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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Evangelho XXV Domingo do Tempo Comum - Ano C - 2013 - Evangelho Lc 16, 1-13

Continuação dos comentários ao Evangelho 25º Domingo do Tempo Comum - Ano C - 2013 - Lc 16, 1-13
Súbita prestação de contas
2 Chamou-o e disse-lhe: Que é isto que eu ouço dizer de ti? Dá conta de tua má administração; não mais poderás ser meu feitor.
O senhor da parábola não demonstra ser muito vigilante por seus próprios bens, pois é só depois de receber de outros as informações a respeito da má conduta de seu administrador é que se põe a campo para retomar o controle da situação. O auxílio para ter uma real noção dos negócios e empreendimentos de sua propriedade lhe chega aos ouvidos através de pessoas invejosas e que desejam permanecer no anonimato para não se exporem a represálias ou vinganças.
É compreensível a atitude do senhor de pedir contas, pois nós também, em nosso relacionamento com Deus, “quando, em vez de administrar de modo a agradar-Lhe os bens que nos foram confiados, abusamos deles para satisfazer nossos gostos, convertemo-nos em arrendatários culpáveis”.
Ademais, percebe-se por essa sentença proferida pelo senhor, sua impossibilidade de aplicar um castigo proporcionado. “Não mais poderás ser meu administrador, por ser esta a primeira sanção que recebe quem administra mal os bens de seu amo, e também por não poder nem ser costume um rico castigar de outra maneira, pois o feitor não é um escravo que podia ser açoitado ou morto, mas um homem livre ao qual o senhor não podia dar outro castigo senão o de privar da honra e do cargo. Assim se pode aplicar ao pecador que, por sua má administração, isto é, por sua má observância da Lei de Deus, não é sempre removido de sua função nem excluído da Igreja, não é sempre privado de sua dignidade eclesiástica nem despojado dos bens que administrou mal, mas sempre é castigado”.
“Dá conta de tua má administração...” Um raio lhe atravessa o caminho. Quiçá, jamais tenha prestado contas durante a vida, e nada levava com ordem. Pela primeira vez, vê-se na contingência de reconhecer a existência de um senhor, ante o qual deve responder por seus atos. Quantos de nós não fazemos os mesmos equivocados cálculos? Só na hora do juízo de Deus, realizamos sermos meros administradores dos bens... Um certo dia, desconhecido por nós, mas não muito longínquo, seremos demitidos de nossa administração dos bens deste mundo. Prestadas as contas, qual será nosso destino eterno?

“A mesma coisa nos diz o Senhor todos os dias, apresentando-nos como exemplo aquele que, gozando de saúde ao meio-dia, morre antes da noite, e aquele que expira em uma festa: assim deixamos a administração de vários modos. Mas o bom administrador, o qual tem confiança, devido à sua boa administração, deseja dissolver-se como São Paulo e estar com Cristo; enquanto quem se apega aos bens da terra se encontra cheio de angústia na hora derradeira” .
Consciência da culpa
3 Então o feitor disse consigo: Que farei, visto que o meu senhor me tira a administração? Cavar não posso, de mendigar tenho vergonha.
“O feitor nem sequer tenta uma autodefesa. Tem a consciência machada e sabe perfeitamente que é verdade o que chegou ao conhecimento do senhor” 7.
Vemos neste versículo o retrato daqueles que viveram negligentemente ao longo de sua existência terrena, tal como afirma São João Crisóstomo. Se esse administrador estivesse habituado ao trabalho, não temeria ser despedido.
E nós? Poderemos trabalhar pela nossa salvação após a morte? Como nos precavermos em face a esse futuro?
Diligência do mau administrador para garantir seu futuro
4 Já sei o que hei de fazer, para que, quando for removido da administração, haja quem me receba em sua casa.
Usando de monólogos, também nós, em muitas ocasiões, tomamos nossas decisões como o fez o administrador. Para satisfazer sua preguiça e seu orgulho, evitando o trabalho e a mendicância, ele idealiza um meio eficaz que, em função de seu mau caráter, uma vez mais não levará em conta os interesses de seu senhor, mas sim os de seu egoísmo.
Os comentaristas aproveitam a reação desse mau feitor para mostrar como ele, tendo diante dos olhos um fim muito claro — o de sua própria subsistência —, pôs-se imediatamente a campo e usou dos meios para atingi-lo. Reprovando seu relaxamento moral, fazem eles uma aplicação ao caso específico de nossa salvação eterna. Se tivéssemos robusta convicção a respeito de nossa vida post-mortem, o fim último de nossa existência, seríamos mais diligentes em aplicar os devidos meios para obter a perpétua felicidade.
Sublinham eles de modo especial essa tenacidade do administrador em alcançar seus objetivos e a tomam como exemplo para nós “porque todo aquele que, prevendo seu fim, alivia com boas obras o peso de seus pecados (perdoando a quem lhe deve ou dando boas esmolas aos pobres), e dá liberalmente os bens do senhor, granjeia muitos amigos que hão de prestar bom testemunho dele perante o juiz, não com palavras, mas manifestando suas boas obras, e de preparar-lhe, com seu testemunho, a mansão do consolo. Nada há que seja nosso, pois tudo é do domínio de Deus”.
A pressa para atingir objetivos neste mundo
Continua no próximo post.

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