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sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Evangelho I Domingo do Advento - Ano C - Lc 21, 25-28.34-36

Comentários ao Evangelho 1º Domingo do Advento - Ano C - Lc 21, 25-28.34-36
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:
25“Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas, com pavor do barulho do mar e das ondas. 26Os homens vão desmaiar de medo, só em pensar no que vai acontecer ao mundo, porque as forças do céu serão abaladas.
27Então eles verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem com grande poder e glória. 28Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima.
34Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós; 35pois esse dia cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes de toda a terra.
36Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de terdes força para escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes em pé diante do Filho do Homem”. (Lc 21, 25-28.34-36).
As três vindas do Senhor
No Natal, o Messias desceu à terra sob os véus da humildade. No fim dos tempos, virá em todo esplendor e glória, como supremo Juiz. Entre essas duas vindas, segundo São Bernardo de Claraval, há uma “terceira vinda” de Jesus, que ocorre a todo instante de nossa vida.
I – As duas vindas de Cristo
A despreocupação com que a criança vive e brinca lhe advém em grande medida da confiança no apoio, para ela infalível, do pai ou da mãe. Essa salutar segurança é, sem dúvida, uma das razões para a desanuviada e contagiante alegria infantil.
Relacionamento semelhante a esse entre filhos e pais, na ordem natural, observa-se também entre o homem e Deus, na ordem espiritual. É o que poeticamente exprime a Sagrada Escritura ao dizer: “Mantenho em calma e sossego a minha alma, tal como uma criança no seio materno, assim está minha alma em mim mesmo” (Sl 130, 2).
Deus é muito mais do que um pai terreno

terça-feira, 18 de abril de 2017

EVANGELHO II DOMINGO DA PÁSCOA – ANO A

COMENTÁRIOS AO EVANGELHO II DOMINGO DA PÁSCOA – ANO A 
9 Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo -Se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”.
20 Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se a alegraram por verem o Senhor.
21 Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai Me enviou, também vos envio”. 22 E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. 23 A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem os não perdoardes, eles lhes serão retidos”.
24 Tomé, chamado Dídimo, que era um dos Doze, não estava com eles quando Jesus veio. 25 Os outros discípulos contaram-lhe depois: “Vimos o Senhor!” Mas Tomé disse-lhes: “Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei”.
26 Oito dias depois, encontravam-se os discípulos novamente reunidos em casa, e Tomé estava com eles. Estando fechadas as portas, Jesus entrou, pôs-Se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”.
27 Depois disse a Tomé: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel”. 28 Tomé respondeu “Meu Senhor e meu Deus!” 29 Jesus lhe disse: “Acreditaste, por que Me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!”
30 Jesus realizou muitos outros sinais diante dos discípulos, que não estão escritos neste livro. 31 Mas estes foram escritos para que acrediteis que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome (Jo 20, 19-31).
A bem-aventurança de crer no testemunho da Igreja
São Tomé não acreditou em São Pedro e nos demais Apóstolos quando lhe anunciaram a Ressurreição do Senhor. Nós somos convidados a adquirir a bem-aventurança, crendo no que a Igreja nos ensina.
I- A PRIMEIRA APARIÇÃO DE JESUS AO COLÉGIO APOSTÓLICO
Nosso Senhor Jesus Cristo, se quisesse, poderia ter ascendido aos Céus imediatamente após a Ressurreição. Entretanto, tal é o seu empenho em nos salvar que quis permanecer ainda quarenta dias na Terra, manifestando-Se em várias ocasiões a numerosas testemunhas, para deixar patente sua vitória sobre a morte e demonstrar ser Ele a garantia de nossa ressurreição. Com efeito, todos nós abandonaremos esta vida — uns antes, outros depois —, mas a Fé nos dá a certeza de que, se morrermos na graça de Deus, um dia nos congregaremos no Vale de Josafá (cf. Jl 4, 2), à direita do Supremo Juiz, e, tendo retomado nossos corpos em estado glorioso, subiremos “ao encontro do Senhor nos ares” (I Ts 4, 17), para com Ele habitarmos no Paraíso Celeste, O penhor dessa realidade futura está presente de modo especial no Evangelho proposto pela Igreja para este domingo de encerramento da Oitava da Páscoa.
Um fator providencial: o medo
19 Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou...
O Evangelho se abre com um episódio ocorrido no próprio dia da Ressurreição. Desde a aurora haviam se sucedido umas às outras as notícias sobre as aparições do Senhor e, embora os Apóstolos não lhes tivessem dado crédito, São Pedro e São João haviam constatado estar vazio o sepulcro (cf. Jo 20, 3-8). Ao cair da tarde, ainda os encontramos reunidos no Cenáculo. Temerosos de que os judeus viessem à sua procura e os levassem para a prisão, fecharam bem todas as portas do local. Não obstante, enquanto conversavam — talvez em voz baixa, receosos das ameaças que sobre eles pairavam —, de repente, “Jesus entrou”.

