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segunda-feira, 4 de março de 2013

EVANGELHO DO 4º DOMINGO DA QUARESMA ANO C 2013 - Lc 15,1-3;11-32


CONTINUAÇÃO DOS COMENTÁRIOS AO EVANGELHO DO IV DOMINGO DA QUARESMA  ANO C  2013  - Lc 15,1-3;11-32


A PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO



Dinamismo e radicalidade do mal

“Passados poucos dias” ... — Ou seja, o dinamismo do mal não conhece a paciência, a calma na espera, nem a sabedoria na ação. Uma vez consentida, a paixão não faz senão exacerbar-se em progressão geométrica, conduzindo à precipitação incontida em busca de sua satisfação, por quaisquer meios. ...

“juntando tudo o que era seu ...” — Ele quis romper todos os laços com os seus, pois suas inclinações não admitiam freios. Essa é a radicalidade dos que se lançam nas vias do mal. Se assim procedessem os bons, como seria outro o mundo de hoje! É bem a imagem do pecador abrasado por seus delírios e ansiando por satisfazer totalmente seus caprichos. Essa volúpia demonstra o quanto a alma humana tem sede de infinito. ...

“partiu para uma terra distante ...” — O pecador detesta a presença de olhos conhecidos que o analisem ou vigiem. Quanto se iludem os pecadores a esse respeito, pois Deus tudo vê, até nossos mais íntimos pensanimos detalhes de nossa existência, no dia do Juízo Final. ...

“e lá dissipou os seus bens vivendo dissolutamente.” — Quantas fortunas arruinadas, quantas famílias destroçadas, com os respectivos filhos abandonados, quantos efeitos maléficos incalculáveis, devidos à dissolução de costumes do homem! A esse propósito, quanto nos enganam o demônio e nossas más inclinações descontroladas!

De herdeiro a guardião de porcos

“Depois de ter consumido tudo ...” — A sede de infinito não permite o meio termo.

...“houve naquele país uma grande fome...” — É o amor da Providência Divina não abandonando jamais suas criaturas. ...

“… e ele começou a passar necessidades. Foi pôr-se ao serviço de um habitante daquela terra, que o mandou para os seus campos guardar porcos”. — É imagem da fome que têm os insensatos depois de se afastarem das consolações e dos tesouros do estado de graça. Aquilo que o demônio prometia, ele negou. O choque não poderia ser maior: passar da condição de filho para a de guardião de porcos. Sobretudo por ser considerado maldito o judeu que apascentasse essa espécie de animais declarados impuros pela antiga lei. A busca apaixonada do prazer faz o homem aceitar qualquer condição de vida.

“Desejava encher o seu ventre das alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava”. — Essas bolotas, mais próprias a engordar do que a satisfazer o apetite, são vazias de substâncias benéficas para o homem. Constituem elas um símbolo adequado das vaidades e glórias do mundo: incham nosso orgulho mas não nos sustentam e nem saciam nossa sede de Deus. E ninguém nolas dá, pois o mundo se nega a reconhecer o valor alheio, e a implacável lei do egoísmo coordena seus mínimos gestos e atitudes.

Continua no próximo post.

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