MENSAGEM DO EVANGELHO DO III DOMINGO DA PÁSCOA
Jo 21, 1-19 - Ano C - 2013
LIÇÕES PARA OS CATÓLICOS DE TODOS TEMPOS
Talvez por seu convívio íntimo
e diário com a Mãe de Deus, ou por ser o amado, João escreve com especial
unção, mostrando-se exímio conhecedor do profundo significado de todos os
fatos. Nestes versículos de hoje, sua linguagem simbólica atinge um máximo de
expressividade.
Pedro se lança ao mar com mais
seis companheiros nas aventuras de uma pesca noturna. E Jesus, estando em lugar
firme, vigia por eles e pela barca. Nada conseguem. Jesus os orienta, eles
obedecem e o resultado é inesperado. Uma vez mais se torna patente a afirmação
de Jesus: “Sem Mim, nada podeis fazer” (Jo 15, 5), como também aquela outra de
São Paulo: “Tudo posso n’Aquele que me conforta” (Fl 4, 13). São as últimas
lições deixadas pelo Divino Mestre, não só para a boa formação de seus
discípulos de então, mas para os séculos vindouros, até o fim dos tempos,
portanto, também para nós. Quando o fracasso arquear as nossas costas,
procuremos ouvir a voz de Jesus e seguir seus ensinamentos. Ele, estando na
praia da eternidade, nos dará o conselho sábio e eficaz prestes a transformar o
peso que nos esgota em maravilhoso sucesso. Por isso jamais devemos desanimar,
por maiores que sejam os obstáculos a transpor.
Pedro propõe a pesca, salta do barco
em busca de Jesus e retorna ao mesmo para arrastar a rede. Também aqui, Pedro
representa o Papa de todos os tempos, o Doce Cristo na terra. A ele cabe a
condução da Igreja sob a vigilância e orientação de Jesus.
Os Apóstolos estavam sem
alimentar-se durante toda a noite, mas, antes mesmo de qualquer providência,
entregam os frutos de seus esforços a Jesus. Este deve ser sempre o nosso
procedimento; primeiro temos de restituir a Deus os nossos sucessos, sem nos
preocuparmos conosco, pois Ele tomará a iniciativa de completar aquilo que Ele
mesmo começou. Lancemo-nos às atividades apostólicas sob o influxo do Espírito
Santo, compenetrando-nos de que estamos na barca cujo piloto é Pedro. Nossa
entrega e esforços devem ser totais. O sustento e a energia, no-los dará Jesus.
Em todas as missões
apostólicas, devemos estar convictos da presença de Cristo ao nosso lado. Nós O
sentiremos se prestarmos um pouco de atenção, tal qual se deu com esses sete
discípulos: “Nenhum dos discípulos ousava perguntar-Lhe: ‘Quem és Tu?’, sabendo
que era o Senhor”.
Também não é frutuosa a pesca
de almas realizada “à noite”. Ou seja, por mais cultura, inteligência e dons
naturais que possamos ter, nada conseguiremos em nosso apostolado se quisermos
contar, de modo exclusivo, com os meios meramente humanos. São eles, a noite do
nosso fracasso.
“Chegada a manhã ... “ (v. 4).
É na luz da graça e, portanto, na intercessão de Maria Santíssima que Jesus se
apresenta na praia. Ação missionária de maravilhosos efeitos sempre tem sido a
realizada à luz da aurora da mediação d’Aquela que é invocada como a Estrela da
Manhã.
1)
Suma Teológica, Supl., q. 85
2) PL
38, 1161-1163.
3) PL
38, 1161-1163.
4)
Apud Catena Áurea, in Jo XXI, 12
5)
Apud Catena Áurea, in Jo XXI, 13. 6) Denzinger, Ench. Symb., nº 1.822.
6)
Denzinger, Ench. Symb., nº 1.822.
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