quinta-feira, 23 de março de 2017

Evangelho Solenidade da Anunciação do Senhor – 25 de Março

Comentários ao Evangelho da Solenidade da Anunciação do Senhor – 25 de Março
Naquele tempo, 26 o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27 a uma Virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da Virgem era Maria.
28 O Anjo entrou onde Ela estava e disse: “Alegra-Te, cheia de graça, o Senhor está contigo!”
29 Maria ficou perturbada com essas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação.
30 O Anjo, então, disse-Lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31 Eis que conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus. 32 Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai Davi. 33 Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu Reino não terá fim”.
34 Maria perguntou ao Anjo: “Como acontecerá isso, se Eu não conheço homem algum?”
35 O Anjo respondeu: “O Espírito virá sobre Ti, e o poder do Altíssimo Te cobrirá com sua sombra. Por isso, o Menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus.
36 Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37 porque para Deus nada é impossível”.
38 Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em Mim segundo a tua palavra!” E o Anjo retirou-se (Lc 1, 26-38).
Maria seria capaz de restabelecer a ordem no universo?
A Solenidade da Anunciação do Senhor é a mais bela ocasião para celebrar a restauração da harmonia no universo. É a comemoração do dia no qual a criação passou a transluzir com um brilho todo divino, pelos méritos de Maria Santíssima.
Um Universo composto por criaturas com deficiências
Se nos fosse dado contemplar a imensidade dos possíveis de Deus, ou seja, o incontável número de seres que Ele poderia ter criado em sua onipotência, veríamos criaturas semelhantes às deste mundo, mas sem os seus característicos defeitos. Por exemplo, ouriços constituídos sem meios de causar mal aos homens; pernilongos lindíssimos dotados de uma picada agradável e benfazeja; urubus de figura tão elegante quanto os seus voos, e assim por diante.
Por que não pôs Deus no universo criaturas assim, sem qualquer defeito, as quais poderiam ter sido criadas e não o foram?
Pergunta esta de difícil resposta. O certo, porém, é que no universo no qual vivemos três criaturas são insuperáveis: a humanidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, unida hipostaticamente à divindade; a visão beatífica e Nossa Senhora.1 Todos os outros seres, considerados individualmente, poderiam ser mais perfeitos.

quarta-feira, 15 de março de 2017

Homilia Solenidade de São José, esposo da Virgem Maria

COMENTÁRIOS DE MONS. JOÃO CLÁ DIAS AO EVANGELHO SOLENIDADE DE SÃO JOSÉ -  Mt 1, 1 6. 18-2 1 .24a
Para ler os comentários clique na imagem abaixo.

