CONCLUSÃO DOS COMENTÁRIOS AO EVANGELHO – IV DOMINGO DA PÁSCOA – Jo 10, 1 - 10 – ANO A
NÃO PERMITAMOS QUE NOS ROUBEM A VIDA!
Nas eloquentes palavras de São
Pedro, que a primeira leitura (At 2, 14a.36-41) apresenta à nossa consideração,
encontramos uma afirmação intimamente relacionada com o Evangelho de hoje:
“Convertei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para o
perdão dos vossos pecados. E vós recebereis o dom do Espírito Santo. Pois a
promessa é para vós e vossos filhos, e para todos aqueles que estão longe,
todos aqueles que o Senhor nosso Deus chamar para Si” (At 2, 38-39). Convertei-vos!
É mister corresponder a este convite!
Ora, não haverá algo que faça o
papel de ladrão em nosso dia a dia? Não haverá em nossa vida algo que
precisemos cortar? Da mesma forma que se praticava a idolatria e havia desvios
na época de Nosso Senhor, não haverá hoje alguma voz que nos confunda e nos
desencaminhe, levando-nos a esquecer que a verdadeira Porta é Ele? Naquele
tempo eram os fariseus, os saduceus, os herodianos. E hoje? E o momento de nos
pormos a questão: internet, televisão, cinema, relacionamentos.., há tantos
ladrões, que todo o cuidado será pouco! Devemos ouvir avoz de Deus que sempre
nos fala à alma e nesta Liturgia da Palavra nos adverte de que está sendo
desdenhada, enquanto os falsos pastores entram, através dos rombos feitos por
eles mesmos na cerca do redil, para roubar, matar e destruir.
O Bom Pastor ama até as ovelhas miseráveis
É possível que nosso exame de
consciência nos acuse de alguma vez termos aderido aos ladrões. Lembremo-nos,
então, de que Jesus ama tanto as suas oveihas que Ele deseja dar-lhes a vida, apesar
de miseráveis. E uma vida tão exuberante que ultrapassa a morte merecida pelo
pecado de nossos primeiros pais e pelos nossos próprios pecados: “Onde abundou
o pecado, superabundou a graça” (Rm 5, 20). Se quisermos, pois, ser grandes na
santidade, reconheçamos nossa incapacidade para praticar a virtude e, atribuindo
a Deus todo o bem que fazemos, ofertemos-Lhe, confiantes, nossa debilidade,
porque o Bom Pastor Se utiliza disso para manifestar seu poder, como Ele afirmou
a São Paulo: “é na fraqueza que se revela totalmente a minha força” (II Cor 12,
9).
A principal lição a ser guardada
deste 4 Domingo da Páscoa é que Jesus tem por nós um carinho que suplanta todos
os afetos existentes na face da Terra. Ele é tão supremamente nosso Pastor que
escolheu sofrer os tormentos do Calvário para nos salvar. Sinal de que nos ama
até um limite inimaginável! Ele almeja a nossa santidade e cuida de nós, tal
como dizo Salmo Responsorial (cf. Sl 22, 1.2c): “O Senhor é o Pastor que me
conduz, não me falta coisa alguma”. Ele é dono de todos nós, ovelhas que o Pai Lhe
entregou e, desde que não queiramos nos desgarrar, não permitirá que sejamos
arrancados de suas mãos. Por isso, tenhamos total confiança n’Ele ao nos
aproximarmos da Confissão, certos de que Ele perdoará nossos pecados, se
estivermos arrependidos. Mas, sobretudo, saibamos buscá-Lo na Eucaristia, onde
Ele Se oferece em Corpo, Sangue, Alma e Divindade e nos prepara para recebermos
a vida em plenitude. Isto se dará quando passarmos pela Porta do redil e
adentrarmos no Céu, onde veremos a Deus face a face. Ali estaremos na alegria
do Pai, do Filho e do Espírito Santo, numa gloriosa participação nessa família,
que é a Santíssima Trindade, junto com Nossa Senhora, os Anjos e os Bem-aventurados.
1) SAO TOMAS DE AQUINO Super Epistolam
Sancti Pauli Apostoli ad Colossenses lectura. C.I, lect.4.
2) TUYA, OP, Manuel de. Biblia Comentada.
Evangelios. Madrid: BAC, v.V, 1964, p.1170-1171.
3) SÃO TOMÁS DE AQUINO. Suma Teológica.
I, q.97, a.1.
4) Idem, q.102, a.4.
5’) Cf. Idem, I-II, q.94, a.2.
6) Cf. Idem, a.6.
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