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terça-feira, 7 de agosto de 2012

Evangelho 19º Domingo do Tempo Comum - Jo 6, 41-51

Continuação

O alimento favorece a união dos que o partilham

A alimentação, além da finalidade imediata de manter a vida do homem, tem também um importante papel social: o de unir as pessoas. Por exemplo, é em torno da mesa que a família se reúne diariamente e põe em comum, não só os alimentos, mas também os sentimentos, os ideais, o modo de ser e até os problemas caseiros. É à mesa que se desenvolve a conversa e os pais têm uma das melhores ocasiões de ir formando o espírito dos filhos.

O fato de se sentarem todos juntos para fazer a refeição estabelece um especial traço de união entre os membros de uma família, de um grupo de amigos ou de uma comunidade religiosa, que vai além das simples iguarias para valores mais altos. O alimento possui algo que favorece a união daqueles que o partilham. Os vínculos familiares, sociais ou religiosos se fortalecem e a verdadeira amizade se consolida.

É também em torno da mesa que se realizam as comemorações dos pequenos ou grandes fatos da vida.

A morte entrou pelo mau uso do alimento

Mesmo no Paraíso Terrestre, onde o homem tinha os instintos perfeitamente ordenados, é de supor que, se não tivesse havido pecado e a vida se desenvolvesse normalmente, também seria em torno do ato da nutrição que transcorreriam os melhores momentos do convívio social e familiar.

E como o maior dom de Deus à humanidade seria dado sob a forma de alimento, foi através de um elemento nutriente que o Criador quis pôr à prova nossos primeiros pais, para depois conceder-lhes tão alta dádiva: “Podes comer do fruto de todas as árvores do jardim; mas não comas do fruto da árvore da ciência do bem e do mal, porque no dia em que dele comeres, morrerás indubitavelmente” (Gn 2, 16-17). É esta a forma característica do agir de Deus. Pede uma pequena renúncia para depois dar, em recompensa, uma infinitude.

Pelo ato de comer o fruto proibido, entrou a morte no mundo; por meio do “Pão descido do Céu”, nos foi restituída a Vida: “Quem comer deste pão viverá eternamente” (Jo 6, 51). O primeiro pecado foi cometido pelo abuso de um alimento, e a salvação eterna nos vem através de outro. A Eucaristia se apresenta como uma resposta, da parte de Deus, ao pecado original, dando aos filhos de Adão infinitamente mais do que haviam perdido: é o próprio Deus que Se oferece em alimento ao homem. Não há possibilidade de um dar-se maior do que na Eucaristia: “E o Pão que Eu darei é a Minha carne para a salvação do mundo” (Jo 6, 51b).

Com tais pressupostos, melhor meditaremos neste trecho do Evangelho, aumentando nosso amor e reconhecimento ao Divino Redentor, pelo imenso dom da Eucaristia.

Continua nos próximos posts

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