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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Comentário ao Evangelho – IV Domingo do Tempo Comum

Comentário ao Evangelho – IV Domingo do Tempo Comum
21 “Na cidade de Cafarnaum, num dia de sábado, Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar. 22 Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei. 23 Estava então na sinagoga um homem possuído por um espírito mau. Ele gritou: 24 ‘Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus’. 25 Jesus o intimou: ‘Cala-te e sai dele!’. 26 Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu. 27 E todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: ‘O que é isto? Um ensinamento novo dado com autoridade: Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!’. 28 E a fama de Jesus logo se espalhou por toda a parte, em toda a região da Galileia” (Mc 1, 21-28).
Duas bandeiras... uma só escolha!
Para ganharmos a batalha da nossa vida espiritual devemos procurar atingir uma união plena e perfeita com o Supremo Capitão, servindo-nos para isso de todos os elementos que Ele põe ao nosso alcance.
Mons. João Scognamiglio Clá Dias, Ep
I – A batalha da nossa vida espiritual
Uma das mais cogentes meditações propostas por Santo Inácio nos seus famosos Exercícios Espirituais é a das “Duas Bandeiras”. Nela, o fundador da Companhia de Jesus nos apresenta a vida espiritual como um campo de batalha onde se defrontam dois exércitos: o de Nosso Senhor Jesus Cristo, supremo Capitão e Senhor, e o de satanás, mortal inimigo da natureza humana.
Diante desses comandantes antagônicos, com traços muito bem definidos, torna-se impossível assumir uma postura de neutralidade. “Cristo chama e quer todos os homens sob a sua bandeira; e Lúcifer, ao contrário, debaixo da dele”.1 Não há uma terceira opção; é preciso fazer uma escolha.
O peculiar governo do demônio
Quais são as características do chefe dos maus? No Evangelho de São João, Nosso Senhor o qualifica como “mentiroso e pai da mentira”. “Ele é homicida desde o princípio e não se manteve na verdade, porque a verdade não estava com ele. Quando fala da mentira, fala daquilo que lhe é próprio, porque ele é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8, 44).
Incapaz de agir diretamente sobre a inteligência e a vontade do homem, o demônio procura governar as almas através de um influxo externo que visa obscurecer-lhes progressivamente o raciocínio até obnubilar nelas o discernimento entre o bem e o mal. Por meio de recursos psicológicos, que utiliza com maestria, busca encher seus corações de desejos que os levem a pecar cada vez mais. A cada falta cometida, a vontade do pecador se debilita, sua inteligência perde a lucidez e ele torna-se mais vulnerável ao seu feitor.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Evangelho III Domingo do Tempo Comum – Ano B – Mc 1, 14-20

Continuação dos comentários ao Evangelho – III Domingo do Tempo Comum – Ano B – Mc 1, 14-20
II – O Solene anúncio do Reino: “Convertei-vos!”
14 Depois que João Batista foi preso, Jesus foi para a Galileia, pregando o Evangelho de Deus e dizendo: 15 “O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho!”
Vinha o Divino Mestre exercendo seu ministério de modo discreto, em concomitância com os derradeiros meses da pregação do Precursor. De acordo com o relato do Evangelista São João — objeto da consideração da Liturgia do anterior domingo (cf. Jo 1, 35-42) —, nesse período Cristo encontrou aqueles que posteriormente passariam a integrar o número dos Doze, ao ser por Ele chamados de maneira definitiva, como refere São Marcos nos próximos versículos.
A notícia da prisão de São João Batista constituiu o sinal esperado por Jesus de que chegara a hora determinada pelo Pai para dar início à sua vida pública, abrir as comportas da graça e acentuar o tom de sua voz, predispondo as almas para seu apostolado. “Uma vez entregue João” — comenta São Jerônimo — “logo Ele mesmo começa a pregar. Com a Lei em declínio nasce, em consequência, o Evangelho”.2 Daí em diante nenhuma outra preocupação O detém, a não ser a de cumprir a missão redentora que Lhe fora confiada e mostrar o caminho da salvação. Qual é este caminho?
Em virtude da união hipostática, Nosso Senhor Jesus Cristo é Deus e Homem verdadeiro; há n’Ele uma junção misteriosa entre as duas naturezas, na Pessoa do Verbo, que nossa inteligência jamais compreenderia sem um dom divino: a fé, na Terra, e a visão beatífica, na eternidade. Enquanto Homem, Ele dirá de Si mesmo: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14, 6). Assim, o pedido de Davi, repetido no Salmo Responsorial — “Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, vossa verdade me oriente e me conduza!” —, torna-se n’Ele plenamente realizado. Ao formular este anseio faltava ao rei-profeta a ideia exata, como temos hoje, de qual era este Caminho. A nós que O conhecemos, é, pois, indispensável uma conversão.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Comentário ao Evangelho – III Domingo do Tempo Comum

