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sábado, 4 de abril de 2015

EVANGELHO II DOMINGO DA PÁSCOA - ANO B - Jo 20, 19 - 31

EVANGELHO – II DOMINGO DA PÁSCOA – ANO B
19 Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: "A paz esteja convosco".
20 Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor.
21 Novamente, Jesus disse: "A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio".
22 E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. 23 A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem os não perdoardes, eles lhes serão retidos".
24 Tomé, chamado Dídimo, que era um dos doze, não estava com eles quando Jesus veio. 25 Os outros discípulos contaram-lhe depois: "Vimos o Senhor!"
Mas Tomé disse-lhes: "Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei".
26 Oito dias depois, encontravam-se os discípulos novamente reunidos em casa, e Tomé estava com eles. Estando fechadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: "A paz esteja convosco".
27 Depois disse a Tomé: "Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mais fiel".
28 Tomé respondeu: "Meu Senhor e meu Deus!"
29 Jesus lhe disse: "Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!"
30 Jesus realizou muitos outros sinais diante dos discípulos, que não estão escritos neste livro. 31 Mas estes foram escritos para que acrediteis que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome.
Crer,para depois amar
Da incredulidade a um sublime ato de adoração, quando constatou a Ressurreição do Senhor as atitudes de São Tomé constituem valiosa instrução na fé para os homens do século XXI.
I – A CRENÇA NA RESSURREIÇÃO, FUNDAMENTO DA FÉ
A ressurreição não era tema fácil de tratar na época de Nosso Senhor, como também não o é ainda hoje. De fato, ele nos toca a fundo, pois, se considerássemos com seriedade o destino eterno, nossa vida seria outra e o mundo não estaria na presente situação de desvario.
Existiam naquele tempo escolas gregas cujos propugnadores, além de não acreditarem na ressurreição, sustentavam a tese de que a alma humana não era espiritual nem imortal. O resultado era o materialismo absoluto. Em Israel, os saduceus — partido constituído por pessoas da classe mais acomodada — haviam se abeberado nestas doutrinas filosóficas, como constatamos na célebre discussão deles com Jesus, a propósito da hipotética mulher casada sucessivamente com sete irmãos. O Salvador os refutou de uma forma belíssima, a ponto de causar admiração até em alguns escribas fariseus, os quais, sim, tinham fé na ressurreição (cf. Lc 20, 27-40).
Os Apóstolos não creram na Ressurreição de Jesus
Os seguidores do Divino Mestre estavam mais próximos da doutrina farisaica, como se depreende da resposta de Santa Marta a Jesus, a respeito de seu irmão Lázaro: “Sei que há de ressurgir na ressurreição no último dia” (Jo 11, 24). Porém, eles não aventavam a possibilidade da Ressurreição imediata de Jesus depois de sua Paixão e Morte.

terça-feira, 31 de março de 2015

EVANGELHO DOMINGO DA PÁSCOA - ANO B - Jo, 20, 1-9

COMENTÁRIOS AO EVANGELHO DOMINGO DA PÁSCOA NA RESSURREIÇÃO DO SENHOR
1 No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido tirada do túmulo. 2 Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”. 3 Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. 4 Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. 5 Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou. 6 Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão 7 e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. 8 Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu, e acreditou. 9 De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos. (Jo, 20, 1-9)
Os Apóstolos ou as Santas Mulheres?
A diversidade de comportamento entre os seguidores do Divino Mestre no dia da Ressurreição indica-nos como agradar a Deus, apesar de sermos imperfeitos
I - É  PÁSCOA DO SENHOR!
Após quarenta dias de espera e penitência, acompanhamos de perto as dores inenarráveis de Nosso Senhor Jesus Cristo na Semana Santa. E finalmente celebramos a Ressurreição do Senhor — mistério essencial de nossa Redenção —, cujas alegrias e aleluias se estenderão por cinquenta dias, recordando o tempo que Jesus esteve junto aos seus na Terra, até subir aos Céus, e a fase na qual Nossa Senhora e os Apóstolos aguardaram a descida do Espírito Santo. E um período de júbilo, por significar a passagem da vida anterior, marcada pela culpa original, para a vida nova trazida por Jesus, abrindo as portas do Céu, que estavam fechadas para a humanidade.

domingo, 29 de março de 2015

Comentário ao Evangelho – Missa da Ceia do Senhor

Comentário ao Evangelho – Missa da Ceia do Senhor Quinta -feira Santa
Amar aos outros como Deus nos amou! Eis uma das mais belas formas de preparar-nos para a Eucaristia no Tempo da Páscoa. Desse modo, estaremos imitando, em nossas vidas, o divino Mestre no sublime ato do lava-pés.
I – Deus é amor
Um insuperável clímax de plenitude de amor atinge o Sagrado Coração de Jesus naquelas últimas horas de convívio com os Seus. Transcorrem ali, naquele histórico recinto, os momentos finais de Sua vida terrena. São os derradeiros episódios que constituem o grande pórtico dos sagrados mistérios da Redenção prestes a realizarem-se. Os inimigos se agitam e se entre-estimulam a perpetrar o mais grave homicídio de todos os tempos. Encontram-se eles na dependência de um guia possuído por Satanás, aguardando o momento propício para agarrar o Messias e conduzi-Lo aos tormentos da Cruz. Não há minuto a perder, é indispensável o Salvador externar ao Pai e aos discípulos o transbordante amor a borbulhar no interior de Seu Sagrado Peito.
As primeiras manifestações desse amor já haviam se dado na própria obra da Criação. Desfrutando de perfeita felicidade em Si mesmo, desde toda a eternidade, não necessitava Deus de nenhum ser que O completasse. Entretanto, por amor, quis Ele comunicar Suas infinitas perfeições às criaturas, de maneira que estas Lhe rendessem a glória extrínseca. Com especial benevolência, concebeu os Anjos e os homens à Sua imagem, destinando-os a participar da vida e da natureza divinas, pela Graça. E eles, seres racionais, encontram sua felicidade em glorificar seu Criador, pois “o mundo foi criado para a Glória de Deus”.
A Criação foi, portanto, o início ad extra da demonstração de Seu amor divino. “Se Deus produziu as criaturas — afirma São Tomás — não é porque delas necessite, nem por nenhuma outra causa exterior, mas por amor de sua bondade”. E Royo Marín, citando Chaine, acrescenta: “O amor é o atributo que melhor nos dá a conhecer a natureza de Deus [...]. É de tal maneira representativo, que São João não o considera como atributo, mas como a expressão da própria natureza de Deus”.
Deus caritas est (I Jo 4, 16), e “na história de amor que a Bíblia nos narra — ensina Bento XVI na encíclica assim intitulada — Ele vem ao nosso encontro, procura atrair-nos, chegando até a Última Ceia, até o Coração trespassado na Cruz, até as aparições do Ressuscitado e as grandes obras pelas quais Ele, através da ação dos Apóstolos, guiou o caminho da Igreja nascente”.
Eis algumas considerações que nos levam a ver no Cenáculo, um símbolo e lição da perfeita Caridade. Na Antiga Lei, o amor não era universal. Limitava-se ao benfeitor, ao amigo, ao conacional. Ademais, a medida do amor era, então, o empregado a nós mesmos. A partir de Cristo, trata-se de um mandamento novo, tal qual encontramos na aclamação do Evangelho de hoje: “Amai-vos uns aos outros, como Eu vos tenho amado” (Jo 15, 12).
1 “Antes da festa da Páscoa, Jesus sabia que tinha chegado Sua hora de passar deste mundo para o Pai; tendo amado os Seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”.