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segunda-feira, 23 de abril de 2012

Tríplice vocação de Jesus: Rei, Sacerdote e Profeta


Com efeito, desde o primeiro instante do seu ser, Jesus se sabia Homem-Deus, investido pelo Padre Eterno dos atributos da tríplice vocação de ser Rei, Profeta e Pontífice.

Rei por direito, conquista e nascença, conforme nos ensina a Teologia. Rei, porque traça um plano sobre o qual tem a direção efetiva, posto deter a prerrogativa de mandar em todas as coisas. E ainda quando concede ao homem a liberdade de escolher se cumpre ou não a vontade d’Ele, os seus superiores desígnios acabam se concretizando no que têm de essencial. De um jeito ou de outro, a sua vontade prevalece e Ele obtém a glória que deseja. Rei, portanto, porque governa os acontecimentos, por mais desgovernados que estes pareçam ser.

Sacerdote Ele o é, porque oferece ao Padre Eterno tudo o que realiza em ordem à sua missão, e na medida em que o plano d’Ele se vai executando, vai sendo também oferecido. Em seu pontificado, um imenso sacrifício, uma grande expiação é apresentada aos pés do Altíssimo: primeiro por Ele, o Salvador; depois, por Maria Santíssima, a Co-redentora, e em seguida por todos os homens, pois para todos Nosso Senhor comprou a capacidade de sofrer, em união com Ele, o que padecemos em nossa existência. E Ele é o Pontífice que deposita essas imolações no altar divino.
Então, a partir desta Terra há um contínuo evolar de dor, de tormento, como também de felicidade e de esperança, que, ao transpor os limites entre o tempo e a eternidade, transforma-se num brado de vitória e de glória.

Como Pontífice, ainda, Jesus possui o privilégio da distribuição de todos esses méritos que nos alcançou com seu holocausto, e Ele a faz por meio da misericordiosa assistência de Maria Santíssima. Com essa efusão dos méritos — pontos vitais na trama da História —, Ele reafirma sua condição de Soberano que governa e provê ao benefício de seus súditos. Sacerdote, conquistou aqueles tesouros espirituais; ao distribuí-los, reina.

É também Profeta, porque prevê, conhece e anuncia o que acontecerá; porque tem a cognição profética da própria vontade, e de como os fatos se ajustarão de maneira a realizar os superiores desígnios de Deus, traçados desde toda a eternidade.

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