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quarta-feira, 25 de julho de 2012

Evangelho 17º domingo do Tempo Comum ano B (Jo 6, 1-15)

3 Jesus subiu a um monte e ali se sentou com seus discípulos.
Aprendamos neste versículo a descansar com Jesus. Certo conceito de repouso em nossos dias leva as pessoas a julgarem erroneamente consistir este no completo relaxamento físico e espiritual. Apesar de estarem os Apóstolos tomados pela fadiga, Jesus os fez subir o monte, pois era necessário contemplarem o panorama das atividades já realizadas e das que ainda estavam por vir. Sentados no alto desse mirante, seus olhos desvendaram um belo horizonte geográfico. É indispensável trabalhar em Deus como também descansar em Deus.
Nossa vida em sociedade — sobretudo quando apostólica — deve ser conduzida numa mescla de ação e recolhimento. É na oração que o homem de fé recupera suas energias e adquire novas forças para empreendimentos mais ousados. Por isso, a propósito deste versículo, São Tomás de Aquino transcreve em sua obra Catena Áurea o seguinte trecho de São João Crisóstomo: “Subiu também ao monte para ensinar-nos a aquietar o ânimo, fugindo dos tumultos e da agitação das coisas mundanas; porque a solidão é muito própria à contemplação (ou para o conhecimento das coisas sublimes, e a meditação das coisas divinas)”.
4 Aproximava-se a Páscoa, festa dos Judeus.
Dois motivos levaram São João a fazer notar a cercania da Páscoa.
1. Incontáveis grupos de judeus, oriundos do norte da Palestina, se concentravam em Cafarnaúm e desta localidade rumavam para Jerusalém. O elevado número de peregrinos proporcionava ótima ocasião para conferir ainda mais destaque ao milagre que seria realizado.
2. Ressaltando que o milagre se realiza por ocasião da Páscoa, indica que, afinal, essa festa estaria chegando à plenitude de seu simbolismo, a Páscoa Cristã.
Talvez haja ainda uma terceira razão, pois, conforme comenta Beda o Venerável, São João Batista teria sido degolado por ocasião da mesma festividade na qual Jesus sofreu a Paixão.
5Jesus levantou os olhos, sobre aquela grande multidão que vinha ter com Ele e disse a Filipe: Onde compraremos pão para que todos estes tenham o que comer?
São João omite a narração de certas peculiaridades abordadas pelos outros evangelistas, pois tem um especial encanto pelos diálogos, como se pode comprovar ao longo de sua escrita — Nicodemos (4), a Samaritana (5), a vocação dos primeiros discípulos (6), as conversas no Cenáculo (7) — não se preocupando com certos detalhes circunstanciais, por julgá-los desnecessários. Neste caso concreto, seu maior empenho concentrou-se em atrair a atenção do leitor para a essência do milagre preparatório à instituição da Eucaristia.
Em face da apetência daquela multidão, o Divino Mestre abandonou imediatamente o propósito de repouso e pôs-Se a receber a todos, pregando-lhes com pulcritude sobre o Reino de Deus, não só com a palavra, mas também com os milagres. São as incansáveis manifestações do Sagrado Coração de Jesus revelando-nos sua divina bondade, preciosíssima parcela da herança deixada por Ele à Santa Igreja. A Igreja tem compaixão, palavras de vida eterna, ampara os necessitados, tal qual o fazia seu Fundador.

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