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segunda-feira, 25 de março de 2013

MEU DEUS, MEU DEUS, POR QUE ME ABANDONASTES?



Causa-me assombro como essa fisionomia expressa uma forma de sofrimento de Nosso Senhor que não me lembro de ter visto representado, de modo tão preciso e extremo, em nenhum outro crucifixo.

Olhos escancarados e salientes, a tensão de toda a carnatura da face e a posição do pescoço dão a impressão de algo muito mais aflitivo do que a dor: é o mal-estar. Um mal-estar terrível, pior do que qualquer padecimento, inundando completamente a Alma adorável e o sagrado Corpo de Nosso Senhor no alto da Cruz. Dir-se-ia que, nessa posição e com essa expressão fisionômica, o Divino Redentor não estava distante de dar o brado sublime que precedeu de momentos a sua morte: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?” Tudo n’Ele está prestes a estalar, a desaparecer. O “consummatum est” se aproxima.

Sofrimento indizível, cuja consideração deve nos preparar para nos unirmos a Jesus, pelos rogos de Maria Santíssima, em nossas dores, em nossas perplexidades e aflições de espírito, nas horas em que parecemos sucumbir ao peso da angústia e pensamos estar, nós também, abandonados pela Providência.

Comentários de Plinio Correa de Oliveira sobre o milagroso crucifixo que se encontra no altar-mor da Igreja de São Francisco de Assis, em São João del Rey, MG (foto acima).


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