quinta-feira, 2 de março de 2017

Evangelho I Domingo da Quaresma - Ano A

Comentários ao Evangelho I Domingo da Quaresma - Ano A
Naquele tempo, 1 o Espírito conduziu Jesus ao deserto, para ser tentado pelo diabo.
2 Jesus jejuou durante quarenta dias e quarenta noites, e, depois disso, teve fome.  Então, o tentador aproximou-se e disse a Jesus: “Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pãesl” 4Mas Jesus respondeu: “Está escrito: ‘Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”.
5 Então o diabo levou Jesus à Cidade Santa, colocou-O sobre a parte mais alta do Templo, 6 Lhe disse: “Se és Filho de Deus, lança-Te daqui abaixo! Porque está escrito Deus dará ordens aos seus Anjos a teu respeito, e eles Te levarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra”. Jesus lhe respondeu: “Também está escrito: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus!”
8 Novamente, o diabo levou Jesus para um monte muito alto. Mostrou-Lhe todos os reinos do mundo e sua glória,  Lhe disse: “Eu Te darei tudo isso, se Te ajoelhares diante de mim, para me adorar”. 10 Jesus lhe disse: “Vai-te embora, satanás, porque está escrito: ‘Adorarás ao Senhor teu Deus e somente a Ele prestarás culto”. 11 Então o diabo O deixou. E os Anjos se aproximaram e serviram a Jesus (Mt 4, 1 - 1 1).
Sua vitória é nossa força
Ao triunfar sobre o demônio e as tentações no deserto, Nosso Senhor nos dá a principal garantia de que também nós, sustentados pela graça, podemos transpor incólumes todas as lutas espirituais.
“A VIDA DO HOMEM SOBRE A TERRA É UMA LUTA”
Os fenômenos da natureza humana, mesmo os mais comuns, não raras vezes obedecem a leis que, ao serem analisadas com atenção, podem nos proporcionar valiosas lições. E o que acontece quando sofremos uma fratura e somos obrigados, por exemplo, a manter engessado durante longo período um braço ou uma perna. No momento em que o gesso é retirado comprovamos que o membro atingido, embora antes fosse forte e vigoroso, tornou-se flácido. A musculatura ficou atrofiada pela imobilidade, sendo necessário submetê-la a sessões de fisioterapia para readquirir seu aspecto normal. Algo parecido se verifica com o homem que trabalhou a vida inteira e, ao se aposentar, opta por uma existência sedentária, permanecendo sentado na maior parte do dia numa confortável cadeira de balanço. Tal regime o expõe, com o tempo, a alguma grave doença, pois a constituição do ser humano exige movimento, esforço e combate.
Isso tem sua reversibilidade na vida espiritual, e até com maior razão. Nossa alma precisa exercitar-se constantemente na virtude a fim de aderir ao bem com toda a força, para o que as dificuldades, sobretudo a tentação, contribuem com um importante estímulo, como recorda Santo Agostinho: “Nossa vida neste desterro não pode existir sem tentação, já que o nosso progresso é levado a cabo pela tentação. Ninguém se conhece a si mesmo se não é tentado; nem pode ser coroado se não vence; nem vence se não peleja; nem peleja se lhe faltam inimigo e tentações” .
A Liturgia deste 1º Domingo da Quaresma nos ensina a reconhecer a necessidade e o valor da tentação.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

