Continuação dos comentários ao Evangelho V Domingo da Quaresma - Ano C - 2013 - Jo 8, 1-11
9 A essas palavras,
sentindo-se acusados pela sua própria consciência, eles se foram retirando um
por um, até o último, a começar pelos mais idosos, de sorte que Jesus ficou
sozinho, com a mulher diante d’Ele.
Essa narração contribui, ainda mais, para a probabilidade de
estar relacionada a escrita no solo com os pecados de cada um dos acusadores.
Não teria Jesus começado pelos mais velhos? Se o simples enunciado da sentença
os tivesse convencido a todos, a desistência deveria ser coletiva e
concomitante. O fato de se retirarem um a um indica que a conclusão de não ser
conveniente ali permanecer, foi individual e sucessiva. Por outro lado, a ser
verdadeira a interpretação de São Jerônimo e de Santo Ambrósio, não
reconheceram aqueles homens suas faltas e delas não pediram perdão.
O pecado não compensa
10 Então Ele Se ergueu e vendo ali apenas a
mulher, perguntou-lhe: “Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te
condenou?” 11 Respondeu ela: “Ninguém, Senhor”. Disse-lhe então Jesus: “Nem eu
te condeno. Vai e não tornes a pecar
Ao notar a adúltera que seus acusadores iam-se retirando,
começou a sentir crescente alívio em seu interior, atingindo um clímax após a
saída do último deles. A perspectiva da morte por lapidação a amedrontara e
promovera uma constatação freqüente nos pecadores arrependidos: o pecado não
compensa! A grande vergonha e humilhação diante daquele numeroso público talvez
a fizessem sofrer ainda mais.
A última terrível prova: o santíssimo olhar de Jesus. A
Sagrada Face, íntegra em sua divina moralidade, a pureza e a virgindade em
essência, sendo contempladas pelo delírio carnal envergonhado e arrependido...
Só um ardoroso sentimento salvaria do merecido castigo aquela pobre alma: um
pedido de perdão! Jesus não exigirá dela uma declaração explícita e formal,
apenas lhe manifestará sua insuperável delicadeza: “Ninguém te condenou?”
Respeitando a Lei, Jesus é misericordioso
Com um procedimento tão sábio quanto inusitado, ninguém mais
poderia acusar o Mestre de haver desconsiderado a Lei de Moisés e, portanto, de
ter sido exageradamente indulgente. Ele não repetira senão a própria atitude
dos fariseus e, ademais, Ele levara a pecadora a declarar: “Ninguém, Senhor”.
Seguindo o exemplo de todos, Ele tampouco a condenaria.
Assim, “quebra o laço que Lhe armaram os caçadores” (cf. Sl
123, 7), confirma a Lei, faz rebrilhar sua dignidade, põe em fuga seus
inimigos, produz maior admiração, respeito e submissão junto ao povo que O
cercava e perdoa a pobre pecadora, despedindo-a com uma advertência: “Não
peques mais”. Com essa admoestação, Ele ainda lhe concedia sua graça, sem a
qual nenhuma virtude se pratica estavelmente.
Continua nos próximos posts.
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