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sábado, 6 de abril de 2013

Evangelho do 3º Domingo da Páscoa Jo 21, 1-19 - Ano C - 2013


COMENTÁRIO AO EVANGELHO DO III DOMINGO DA PÁSCOA

EVANGELHO DE SÃO JOÃO (21, 1-19)
A pesca milagrosa
1 Depois disto, Jesus voltou a mostrar-Se aos seus discípulos, junto do mar de Tiberíades. Mostrou-Se deste modo: 2 Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael, que era de Caná da Galiléia, os filhos do Zebedeu e dois outros dos seus discípulos. 3 Simão Pedro disse-lhes: “Vou pescar”. Responderam-lhe: “Nós vamos também contigo”. Partiram e entraram numa barca. Naquela noite nada apanharam.
4 Chegada a manhã, Jesus apresentou-Se na praia, mas os discípulos não conheceram que era Ele. 5 Jesus disse-lhes: “Rapazes, tendes alguma coisa para comer?” Responderam-Lhe: “Nada”. 6 Disse-lhes: “Lançai a rede para o lado direito da barca e encontrareis.” Lançaram a rede e já não a podiam arrastar, por causa da grande quantidade de peixes. 7 Então, aquele discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: “É o Senhor!” Simão Pedro, ao ouvir dizer que era o Senhor, cingiu-se com a túnica, porque estava nu, e lançou-se à água. 8 Os outros discípulos, que não estavam distantes da terra senão duzentos côvados, vieram no barco puxando a rede cheia de peixes.
9 Logo que saltaram para terra, viram umas brasas acesas, peixe em cima delas, e pão. 10 Jesus disse-lhes: “Trazei dois peixes que apanhastes agora.” 11 Simão Pedro subiu à barca e arrastou a rede para terra, cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes. E, sendo tantos, não se rompeu a rede. 12 Jesus disse-lhes: “Vinde comer.” Nenhum dos discípulos ousava perguntar-Lhe: “Quem és Tu?”, sabendo que era o Senhor. 13Jesus aproximou-se, tomou o pão e deu-lhos, fazendo o mesmo com o peixe. 14 Foi esta a terceira vez que Jesus Se manifestou aos discípulos depois de ter ressuscitado dos mortos. Pedro recebe o primado
15 Depois de comerem, disse Jesus a Simão Pedro: “Simão, filho de João, amas-Me mais do que estes?” Ele respondeu: “Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo”. Jesus disse-lhe: “Apascenta os meus cordeiros.” 16Voltou a perguntar pela segunda vez: “Simão, filho de João, amas-Me?” Ele respondeu: “Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo”. Jesus disse-lhe: “Apascenta as minhas ovelhas”. 17 Pela terceira vez disse-lhe: “Simão, filho de João, amas-Me?” Pedro ficou triste porque, pela terceira vez, lhe disse: “Amas- Me?”, e respondeu-Lhe: “Senhor, Tu sabes tudo; Tu sabes que Te amo.” Jesus disse-lhe: “Apascenta as minhas ovelhas.”
18 “Em verdade, em verdade te digo: Quando tu eras mais novo, cingias-te e ias aonde desejavas; mas, quando fores velho, estenderás as tuas mãos e outro te cingirá e te levará para onde tu não queres.” 19 Disse isto, indicando com que gênero de morte havia Pedro de dar glória a Deus. Depois de assim ter falado, disse: “Segue-Me” (Jo 21,1- 19).
COMENTÁRIO AO EVANGELHO DO III DOMINGO DA PÁSCOA
 A Igreja após o Juízo Final
Duas pescas milagrosas simbolizam, uma a Igreja Militante, e outra a Triunfante. Qual a maravilhosa riqueza de significados da realizada após a Ressurreição? É o que nos ensina o Evangelho de hoje.
O RICO SIGNIFICADO DAS AÇÕES DE JESUS
No contato com certas pessoas inteligentes, de boa cultura e, sobretudo, sábias, saboreamos uma grande riqueza em suas palavras e até mesmo em seus gestos e atitudes. A profundeza e a multiplicidade de significado de suas ações são tão substanciosas que às vezes se torna difícil abarcá-las por completo. Quando essa personalidade não é humana nem angélica, mas divina, isso não é apenas difícil, mas totalmente impossível. Como abranger os infinitos aspectos contidos em cada fato da vida de Jesus? Nossa razão daria, quando muito, alguns passos nessa impraticável tarefa, não fosse o auxílio da Fé e as inspirações do Espírito Santo. É com base nas virtudes e na graça que conseguimos fazer incursões proveitosas nesse ilimitado universo.
Eis o caso do Evangelho de hoje.
Para melhor penetrarmos a simbologia contida nas cenas por ele descritas, em rápidos traços analisemos a primeira das pescas milagrosas, que se verificou por ocasião da escolha dos discípulos pelo Divino Mestre (Lc 5, 111), ou seja, antes de se iniciarem as atividades apostólicas.
A PRIMEIRA PESCA MILAGROSA
Jesus é o Mestre. Ele ensina de maneira insuperável, aproveitando-se dos episódios do dia-a-dia para elevar as almas ao amoroso conhecimento das vias escolhidas para seus eleitos. Aqueles homens estavam habituados aos ofícios e mistérios do mar, e era a partir dessa realidade que o Senhor queria conduzi-los às mais altas paragens da santidade.
 No milagre anterior (Lc 5, 1-7), Jesus ordenara o lançamento das redes sem determinar se à esquerda ou à direita, para significar a universalidade da missão da Igreja Militante, a qual deve atingir tanto os bons quanto os maus, até o momento da separação definitiva entre o joio e o trigo. Os peixes foram recolhidos em tal abundância que chegaram a romper as redes, rompimento este, símbolo das heresias que surgiriam no futuro. As barcas quase se afundaram, representação dos riscos tremendos pelos quais, incólume, passaria a Igreja. Estas e outras figuras nos fazem compreender a situação da Igreja durante o curso da História.
Já a pesca do Evangelho de hoje, realizada depois da Ressurreição do Senhor, foi por Ele ordenada a fim de nos mostrar o estado da Igreja Triunfante após o Juízo Final.
Os discípulos antes de Pentecostes
1Depois disto, Jesus voltou a mostrar-Se aos seus discípulos, junto do mar de Tiberíades. Mostrou-Se deste modo:
Jesus não mais convivia com os seus, como anteriormente fizera. Por isso o versículo começa com as palavras: “Depois disto”. Já estava em corpo glorioso e, conforme nos ensina São Tomás, Jesus poderia ser ou não visto, dependendo de sua vontade (1). Os discípulos O veriam somente se Ele se mostrasse. Esta é a razão teológica pela qual João narra: “Mostrou-Se deste modo”.
2Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael, que era de Caná da Galiléia, os filhos do Zebedeu e dois outros dos seus discípulos.
Ainda não havia descido sobre eles o Espírito Santo. As aparições de Jesus eram esporádicas. Estavam desocupados e, assim sendo, se juntavam para mutuamente se apoiarem. Eram sete ao todo, número que chama a atenção de alguns autores pelo seu significado de multiplicidade.
Continua no próximo post.


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