Comentário ao Evangelho – III Domingo do Tempo Comum – Ano B – Mc 1, 14-20
Depois que João Batista foi preso, Jesus foi para a Galileia, pregando o Evangelho de Deus e dizendo: 15 “O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho!” 16 E, passando à beira do Mar da Galileia, Jesus viu Simão e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. 17 Jesus lhes disse: “Segui-Me e Eu farei de vós pescadores de homens”. 18 E eles, deixando imediatamente as redes, seguiram a Jesus. 19 Caminhando mais um pouco, viu também Tiago e João, filhos de Zebedeu. Estavam na barca, consertando as redes; 20 e logo os chamou. Eles deixaram seu pai Zebedeu na barca com os empregados, e partiram, seguindo Jesus (Mc 1, 14-20).
Não se deve dar tempo ao tempo, mas sim à eternidade
O chamado à conversão e o anúncio do Reino nos colocam na perspectiva de um “tempo abreviado” que deve ser vivido em função da eternidade.
Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP
I – Viver no tempo sob a perspectiva da eternidade
A comunicação de Deus com o homem — em particular nos episódios mais salientes narrados na Escritura Sagrada — é o ponto central a partir do qual se desenrola a História. Como seria desejável assistir a todas as maravilhas da ação divina ao longo dos séculos, do grande mirante da eternidade, que só abandonaríamos no curto período entre nosso nascimento e o instante da morte! No entanto, dado que vivemos dentro do tempo, isto não é possível. Mas também fazemos parte da História, e tudo o que veio antes de nós, assim como o presente e o futuro, tem íntima relação conosco. Como, então, nos associarmos aos passos de Deus em todas as épocas?
A Liturgia permite reviver a História da salvação
Eis a maravilha da Liturgia! Com efeito, ela nos faz participar não só dos acontecimentos celebrados, mas, inclusive, das mesmas graças concedidas em cada um deles, conforme afirma o Papa Pio XII na Encíclica Mediator Dei: “O Ano Litúrgico, que a piedade da Igreja alimenta e acompanha, não é uma fria e inerte representação de fatos que pertencem ao passado, ou uma simples e nua evocação da realidade de outros tempos. É, antes, o próprio Cristo, que vive sempre na sua Igreja e que prossegue o caminho de imensa misericórdia por Ele iniciado, piedosamente, nesta vida mortal, quando passou fazendo o bem (cf. At 10, 38) com o fim de pôr as almas humanas em contato com os seus mistérios e fazê-las viver por eles, mistérios que estão perenemente presentes e operantes, não de modo incerto e nebuloso”.1
Há um mês e meio abriu-se o novo Ciclo Litúrgico com o período do Advento, que revive ao longo de quatro semanas — dedicadas à penitência e ao pedido de perdão por nossas faltas — a espera da humanidade pela chegada do Messias. Vinculamo-nos, assim, aos milênios que se seguiram desde a saída de Adão e Eva do Paraíso até o nascimento do Redentor. Exultando de alegria pela certeza de que uma mudança se verificaria e as coisas tomariam outra perspectiva, acolhemos Jesus na noite de Natal, O visitamos com os pastores e os Reis Magos, fugimos com Ele para o Egito, e O encontramos no Templo, separado de Nossa Senhora e de São José. Mais tarde assistimos ao seu Batismo, cuja comemoração encerra as festas e introduz o Tempo Comum, em que contemplaremos ao longo dos meses o começo da vida pública de Nosso Senhor, os milagres por Ele realizados, a indignação dos fariseus por perceberem a difusão de uma doutrina nova dotada de potência (cf. Mc 1, 27), diferente de tudo quanto ensinavam, bem como a insegurança e a inveja que os leva a querer matar o Filho de Deus.

domingo, 18 de janeiro de 2015

Evangelho III Domingo do Tempo Comum – Ano B – Mc 1, 14-20

Comentário ao Evangelho – III Domingo do Tempo Comum – Ano B – Mc 1, 14-20

Depois que João Batista foi preso, Jesus foi para a Galileia, pregando o Evangelho de Deus e dizendo: 15 “O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho!” 16 E, passando à beira do Mar da Galileia, Jesus viu Simão e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. 17 Jesus lhes disse: “Segui-Me e Eu farei de vós pescadores de homens”. 18 E eles, deixando imediatamente as redes, seguiram a Jesus. 19 Caminhando mais um pouco, viu também Tiago e João, filhos de Zebedeu. Estavam na barca, consertando as redes; 20 e logo os chamou. Eles deixaram seu pai Zebedeu na barca com os empregados, e partiram, seguindo Jesus (Mc 1, 14-20).
Não se deve dar tempo ao tempo, mas sim à eternidade
O chamado à conversão e o anúncio do Reino nos colocam na perspectiva de um “tempo abreviado” que deve ser vivido em função da eternidade.
Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP
I – Viver no tempo sob a perspectiva da eternidade
A comunicação de Deus com o homem — em particular nos episódios mais salientes narrados na Escritura Sagrada — é o ponto central a partir do qual se desenrola a História. Como seria desejável assistir a todas as maravilhas da ação divina ao longo dos séculos, do grande mirante da eternidade, que só abandonaríamos no curto período entre nosso nascimento e o instante da morte! No entanto, dado que vivemos dentro do tempo, isto não é possível. Mas também fazemos parte da História, e tudo o que veio antes de nós, assim como o presente e o futuro, tem íntima relação conosco. Como, então, nos associarmos aos passos de Deus em todas as épocas?