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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

XXV Domingo do Tempo Comum - Ano C - 2013 - Evangelho Lc 16, 1-13

Continuação dos comentários ao Evangelho 25º Domingo do Tempo Comum - Ano C - 2013 - Lc 16, 1-13
A pressa para atingir objetivos neste mundo
5 E chamando a cada um dos devedores do seu senhor, disse ao primeiro: ‘Quanto deves ao meu senhor?’ 6 Ele respondeu: ‘Cem medidas de azeite’. Então disse-lhe: ‘Toma o teu recibo, senta-te e escreve depressa: cinquenta’. 7 Depois disse a outro: ‘Tu quanto deves?’ Ele respondeu: ‘Cem medidas de trigo’. Disse-lhe o feitor: ‘Toma o teu recibo e escreve oitenta’.
“Não podeis servir a Deus e ao
dinheiro” (Lc 16, 13)
Sobre quais seriam esses devedores e a transposição dessas medições aos usos desta ou daquela atualidade, pululam entre os autores hipóteses e cálculos. Por que se trata de dois devedores, e nem mais nem menos, para significar que devemos granjear muitos amigos, coincidimos com o célebre Maldonado em que, pela necessidade de uma quase esquematização, era mais adequado usar de uma narração breve. Idem no que tange ao azeite e ao trigo. Poderiam também ser outros produtos.
A respeito da diferença nas reduções ilícitas, mais provavelmente se deve ao senso de oportunidade do administrador, o qual oferecia a cada um dos devedores o suficiente para obter análogos resultados.
Chama a atenção a pressa do administrador em atingir suas metas. Infelizmente, assim também somos muitos de nós, ou seja, elaboramos planos e com rapidez os realizamos para os fins a atingir neste mundo, mas tudo se torna difícil, e até insolúvel, quando o objetivo é a nossa santificação. Nosso fim último é o supremo em relação aos outros, mas nem sempre lhe tributamos a importância devida. Quantos de nós não preferimos — bem ao contrário desse administrador — deixar para amanhã a realização de nossos propósitos de santidade? Na juventude, com fervor sonhávamos concretizá-los na maturidade, já tão próxima. Entrando nesta, jamais nos parece ela caminhar a passos velozes para o seu término definitivo...
Vemos por esses versículos o quanto se empenha o tal administrador em deitar o peso de seus esforços para fazer amigos comparsas de suas fraudes, a fim de ser por eles amparado no futuro. Esse deve ser nosso empenho na busca da amizade de Deus, dos justos, dos castos, dos pobres, etc.
Sagacidade dos filhos deste mundo
8 E o senhor louvou o feitor desonesto, por ter procedido sagazmente. Porque os filhos deste mundo são mais hábeis no trato com os seus semelhantes do que os filhos da luz.”
Surge aqui outro versículo muito discutido entre os autores. O elogio do senhor da parábola não recai sobre os aspectos ilícitos e imorais dos atos praticados por seu administrador, mas tão-somente sobre a esperteza deste. “Denominam-se contraditórias estas parábolas para compreendermos que — se pôde ser louvado pelo seu amo o homem que defraudou seus bens — muito mais devem agradar a Deus os que fazem aquelas obras de acordo com seus preceitos

Por “filhos deste mundo” devemos entender como sendo aqueles que só se preocupam com os bens temporais. Os “filhos da luz” crêem na vida eterna após a morte, na resurreição final e trabalham por sua salvação. Entretanto, a “prudência” dos primeiros é infatigável, solerte, pertinaz, inteligente, hábil com vistas a obter seus objetivos. Assim devemos ser nós face ao nosso fim último, e nisso consiste o conselho implícito na comparação feita por Jesus. Apenas para ressaltar a clareza de compreensão, é bom frisar que os “filhos da luz” são inferiores muitas vezes em matéria de prudência, mas não em sabedoria.
9 Portanto, Eu vos digo: “Fazei amigos com as riquezas da iniquidade, para que, quando vierdes a precisar, vos recebam nos tabernáculos eternos”.
Este versículo recalca mais a importância da sagacidade e da prudência a serem empregadas com vistas à vida eterna. Trata-se, portanto, de duas considerações diferentes que devem ser analisadas segundo as respectivas essências.
Continua no próximo post.

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