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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

“Vendei o que possuís”, um conselho de Jesus

Vendei o que possuís e dai esmolas
No início do Cristianismo, era comum os primeiros fiéis seguirem à risca este conselho e, ainda hoje, encontram-se alguns casos nessa linha. Ele, em sua essência, incide sobre dois pontos:
- Em primeiro lugar, nossa propriedade se constitui não só de bens materiais ou riquezas, mas também de toda sorte de possíveis apegos: ciência, erudição, amizade, comodidades, prazeres lícitos (e mais intensamente ainda os ilícitos, quando a eles nos entregamos), etc. Quanto mais desapegado esteja nosso coração dos objetos terrenos, quer sejam do espírito, quer da matéria, tanto mais gozaremos da felicidade no tempo e incomensuravelmente mais na eternidade.
- Um segundo ponto diz respeito à obrigatoriedade, sim ou não, de vender o que se possui e dar esmolas. Poderíamos a este propósito levantar, com Maldonado, a seguinte pergunta: “Como, porém, aqui Cristo manda a todos, em geral, vender tudo o que têm e dar aos pobres, sendo que em outra passagem (Mt 19, 21) aconselha isso só àqueles que querem ser perfeitos? A resposta não é difícil: ou aqui Ele fala apenas aos discípulos, os quais queriam ser perfeitos, ou, se fala a todos os cristãos, refere-se à disposição de espírito, como dizem os teólogos. Porque, embora não seja a todos necessário vender tudo quanto tenham, deve-se, isto sim, enquanto cristão, ter a disposição de espírito de vender todos os seus bens, se for preciso, para não perder Cristo”.
Dar na terra para receber no Céu
Ainda uma palavra sobre os benefícios recebidos por quem dá esmolas. De si, mais lucra quem dá do que quem recebe: “É maior ventura dar, que receber” (At 20, 35). “Não há pecado que a esmola não possa apagar. Contudo, a esmola não se faz apenas com dinheiro, mas também pelas obras, como quando alguém protege um outro, quando um médico cura ou quando um sábio aconselha” (12).
Daí ser um inesgotável tesouro no Céu nossa riqueza distribuída aos necessitados, aqui na terra. As virtudes praticadas diante de Deus para prestar-Lhe culto e louvor, as boas obras, os conselhos dados a outros, o instruir, orar pelos aflitos e necessitados, como também dar esmolas, constituem um tesouro no Céu. Nessa categoria se incluem: a invocação aos santos, a confiança em sua intercessão, a freqüência aos Sacramentos, como também todo ato de piedade e qualquer obra santa.

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