EVANGELHO DE SÃO MATEUS 16, 13–19

 COMENTÁRIOS AO EVANGELHO DE SÃO MATEUS 16, 13–19

Naquele tempo, 13Jesus foi à região de Cesaréia de Filipe e ali perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” 14Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”. 15Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” 16Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”.
17Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. 18Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. 19Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”. (Mt 16,13-19
 Pode o Papa errar?
Em 22 de fevereiro a Igreja comemora a festa da Cátedra do Apóstolo Pedro, a rocha sobre a qual deixou Nosso Senhor Jesus Cristo alicerçada a sua Igreja, e sede infalível da verdade.
I – A natureza humana perante a infalibilidade
Uma curiosa experiência nos facilita compreender quão deficiente é o homem na objetividade em observar e narrar o que vê e ouve. Consiste em dispor um bom número de pessoas, e fazer circular entre elas, desde a primeira até a última, um qualquer comunicado oral, cada uma devendo ouvi-lo da anterior e transmiti-lo à seguinte. Nessas transmissões verbais sucessivas acontece por vezes tal distorção que o comunicado chega ao final com um significado totalmente diverso . quando não contrário… . do inicial.
Falhas como essa são conseqüências do pecado original. Por causa deste, a natureza humana .é lesada em suas próprias forças naturais, submetida à ignorância, ao sofrimento e ao império da morte, e inclinada ao pecado. (Catecismo da Igreja Católica, nº 405).
A transmissão fidedigna de uma verdade e, sobretudo, sua interpretação e conservação, constituíam problemas já para os povos da antiguidade. Mais difícil ainda era explicitar, sem erro, questões metafísicas e sobrenaturais. Nem os tão admirados gregos, romanos e egípcios, com toda a sua sabedoria e ciência, escaparam a esse mal.
O conhecimento das verdades divinas pela religião natural
A partir de nossa razão e da observação das coisas criadas, podemos conhecer muito a respeito de Deus. É a isso que os teólogos católicos chamam de teologia natural, ou religião natural.
 As verdades que os homens podem assim alcançar incluem especialmente a existência de Deus e seus atributos (eternidade, invisibilidade, poder, etc).
Sobre a capacidade humana de atingi-las, São Paulo nos ensina na epístola aos romanos: .Porquanto o que se pode conhecer de Deus, eles [os pagãos] o lêem em si mesmos, pois Deus lho revelou com evidência. Desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus, o seu sempiterno poder e divindade, se tornam visíveis à inteligência, por suas obras; de modo que não se podem escusar. (1, 19-20).
Significativamente, já nos tópicos seguintes desta epístola, o Apóstolo mostra a infidelidade dos gentios a esse conhecimento do Criador, adquirido por meio da religião natural: .Porque, conhecendo a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças. Pelo contrário, extraviaram-se em seus vãos pensamentos, e se lhes obscureceu o coração insensato. Pretendendo-se sábios, tornaram-se estultos. Mudaram a majestade de Deus incorruptível em representações e figuras de homem corruptível, de aves, quadrúpedes e répteis. Por isso, Deus os entregou aos desejos dos seus corações, à imundície, de modo que desonraram entre si os próprios corpos. (1, 21-24).
Essa constatação de São Paulo é um fato universal, verificado ao longo de toda a História. Mesmo quando os homens, por si mesmos, conhecem verdades da teologia natural, não são capazes de conservá-las íntegras e sem erro.

sábado, 11 de fevereiro de 2017

EVANGELHO VII DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO A

COMENTÁRIOS AO EVANGELHO VII DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO A - Mt 5, 38-48
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 38 “Vós ouvistes o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’  Eu, porém, vos digo: Não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá um tapa na face direita, oferece-lhe também a esquerda! 40 Se alguém quiser abrir um processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto!  41 Se alguém te forçar a andar um quilômetro, caminha dois com ele! 42 Dá a quem te pedir e não vires as costas a quem te pede emprestado.  Vós ouvistes o que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo!’ Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem! 1 Assim, vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos Céus, porque Ele faz nascer o Sol sobre maus e bons, e faz cair a chuva sobre os justos e injustos. 46 Porque, se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Os cobradores de impostos não fazem a mesma coisa? ‘ E se saudais somente os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Os pagãos não fazem a mesma coisa? 48 Portanto, sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5, 38-48).
I – A IMPORTÂNCIA DO SERMÃO DA MONTANHA
No Evangelho se São Mateus o Sermão da Montanha ocupa três capítulos inteiros — do quinto ao sétimo —, e a Santa Igreja de tal forma valoriza esta pregação do Divino Mestre que lhe destinou seis domingos consecutivos do presente Ciclo Litúrgico, a fim de nos permitir considerá-la com maior profundidade e proveito espiritual. Assim, em domingos anteriores pudemos admirar a beleza das oito Bem-aventuranças (cf. Mt 5, 1-11), recebemos o convite de sermos sal e luz para o mundo (cf. Mt 5, 13-14) e consideramos as palavras de Jesus sobre o pleno cumprimento que Ele veio dar à Lei de Moisés (cf. Mt 5, 17). No próximo domingo veremos a impossibilidade de se servir, ao mesmo tempo, a Deus e às riquezas (cf. Mt 6, 24) e, por fim, no 9 Domingo, Nosso Senhor nos alertará sobre o risco de se construir a casa sobre a areia (cf. Mt 7, 24-27).
É no Evangelho deste 7º Domingo do Tempo Comum, entretanto, que se encontra o cerne de todo o Sermão da Montanha, o qual nos indica a via segura para atingirmos a santidade. No que consiste ser santo? Em alcançar a ousada meta traçada pelo Divino Mestre: “Sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito”.

