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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Evangelho 3º Domingo da Quaresma Lc 13, 1-9 Ano C - 2013








Comentário ao Evangelho 3º Domingo da Quaresma Lc 13, 1-9  Ano C -  2013

Deus é Paciência e usa de longanimidade para conosco, dando-nos tempo mais do que suficiente para nos convertermos. Mas, sendo também Sabedoria e Justiça, sabe como e quando castigar.

 O amor incondicional de Deus a cada um de nós

Por meio da consideração do universo, de modo especial sob o aspecto da beleza, pode o homem a todo momento reportar-se a Deus, vendo nas criaturas reflexos do Criador. Entretanto, muitos dos nossos contemporâneos vivem engajados em um ritmo de vida que os absorve por completo, dificultando-lhes tomar distância dos afazeres cotidianos e se deter, mesmo por alguns instantes, para admirar algo de nobre, elevado ou belo capaz de alçá-los à esfera sobrenatural.

Quem assim procede, demonstra ignorar o lado mais profundo da realidade, uma vez que Deus está em toda parte e intimamente em todas as coisas! 1“N’Ele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17, 28).

Deus quer dar-nos a vida eterna

Deus é sumamente comunicativo e “não cessa de chamar todo homem a procurá-Lo para que viva e encontre a felicidade”2. Deseja entrar em contato conosco e tem por nós um amor gratuito, incomensurável e incondicional, que perdoa as infidelidades até o extremo de Nosso Senhor afirmar haver mais alegria no Céu pela conversão de um pecador do que pela perseverança de noventa e nove justos (cf. Lc 15, 7).

“Não quero a morte do pecador, mas que ele se converta e tenha a vida” (Ez 33, 11), diz a Sagrada Escritura. Esse pensamento expresso através da Revelação deve nos encher de confiança, qualquer que seja nossa situação espiritual.

Tanto mais que a vida desejada por Nosso Senhor, para nós, não se esgota nos limites de uma existência terrena cheia dos deleites dos sentidos, o que além de ilusório, quase nada seria face ao que Ele quer nos dar, ou seja, uma participação na própria natureza divina. Deus nos criou para gozarmos de sua plena e perpétua felicidade. Dádiva maior, não é possível excogitar!

Precisamos, sobretudo, não colocar obstáculos à graça

Desde toda a eternidade, Deus tem um plano específico para cada um de nós e o mantém, mesmo se a este não tenhamos correspondido como deveríamos. Em sua misericórdia, Ele vê o que toda pessoa seria se tivesse sido sempre fiel às graças recebidas, vivendo no auge de perfeição para a qual foi criada.

Deus espera que nossa vocação um dia se torne realidade e serve-Se dos acontecimentos cotidianos para nos mover à conversão. Assim, ainda que alguém se encontre num estado de extrema infelicidade por ter cometido uma falta grave — ou, pior ainda, por ter abraçado decididamente as vias do mal — o Divino Juiz não Se apressa em punir o pecador. Ao contrário, aguarda pacientemente o momento adequado para reconduzir o filho pródigo à casa paterna.

Mais ainda, o amor de Deus pelos homens é tão incondicional que, diante do anseio salvífico do Criador, nossa vontade fica relegada a um segundo plano. Bem sintetizou essa realidade Santa Maravilhas de Jesus em seu célebre lema: “Si tú le dejas...” — “Se tu O deixas...”. Pois, para trilharmos as vias da virtude, precisamos, sobretudo, não colocar obstáculos à ação da graça em nossas almas. A santidade não é principalmente resultado do nosso esforço, mas de uma iniciativa amorosa de Deus.

Jesus convida os Judeus à conversão

“Naquele tempo, vieram algumas pessoas trazendo notícias a Jesus a respeito dos galileus que Pilatos tinha matado, misturando seu sangue com o dos sacrifícios que ofereciam”.

Pouco tempo antes do episódio narrado neste Evangelho, quando o povo estava reunido no Templo para a oferta da Páscoa, alguns galileus, inconformes com o domínio romano, aproveitaram a grande confluência de peregrinos para iniciar uma revolução contra a autoridade de César.

Ao tomar conhecimento desse fato, Pilatos indignou-se e mandou executar os revoltosos. Ora, entrando os soldados no átrio do Templo, além desses promotores da sublevação, mataram também outros galileus que lá se encontravam para oferecer os sacrifícios de costume, derramando assim sangue inocente. A notícia produziu grande alvoroço e algumas pessoas apressaram-se a ir contar o ocorrido a Jesus.3

Continua no próximo post.

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