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quinta-feira, 25 de abril de 2013

Evangelho 5º Domingo da Páscoa - Ano C - 2013 - Jo 13, 31-33a.34-35


Conclusão dos comentários ao Evangelho – V domingo da Páscoa Jo 13, 31-33a.34-35 - Ano C - 2013

Sofrimento e amor: causas do prêmio final

Face ao panorama descortinado pelo Evangelho deste 5º Domingo da Páscoa, não podemos deixar de ter presente o fim a que nos conduz a noção sobrenatural do sofrimento e do amor ao próximo levado até à imitação daquele que Nosso Senhor manifestou por nós. Tal fim é apontado com muita clareza na segunda leitura, extraída do Apocalipse: “Esta é a morada de Deus entre os homens, Deus vai morar no meio deles. E eles serão o seu povo, e o próprio Deus estará com eles. Deus enxugará todas as lágrimas dos seus olhos. A morte não existirá mais, e não haverá mais luto, nem choro, nem dor, porque passou o que havia antes” (21, 3-4).

São João indica, profeticamente, o local destinado a todos os que seguirem as recomendações dadas pelo Redentor, onde não existe mais a dor e a alegria é plena na visão de Deus face a face. Diante da eternidade feliz todo sofrimento desta Terra será nada, como escreveu Santa Teresinha: “quando penso que por um sofrimento suportado com alegria amaremos melhor a Deus durante toda a eternidade!”.19 Sim, nem sequer vamos nos lembrar das dificuldades que tivemos neste mundo, pois o estado de prova terá passado como num piscar de olhos. Restará apenas a bem-aventurança.

Não somos capazes de conceber como será a vida na eternidade: tão cheia de gozo que São Paulo, após subir ao terceiro céu, voltou sem conseguir exprimir em termos humanos o que Deus tem preparado para os que O amam (cf. I Cor 2, 9), e da qual São João Bosco, tendo visitado em sonho a antecâmara do Paraíso, regressou descrevendo maravilhas.20 O convívio com os Anjos, com os Santos, com Nossa Senhora e com Deus é o que nos aguarda; mas, para chegarmos a esse Reino, aceitemos com resignação todos os sofrimentos permitidos pela Providência Divina para o nosso bem e amemos nossos irmãos com sincera afeição. Não nos esqueçamos de que as dores terminam na hora da nossa morte, enquanto no Céu “a caridade jamais acabará” (I Cor 13, 8).

1Cf. SÃO TOMÁS DE AQUINO. Suma Teológica. I, q.64, a.2.
2Cf. Idem, q.95, a.1.
3Cf. ROYO MARÍN, OP, Antonio. Jesucristo y la vida cristiana. Madrid: BAC, 1961, p.72-73.
4Cf. BEAUDENOM, Léopold. Méditations affectives et pratiques sur l’Évangile. Paris: Lethielleux, 1912, t.I, p.227-228; FABER, apud CHAUTARD, OSCO, Jean-Baptiste. A alma de todo apostolado. São Paulo: FTD, 1962, p.112.
5CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. Conferência. São Paulo, 23 maio 1964.
6Idem, ibidem.
7SÊNECA. Tratados filosóficos. Cartas. México: Porrúa, 1979, p.75.
8Cf. SÃO TOMÁS DE AQUINO, op. cit., III, q.81, a.2.
9TANQUEREY, Adolphe. La divinisation de la souffrance. Tournai: Desclée, 1931, p.26.
10Cf. SÃO TOMÁS DE AQUINO, op. cit., III, q.14, a.1, ad 2.
11SÃO FRANCISCO DE SALES. Sermon pour la feste de Saint Jean Porte-Latine. In: Œuvres Complètes. Sermons. 2.ed. Paris: Louis Vivès, 1862, t.IV, p.540.
12SÃO FRANCISCO DE SALES. Lettre CXII, à une dame. In: Œuvres Complètes. Lettres Spirituelles, op. cit., t.X, p.333.
13CORRÊA DE OLIVEIRA, op. cit.
14SÃO JOÃO CRISÓSTOMO. Homilía LXXII, n.3. In: Homilías sobre el Evangelio de San Juan (61-88). Madrid: Ciudad Nueva, 2001, v.III, p.130.
15Cf. ROYO MARÍN, OP, Antonio. Dios y su obra. Madrid: BAC, 1963, p.451.
16 Idem, ibidem.
17SAINT-EXUPÉRY, Antoine de. Vol de nuit. Paris: Gallimard, 1931, p.104.
18 Cf. SANTO AGOSTINHO. Epistola CXCIV, c.V, n.19. In: Obras. 2.ed. Madrid: BAC, 1972, v.XIb, p.71.
19 SANTA TERESA DE LISIEUX. Carta 43b, à Irmã Inês de Jesus. In: Obras Completas. Paço de Arcos: Carmelo, 1996, p.345.
20 Cf. SÃO JOÃO BOSCO. Vestíbulo del Cielo. In: Biografía y escritos. Madrid: BAC, 1955, p.654-663.

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