domingo, 15 de janeiro de 2017

Evangelho III Domingo do Tempo Comum – Ano A - Mt 4, 12-23

Comentários ao Evangelho III Domingo do Tempo Comum – Ano A
12 Ao saber que João tinha sido preso, Jesus voltou para a Galileia. 13 Deixou Nazaré e foi morar em Cafarnaum, que fica às margens do Mar da Galileia, 14 no território de Zabulon e Neftali, para se cumprir o que foi dito pelo profeta Isaías: 15 “Terra de Zabulon, terra de Neftali, caminho do mar, região do outro lado do rio Jordão, Galileia dos pagãos! 16 O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz e para os que viviam na região escura da morte brilhou uma luz”. 17 Daí em diante Jesus começou a pregar dizendo: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo”. 18 Quando Jesus andava à beira do Mar da Galileia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Estavam lançando a rede ao mar, pois eram pescadores. 19 Jesus disse a eles: “Segui-Me, e Eu farei de vós pescadores de homens”. 20 Eles imediatamente deixaram as redes e O seguiram.
21 Caminhando um pouco mais, Jesus viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João. Estavam na barca com seu pai Zebedeu consertando as redes. Jesus os chamou. 22 Eles imediatamente deixaram a barca e o pai, e O seguiram.
23 Jesus andava por toda a Galileia, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo tipo de doença e enfermidade do povo (Mt 4, 12-23).
O início da vida pública
Por que terá escolhido Jesus a diminuta Nazaré para viver, e a dissoluta Cafarnaum para iniciar sua pregação? Na vida do Salvador todos os acontecimentos se explicam por elevadas razões de sabedoria.
I – Fim do regime da lei e dos profetas
12 Ao saber que João tinha sido preso, Jesus voltou para a Galileia.
A prisão do Precursor, determina o fim do regime da Lei e dos profetas e o começo da pregação sobre o Reino dos Céus, conforme veremos na Liturgia deste 3º Domingo do Tempo Comum.
“Entre o jejum e as tentações de Cristo no deserto e a prisão e o martírio do Batista — que São Mateus contará detalhadamente mais adiante (14, 3-12) —, decorre um lapso de tempo de alguns meses, durante o qual Jesus exercita seu primeiro ministério nas terras da Judeia e Samaria. O Evangelista São João é o único que nos faz conhecer essa lacuna deixada pelos sinópticos. Jesus Cristo, depois dos quarenta dias que passou no deserto, voltou para onde estava o Batista, pregando às margens do Jordão. Ao vê-Lo, João testemunha que Aquele é o Cordeiro que vem destruir o pecado no mundo, e alguns discípulos começam a seguir Jesus. Este vem com eles para a Galileia, onde opera seu primeiro milagre em Caná; dali parte para Cafarnaum; depois de poucos dias volta à Judeia para celebrar a Páscoa. Prega e realiza alguns milagres em Jerusalém, o que dá ocasião ao colóquio noturno com Nicodemos. Durante alguns meses continua pregando nas regiões da Judeia e, nessa ocasião, é preso o Batista. Por este motivo, empreende Cristo sua volta à Galileia, passando pela Samaria (Jo 1, 29—4, 4).
“São João Batista foi entregue ao tetrarca Herodes Antipas pelos escribas e fariseus, como insinua o mesmo Cristo mais adiante (cf. Mt 17, 12). É esta a razão pela qual Cristo foge para a Galileia, apesar de esta província estar sob o domínio de Herodes, inimigo do Batista. Os fariseus da Judeia ficavam muito incomodados — como adverte São João (4, 1) — pelo fato de os discípulos de Jesus serem mais numerosos que os do Batista, e teriam aproveitado, sem dúvida, qualquer ocasião favorável que se lhes apresentasse, para pôr também Cristo nas mãos de Herodes”.1

