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sexta-feira, 20 de abril de 2012

Evangelho 3º domingo de Páscoa - ano B - Lc 24, 35-48

Final

Jesus continua operando por meio de Seus ministros
“...‘e que em Seu nome havia de ser pregado o arrependimento e a remissão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. 48 Vós sois as testemunhas dessas coisas’”.
Encerra-se o Evangelho deste III Domingo da Páscoa com o esclarecimento formal e categórico da parte de Jesus aos Apóstolos, a respeito da missão que lhes outorgava. Aproveita essa ocasião para conversar sobre o mais importante tema para eles e, portanto, para a Santa Igreja nascente. Tratava-se de assumirem a mesma missão de Nosso Senhor Jesus Cristo, pois Este permaneceria no mundo por meio deles.
Nada deveria ser olvidado: nem a Paixão com seus méritos, nem a própria vida do Divino Mestre, com Seus ensinamentos. Concretiza-se, nessa ocasião, uma identidade de missão entre Jesus e os Apóstolos. Aliás, na oração dirigida ao Pai, na Última Ceia, havia já Ele revelado essa aproximação: “Eu lhes transmiti as palavras que Me confiaste e eles as receberam e reconheceram verdadeiramente que saí de Ti, e creram que Me enviaste. Dei-lhes a Tua palavra, mas o mundo os odeia, porque eles não são do mundo, como também Eu não sou do mundo. Como Tu me enviaste ao mundo, também Eu os enviei ao mundo” (Jo 17, 8.14.18).
Anteriormente, chegara mesmo a afirmar: “Quem vos ouve, a Mim ouve, quem vos rejeita, a Mim rejeita, e quem Me rejeita, rejeita Aquele que Me enviou” (Lc 10, 16).
Por isso São Paulo diria mais tarde, em tom de plena certeza: “O apóstolo é ministro de Cristo” (I Cor 4, 1); e “Deus mesmo é que fala por seus lábios” (II Cor 5, 20). Os discípulos deverão pregar e implantar a Igreja em todas as partes, com a mesma autoridade divina com que Cristo realizou Sua missão no mundo, tal como nos relata São Mateus: “Tudo o que ligardes sobre a Terra será ligado no Céu; e tudo o que desligardes sobre a Terra, será desligado no Céu” (18, 18). E São Marcos: “Ide por todo o mundo, e pregai o Evangelho a toda criatura” (16, 15).
Cristo os constituiu sacerdotes da Igreja, para salvação e santificação das almas, fazendo-os herdeiros e participantes de Seu sumo e eterno sacerdócio. Esta missão continua ainda nos dias atuais e deverá perdurar até o fim dos tempos, através do ministério sacerdotal. Tal como Jesus, o presbítero dá “glória a Deus no mais alto dos Céus, e paz na Terra aos homens objeto da boa vontade de Deus” (Lc 2, 14). É ele alter Christus: “Como o Pai Me enviou, assim Eu vos envio” (Jo 20, 21). Assim, a obra universal de redenção e de transformação do mundo trazida por Nosso Senhor Jesus Cristo, com toda a sua divina eficácia, Ele continua a operá-la, e continuará sempre, por meio de seus ministros.11
1Suma Teológica II-II, q. 29, a. 3 ad 1.
2MALDONADO, SJ, Pe. Juan de. Comentarios a los cuatro Evangelios – II Evangelios de San Marcos y San Lucas. Madrid: BAC, 1951, p. 817.
3Cf. idem, ibidem.
4PETRARCHA, Franciscus. De remediis utriusque fortunæ. l. 2, 77.
5AMBROSIUS MEDIOLANENSIS, Sanctus. Expositio Evangelii Secundum Lucam, l. 10 (PL 15:1.846).
6MALDONADO, SJ, Op. cit., p. 820.
7Idem, ibidem.
8CIRILLUS ALEXANDRINUS, Sanctus. Explanatio in Lucæ Evangelium, 24, 38 (PG 72, 948).
9Idem, in Lc. 24, 45 (PG 72, 949).
10MALDONADO, SJ, Op. cit., p. 826827.
11Cf. PIO XI. Encíclica Ad catholici sacerdotii, 20/12/1935, n.12.

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