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domingo, 24 de janeiro de 2016

Evangelho IV Domingo do Tempo Comum – Ano C

Comentários ao Evangelho IV Domingo do Tempo Comum – Ano C  Lc 4,21-30
Naquele tempo, estando Jesus na sinagoga, começou a dizer: 21“Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”.
22Todos davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca. E diziam: “Não é este o filho de José?”
23Jesus, porém, disse: “Sem dúvida, vós me repetireis o provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo. Faze também aqui, em tua terra, tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum”.
24E acrescentou: “Em verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria.
25De fato, eu vos digo: no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e houve grande fome em toda a região, havia muitas viúvas em Israel. 26No entanto, a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a uma viúva que vivia em Sarepta, na Sidônia.
27E no tempo do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel. Contudo, nenhum deles foi curado, mas sim Naamã, o sírio”.
28Quando ouviram estas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos. 29Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no até ao alto do monte sobre o qual a cidade estava construída, com a intenção de lançá-lo no precipício. 30Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho.
Aqueles que tiveram a dita incalculável de conviver mais tempo com Jesus - seus conterrâneos de Nazaré - foram os primeiros a rejeitá-Lo e a querer matá-Lo. Por que razão os profetas não são aceitos em sua própria terra?
Mons. João Clá Dias, EP
I - O dia-a-dia de Jesus em Nazaré
Seria ingenuidade, ou pelo menos pobreza de senso comum, imaginar a vida oculta de Jesus transcorrida num completo isolamento, fechada entre quatro paredes, sem a possibilidade do menor contato com a sociedade ao seu redor. Não pode ter sido assim. A perda e o encontro do Menino Jesus no Templo, o único episódio narrado pelos Evangelhos, traz-nos elementos para suspeitar um convívio normal com os adolescentes de Nazaré.
Anualmente, caravanas partiam das mais variadas regiões em busca da cidade de Davi para, no Templo, participar das festividades.
Agrupavam-se as famílias e deslocavam- se em conjunto para assim melhor se entre apoiarem. Ademais, sendo os judeus muito comunicativos e amantes da conversa, era uma ocasião para requintar as amizades adquiridas ao longo do ano ou dos tempos. É provável que este tenha sido um dos motivos pelos quais Maria e José não se aperceberam, logo no primeiro momento, do desaparecimento do Filho de Deus. Os jovens, que a partir dos doze anos acompanhavam os respectivos pais, também se reuniam para seus entretenimentos, desligados dos adultos. Daí ter sido possível ao Divino Jovem realizar seu sonho de cuidar dos interesses de seu Pai Eterno, na total independência de qualquer outro laço.
Posição de Jesus na diminuta cidade