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Evangelho Missa da Noite do Natal do Senhor (Missa do Galo) - Ano A

Comentários ao Evangelho da Missa da Noite do Natal do Senhor - Missa do Galo - Ano A -
Mons João Clá Dias
Aconteceu que, naqueles dias, César Augusto publicou um decreto, ordenando o recenseamento de toda a terra. Este primeiro recenseamento foi feito quando Quirino era governador da Síria. Todos iam registrar-se cada um na sua cidade natal. Por ser da família e descendência de Davi, José subiu da cidade de Nazaré, na Galiléia, até a cidade de Davi, chamada Belém, na Judéia, para registrar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. Enquanto estavam em Belém, completaram-se os dias para o parto e Maria deu à luz o seu filho primogênito. Ela o enfaixou e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para eles na hospedaria.
Naquela região havia pastores que passavam a noite nos campos, tomando conta do seu rebanho. Um anjo do Senhor apareceu aos pastores, a glória do Senhor os envolveu em luz e eles ficaram com muito medo. O anjo, porém, disse aos pastores: Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que o será para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador, que é o Cristo Senhor. Isto vos servirá de sinal: Encontrareis um recém-nascido envolvido em faixas e deitado numa manjedoura. E, de repente, juntou-se ao anjo uma multidão da corte celeste. Cantavam louvores a Deus, dizendo: Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados.
O Evangelho do nascimento do Menino Jesus
Ao nos aproximarmos do Presépio, meditemos sobre aqueles acontecimentos que marcaram para sempre a História e que uma palavra hebraica sintetiza com justeza: Emanuel. Quer dizer “Deus conosco”, o próprio Senhor de todas as coisas assumiu a natureza humana e veio para estar no meio de nós.
A linguagem da Escritura
1Aconteceu que naqueles dias, César Augusto publicou um decreto, ordenando o recenseamento de toda a terra.
São Lucas, ao introduzir o tema, não se exprime com exageros didáticos, mas sim, com encantadora singeleza. Encontramos esta mesma simplicidade ao longo de toda a Sagrada Escritura. Não se trata apenas de um princípio de sabedoria, mas de arte literária: ao se descrever algo substancialmente grandioso, torna-se desnecessário utilizar uma linguagem enfática. A ênfase é indispensável quando queremos chamar a atenção para algo que, de si, não tem ou parece não ter importância.
O que São Lucas descreverá é o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, fato insuperável na História. Deus se fez Homem! O que mais dizer?

