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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

XXV Domingo do Tempo Comum - Ano C - 2013 - Evangelho Lc 16, 1-13

Conclusão dos comentários ao Evangelho 25º Domingo do Tempo Comum - Ano C - 2013 - Lc 16, 1-13
Deus é o verdadeiro proprietário de todo o Universo
10 Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco também é injusto no muito. Se, pois, não fostes fiéis nas riquezas iníquas, quem vos confiaria as verdadeiras? E, se não fostes fiéis no alheio, quem vos dará o que é vosso? 13 Nenhum servo pode servir a dois senhores, porque, ou odiará um e amará o outro, ou se afeiçoará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro.
Alguns autores dão a estes quatro versículos o título de “apêndices parabólicos sobre as riquezas”. As três máximas neles contidas são de fácil compreensão e dispensam longas considerações.
É de se notar que Jesus não condena a propriedade, mas a toma como sendo um bem a ser gerido temporariamente com vistas à vida eterna. Não passa o homem de simples administrador. Deus, sim, é o autêntico proprietário. Se essa distinção é ignorada pelo homem, acaba ele por violar a supremacia de Deus enquanto Senhor de todo o Criado, ingressando, assim, na injustiça.
As riquezas existentes nesta terra não são de posse absoluta do homem. Ele é administrador desses bens de Deus. Deve, pois, ser-Lhe fiel neles. É a expressão externa de sua fidelidade. Assim receberá os ‘próprios’ que, neste contexto, pela contraposição estabelecida, parecem referir-se a dons espirituais que Deus, em compensação por essa fidelidade requerida para os outros, concede em abundância ao discípulo”.
 As expressões: “riquezas verdadeiras” e “o que é vosso” referem-se aos bens sobrenaturais, os dons da graça, os únicos eternos e absolutos. Quanto ao último versículo , São Mateus o coloca ao longo do Sermão da Montanha e numa formulação quase idêntica: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro, ou há de afeiçoar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas” (Mt 6, 24). Tanto em Lucas como em Mateus, “põe-se a tese e dá-se a razão de não poder servir a dois senhores: a Deus e às riquezas. Naturalmente, entendido num sentido de apego a elas ou numa aquisição ou uso reprovável delas”.

Nestes versículos finais (9 a 13), o Divino Mestre se manifesta como o Arauto do desprendimento de tudo quanto passa. Não é ilícito guardar os bens num cofre, o que não podemos é entesourá-los em nossos corações.
1) Ver box Prudência: Virtude intelectual que aperfeiçoa a razão.
2) Pe. Juan de Maldonado SJ, Comentarios a los cuatro Evangelios, BAC, Madrid, 1951, v. II, p. 673.
3) São João Crisóstomo, apud São Tomás de Aquino, Catena Aurea.
4) Teófilo apud São Tomás de Aquino, Catena Aurea.
5) Pe. Juan de Maldonado SJ, op. cit, p. 675.
6) São João Crisóstomo, apud São Tomás de Aquino, Catena Aurea.
7) Raniero Cantalamessa, Echad las redes — Ciclo C, EDICEP, p. 306.
8) São João Crisóstomo, apud São Tomás de Aquino, Catena Aurea.
9) Cf. op. cit.
10) Santo Agostinho, apud São Tomás
de Aquino, Catena Aurea. 11) Cf. Orígenes, apud São Tomás de Aquino, Catena Aurea.
12) Pe. Manuel de Tuya OP, Biblia Comentada, BAC, Madrid, 1964, v. II, p. 874.
13) Id., ibid.

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