em grande poder e majestade, e experimentarão o Seu poder, tanto mais rigoroso quanto menos dobrem agora a cerviz do coração ante a paciência dEle”.4
O acentuado contraste entre essas duas situações leva o Pe. Dehaut a exclamar: “Que diferença entre esta segunda vinda de Jesus e a primeira! Na primeira, Ele Se apresentou aos homens na fraqueza da infância, na pobreza e na indigência, escapando, pela fuga, aos emissários de um tirano sanguinário. Na segunda, descerá cercado de glória e majestade, como Rei do Universo”.5
Continua no próximo post

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