domingo, 20 de novembro de 2016

Evangelho I Domingo do Advento- Ano A

Comentários ao Evangelho I Domingo do Advento - Ano A 
Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos: 37 “A vinda do Filho do Homem será como no tempo de Noé. 38 Pois nos dias, antes do dilúvio, todos comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. 39 E eles nada perceberam, até que veio o dilúvio e arrastou a todos. Assim acontecerá também na vinda do Filho do Homem. 40 Dois homens estarão trabalhando no campo: um será levado e o outro será deixado. 41 Duas mulheres estarão moendo no moinho: uma será levada e a outra será deixada. 42 Portanto, ficai atentos! porque não sabeis em que dia virá o Senhor. 43 Compreendei bem isso: se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão, certamente vigiaria e não deixaria que a sua casa fosse arrombada. 44 Por isso, também vós ficai preparados! Porque na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá” (Mt 24, 37-44).
Mons João Clá Dias
A vigilância: uma esquecida virtude?
Ao se iniciar o Ano Litúrgico, o Divino Mestre nos exorta a termos sempre diante dos olhos o fim último para o qual fomos criados e a estarmos preparados para o encontro com o Supremo Juiz. Para tal é indispensável a prática de uma virtude muitas vezes esquecida ou menosprezada: a vigilância.
FUNDAMENTAL ViRTUDE DA VIGILÂNClA
Ao contemplar a natureza, seja no campo aberto, ou no interior de uma floresta, chamam-nos a atenção certos aspectos, dos quais podemos haurir uma lição para nossa vida espiritual. Vemos, por exemplo, o voo de um pássaro levando no bico um graveto a fim de construir o ninho para colocar os ovos e perpetuar sua espécie. Aquilo é feito com a precisão de um marceneiro — apenas por instinto e não por ter inteligência —, uma verdadeira obra de arte. Imaginemos, então, que essa ave recebesse uma alma, não como o principium vitæ que vegetais e animais têm, mas uma alma imortal como a do homem, que subsiste mesmo quando separada do corpo pela morte. Em tal caso, caberia ao pássaro considerar mais valioso o ninho que ele está armando ou a existência eterna de sua nova alma? A segunda opção é evidente. Sem deixar de fazer o ninho, ele deveria concentrar a primeira preocupação no seu destino sempiterno.
Ora, Deus dotou o homem desta alma imortal. A morte atinge apenas a parte animal da natureza humana, o corpo, o qual ainda ressuscitará. Por conseguinte, o homem tem obrigação de dar mais importância à alma que ao corpo, tudo fazendo com vistas à eternidade, sem, no entanto, descuidar do que é transitório, sem deixar de trabalhar, de ordenar o lar, de educar os filhos, caso siga a via matrimonial, ou de cumprir outras obrigações se abraçou a via religiosa. Não obstante, muitas vezes ocorre uma tragédia: o homem volta-se exageradamente para as coisas concretas e se esquece do que advirá após sua morte e no Juízo Universal.
Com o Advento inicia-se um novo Ano Litúrgico. As quatro semanas deste período simbolizam os milênios que a humanidade esperou pelo nascimento do Salvador. São dias de penitência e de expectativa que a Igreja propõe como preparação para a vinda do Menino Jesus, na Solenidade do Natal, bem como no fim dos tempos.
Por isso, a Liturgia do l Domingo do Advento tem em seu início o seguinte pedido, na Oração do Dia: “concedei aos vossos fiéis o ardente desejo de possuir o Reino Celeste, para que, acorrendo com as nossas boas obras ao encontro do Cristo que vem, sejamos reunidos à sua direita na comunidade dos justos”.1E no desejo ardente do Céu e fixando nossos olhos no fim do mundo e na eternidade que teremos forças para praticar a virtude e realizar boas obras.
Em tempo de guerra, se uma sentinela dorme no posto a corte marcial a sujeitará a penas severas por ter abandonado sua obrigação; todos nós somos sentinelas numa guerra muito mais grave do que a defesa da pátria terrena. São Pedro diz que o demônio ronda em torno de nós como um leão, querendo nos devorar (cf. I Pd 5, 8). Constantemente nos vemos cercados de perigos e, se queremos salvar nossa alma, é preciso estar sempre em estado de alerta, sermos vigilantes.
Vigilância: eis o sinal distintivo do Evangelho que abre o Ano Litúrgico.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

