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sábado, 27 de julho de 2013

Evangelho XVIII Domingo do Tempo Comum – Ano C – 2013 - Lc 12, 13-21

“Naquele tempo, 13 alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: ‘Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo’. 14 Jesus respondeu: ‘Homem, quem me encarregou de julgar ou de dividir vossos bens?’ 15 E disse-lhes: ‘Atenção! Tomai cuidado contra todo tipo de ganância, porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens’. 16 E contou-lhes uma parábola: A terra de um homem rico deu uma grande colheita. 17 Ele pensava consigo mesmo: ‘Que vou fazer? Não tenho onde guardar minha colheita’. 18 Então resolveu: ‘Já sei o que vou fazer! Vou derrubar meus celeiros e construir maiores; neles vou guardar todo o meu trigo, junto com os meus bens. 19 Então poderei dizer a mim mesmo: Meu caro, tu tens uma boa reserva para muitos anos. Descansa, come, bebe, aproveita!’ 20 Mas Deus lhe disse: ‘Louco! Ainda nesta noite, pedirão de volta a tua vida. E para quem ficará o que tu acumulaste?’ 21 Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus” (Lc 12, 13-21).
 Comentários ao Evangelho 18º  Domingo do Tempo Comum – Ano C – 2013 -  Lc 12, 13-21
A tentação da “limbolatria”
Diante dos prazeres, até legítimos, que a vida nesta Terra pode oferecer, facilmente o homem se esquece da eternidade para a qual foi criado. I – A vocação trocada por uma fechadura...
 Conta-se que certa vez um monge acabou por abandonar sua vocação em troca de uma mera bagatela. Havia ele trabalhado durante anos como exímio ferreiro e, em determinado momento, sentira, em seu interior um forte impulso para seguir as vias da vida contemplativa. Deixando tudo, dirigiu-se a um mosteiro, onde foi admitido.
Passado algum tempo, foi-lhe destinada uma cela cuja porta rangia e batia sem cessar dia e noite, pois não se fechava bem. Querendo resolver o problema, nosso monge pediu licença ao superior e fabricou uma magnífica fechadura. Além disso, aproveitou para consertar a própria porta, ajustando-a melhor ao marco da parede. Afinal, conseguiu transformá-la numa peça modelar para toda a comunidade.
Encantado com seu próprio labor, passeava pelos corredores do edifício, admirado por não achar nenhuma fechadura comparável à dele, tão perfeita e bem acabada. Entretanto, com o correr dos meses, foi criando dentro de si um apego excessivo pelo acessório, aparentemente inofensivo.
Certo dia ordenou o abade uma mudança de celas na comunidade. Acabrunhado pela perspectiva de ver-se obrigado a repetir o minucioso trabalho em seu novo destino, o monge-ferreiro pediu permissão para levar consigo a fechadura. Mas, por determinação do superior, ninguém dispunha de autorização para transladar alguma parte do mobiliário na mudança de uma cela para outra. Descontente com a deliberação do prior e não estando disposto a renunciar à sua excelente fechadura, o monge arrancou-a da porta e decidiu abandonar a vocação religiosa, recebida das mãos de Deus, portando consigo o objeto de seu apego e embrenhando-se nos caminhos do mundo...
O que está por detrás da história da fechadura desse monge? É o que nos ensina o Evangelho do 18º Domingo do Tempo Comum.
O perigo da ganância
O episódio narrado neste Evangelho se passa quando Jesus e seus discípulos estavam a caminho de Jerusalém, cidade onde Ele iria consumar sua missão divina. Anteriormente, por duas vezes, já havia predito a Paixão (cf. Lc 9, 22.44). Contudo, os discípulos não entendiam o elevado significado de tal anúncio e ainda tinham a esperança de serem os primeiros no suposto reino messiânico a ser fundado por Cristo neste mundo (Cf. Lc 9, 45-46). Para corrigir essa visualização humana, Ele os enviara em missão, dando-lhes poder para expulsar os demônios, e lhes ensinara o Pai-Nosso, incitando-os à perseverança e confiança na oração (cf. Lc 10-11). Foi em meio às atividades desse ministério tão sobrenatural que foi feito ao Mestre este singular pedido.

“Naquele tempo, 13 alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: ‘Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo’”.

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