Conclusão dos comentários ao Evangelho III Domingo do Advento Mt 11, 2-11 ( Domingo Gaudete) Ano A – 2013
O caminho da verdadeira
felicidade
A
Liturgia deste domingo nos convida à alegria, mostrando o rumo para alcançá-la.
O contraste entre os protagonistas da cena de hoje é notório: enquanto São João
está no cárcere e se submete a este padecimento com plena resignação, animado
pela felicidade de ser íntegro e cumprir seu chamado, os discípulos veem-se privados
dessa felicidade pela inveja que os consome. Semelhante amargura acompanha
Herodes Antipas, escravizado por suas paixões, como também os fariseus que
vivem à procura de louvor e incenso, movidos pela sede de glória terrena. Os
próprios Apóstolos tampouco estão inteiramente felizes nesse período da vida
pública do Divino Mestre, pois aguardavam um Messias diferente do que têm
diante de si.
A
alegria, então, onde está? Na loucura da Cruz. Nosso Senhor Jesus Cristo não
podia estar triste nem abraçar um caminho de depressão, e, todavia, escolheu o
do Calvário para nos dar o exemplo e indicar que a conquista da felicidade comporta
a adversidade e a dor. Lembremo-nos de seu ensinamento: “Se alguém quiser vir
comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-Me” (Mt 16, 24). A ideia
de que a felicidade exclui o sofrimento é infundada, pois uma vez que somos
tendentes ao mal pela queda de nossos primeiros pais, o sofrimento tornou-se um
elemento indispensável para a nossa santificação.
Com
efeito, o problema do sofrimento não está tanto naquilo que o ocasiona, mas no
modo como é suportado. Ele existe em todas as situações da vida e pede de nossa
parte o ânimo que esta Liturgia apresenta, do qual Maria Santíssima é modelo.
Ela aceitou todos os padecimentos que se abateriam sobre seu Divino Filho e Se
dispôs a dar seu contributo ao sacrifício redentor, pois queria a salvação de
todos
Nossa finalidade é
pertencer a Jesus
Feito
para pertencer a Nosso Senhor Jesus Cristo, o ser humano se realiza na medida
em que assume com seriedade sua condição de batizado, membro da Santa Igreja
Católica Apostólica Romana, dando passos adiante na prática da virtude e na
busca da santidade. Quanto mais avançamos nessa via, maior é a alegria que nos
invade, assim como o desejo de progredir ainda mais.
Consideremos
de frente nosso destino eterno enquanto esperamos a vinda do Salvador. Na noite
de Natal Ele nascerá de novo, misticamente, e se aplicarmos em nossas vidas a
lição desta Liturgia nascerá também em nossos corações, onde encontrará uma
digna pousada para Se recolher.
1 Cf. VON CLAUSEWITZ, Karl. Grundgedanken
über Krieg und Kriegführung. Leipzig: Insel, 1915, p.47-48.
2
Cf. SCHUSTER, Ignacio; HOLZAMMER, Juan
B. Historia Bíblica. Nuevo Testamento. Barcelona: Litúrgica Española, 1935, t.II, p.157-158.
3
SÃO JOÃO CRISÓSTOMO. Homilía XXXVII,
n.2. In: Obras. Homilías sobre el Evangelio de San Mateo (1-45). 2.ed. Madrid: BAC, 2007, v.I, p.734.
4
LA LUZERNE, César-Guillaume de. Explication des
Évangiles des Dimanches. 9.ed. Paris:
Mequignon Junior, 1847, t.I, p.42.
5
SÃO JERÔNIMO. Comentario a Mateo. L.II
(11, 2-16, 12), c.11, n.80. In: Obras
Completas. Comentario a Mateo y otros escritos. Madrid: BAC, 2002, v.II, p.131.
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