EVANGELHO DA SOLENIDADE DE CRISTO REI CRISTO REI - Ano C

COMENTÁRIOS AO EVANGELHO DA SOLENIDADE DE CRISTO REI CRISTO REI -  ANO C - Lc 23, 35-43
Mons. João Scognamiglio Clá Dias,EP
O povo estava a observar. Os príncipes dos sacerdotes com o povo O escarneciam dizendo: “Salvou os outros, salve-Se a Si mesmo, se é o Cristo, o escolhido de Deus!” 36 Também o insultavam os soldados que, aproximando-se dele e oferecendo-lhe vinagre, 37 diziam: “Se és o Rei dos judeus, salva-Te a Ti mesmo!” 38 Estava também por cima de sua cabeça uma inscrição: “Este é o Rei dos judeus”. 39 Um daqueles ladrões que estavam suspensos da cruz, blasfemava contra ele, dizendo: “Se és o Cristo, salva-Te a Ti mesmo e a nós” 40 O outro, porém, tomando a palavra, repreendia-o dizendo: “Nem tu temes a Deus, estando no mesmo suplício? 41 Quanto a nós se fez justiça, porque recebemos o castigo que mereciam nossas ações, mas Este não fez nenhum mal.” 42 E dizia a Jesus: “Senhor, lembra-Te de mim, quando entrares no teu Reino!” 43 Jesus disse-lhe: “Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso.” (Lc 23, 35-43).
REI NO TEMPO E NA ETERNIDADE
Ao ouvirmos este Evangelho da Paixão, de imediato surge em nosso interior uma certa perplexidade: por que a Liturgia, para celebrar uma festa tão grandiosa como a de Cristo Rei, terá escolhido um texto todo ele feito de humilhação, blasfêmia e dor?
Tanto mais que, em extremo contraste com esse trecho de São Lucas, a segunda leitura de hoje nos apresenta Jesus Cristo como sendo “a imagem do Deus invisível, o Primogênito de toda a criação (...) porque foi do agrado do Pai que residisse n’Ele toda a plenitude” (Col 1, 15 e 19). Como conciliar esses dois textos, à primeira vista, tão contraditórios?

domingo, 16 de outubro de 2016

Evangelho XXX Domingo do Tempo Comum – Ano C – Lc 18,9-14



Comentários ao Evangelho 30º Domingo do Tempo Comum – Ano C – Lc 18,9-14
Naquele tempo, 9Jesus contou esta parábola para alguns que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os outros: 10“Dois homens subiram ao Templo para rezar: um era fariseu, o outro cobrador de impostos.
11O fariseu, de pé, rezava assim em seu íntimo: ‘Ó Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens, ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este cobrador de impostos. 12Eu jejuo duas vezes por semana, e dou o dízimo de toda a minha renda’.
13O cobrador de impostos, porém, ficou a distância, e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador!’
14Eu vos digo: este último voltou para casa justificado, o outro não. Pois quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado”. (Lc 18,9-14)
Quando é inútil rezar?
Se quisermos ter certeza de que nossa oração é atendida por Deus, devemos imitar o modo de rezar do publicano, humilhando-nos diante dEle e pedindo perdão por nossos pecados.
Mons. João Clá Dias, E.P.
I - O orgulho: causa de todos os vícios
"Serpentes! Raça de víboras!" Eis alguns dos títulos saídos dos divinos lábios de Jesus para designar os fariseus. Nesse mesmo capítulo (23) de Mateus, estão agrupadas as principais recriminações de que foram objeto: eram "hipócritas", despojavam as viúvas, fechavam as portas do Reino do Céu, transformavam seus prosélitos em filhos do inferno, eram "insensatos guias de cegos", "sepulcros caiados", herdeiros da maldição pelo "sangue inocente derramado sobre a terra".
Na realidade, foram eles os mais ferrenhos opositores ao Reino de Deus, trazido pelo Messias. E apesar de as provas a respeito do Reino serem numerosas e evidentes, eles não só as rejeitavam como, se lhes era possível, silenciavam-nas ou ofereciam malévolas interpretações às mesmas.
Em suas almas, onde estaria fixada a raiz desse terrível pecado contra o Espírito Santo?
A mais perigosa das vaidades