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quarta-feira, 1 de maio de 2013

EVANGELHO DO VI DOMINGO DA PÁSCOA - ANO C – 2013 Jo 14, 23-29


CONTINUAÇÃO DOS COMENTÁRIOS AO EVANGELHO DO 6º DOMINGO DA PÁSCOA - ANO C – 2013   Jo 14, 23-29


Presença íntima de Deus, como Pai e como Amigo

Com muita clareza e precisão teológica, o grande teólogo Pe. Antonio Royo Marin, OP, resume a essência dessa inabitação da Santíssima Trindade na alma do justo, afirmada por Jesus neste versículo: “Presença íntima de Deus, uno e trino, como Pai e como Amigo. Este é o fato colossal que constitui a própria essência da inabitação da Santíssima Trindade na alma justificada pela graça santificante e pela caridade sobrenatural.

No cristão, a inabitação equivale à união hipostática na pessoa de Cristo, se bem que não seja ela, mas sim a graça santificante, a que nos constitui formalmente filhos adotivos de Deus. A graça santificante penetra e embebe formalmente nossa alma, divinizando-a. Mas a divina inabitação é como a encarnação em nossas almas do absolutamente divino: do próprio ser de Deus tal como é em si mesmo, uno em essência e trino em pessoas” (9).

Estas são as maravilhas do universo sobrenatural que nos fazem, através das virtudes teologais, acompanhar frutuosamente as revelações trazidas à terra pelo Verbo Encarnado: “para que todos sejam um, como Tu, Pai, estás em Mim e Eu em Ti, para que também eles, sejam um em Nós (...) Eu neles e Tu em mim, para que a sua unidade seja perfeita.” (Jo 17, 21 e 23).

Depois de haver ensinado a grande importância do amor a Deus, ou seja, da perfeita caridade, nos versículos posteriores, Jesus estimula os discípulos à prática das duas outras virtudes teologais: a da Fé e a da Esperança.

CONCLUSÃO

A essa impostação de espírito nos convida o Evangelho de hoje. Jesus não está visível entre nós, pois, há dois milênios, subiu ao Céu. Entretanto, pelo sacramento do Batismo e pela ação do Espírito Santo, sua figura se encontra delineada em nossas almas, convidando-nos a amá-Lo com exclusividade. As graças nos amparam nesse caminho. Toda a nossa existência gira em torno de dois únicos amores, pois não há um terceiro: o amor a Deus levado até o esquecimento de si mesmo, ou o amor a si próprio levado ao esquecimento de Deus.

Qual desses amores é praticado por nossa era histórica, e quais as conseqüências correspondentes? Eis uma boa questão para se considerar com toda seriedade por ocasião da Ascensão do Senhor ao Céu, de onde virá julgar os vivos e os mortos, ou seja, os que amaram e os que se recusaram a amar.

1) Obras de San Agustín, BAC, t. VII, p. 568 2) Idem, t. XIV, p. 509 3) Suma Teológica III, q 1, a 1; Contra Gentes: I. III, c XI, n. 1. 4) São Tomás nos ensina ser tão eficaz o amor de Deus que chega a infundir o bem na criatura por Ele amada: “O amor de Deus cria e infunde o bem” (Suma Teológica I, q. 20, a. 2). 5) Veja-se, por exemplo, Mt, 28, 19; 2Cor 13,13; ou IPe 1,2. 6) Suma Teológica I, q 8, a 1 7) Suma Teológica I, q 8, a 3 8) Santo Agostinho, apud Catena Áurea. 9) Somos hijos de Dios, BAC — Madri, 1977, pp. 47 e 48.

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