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sábado, 31 de dezembro de 2016

Homilia oitava do Natal

Devemos ser flexíveis à ação da graça. Assista aos comentários de Mons João Clá Dias.


sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Uma Bela História de Natal

O que você faria para poder voltar a experimentar as alegrias de sua juventude, de sua infância e dos Natais anteriores? Através deste vídeo queremos ajudá-lo a encontrar algo que talvez há tempos não sente, a alegria do Natal. Esta alegria se resume em uma frase cantada pelos anjos na noite mais feliz da história: "Paz aos homens de boa vontade". Alegria e paz. Se é isso que está buscando, este vídeo é para você.



segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Evangelho Natal do Senhor (Missa do Dia) – Ano A

Comentários ao Evangelho Natal do Senhor (Missa do Dia) – Ano A
É uma lei da História, Deus sempre encontrou uma solução superior aos seus planos anteriores, ao serem estes  frustrados pela incorrespondência das criaturas. Como  contemplar o Natal sob  o prisma dessa constância do proceder divino?  Acompanhemos os comentários  da Liturgia:  
1 No princípio existia o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. 2 Estava no princípio com Deus. 3 Todas as coisas foram feitas por Ele; e sem Ele nada foi feito. 4 N'Ele estava a vida, e a vida era a luz dos homens; 5 e a luz resplandeceu nas trevas, mas as trevas não O receberam. 6 Apareceu um homem enviado por Deus que se chamava João. 7 Veio como testemunha para dar testemunho da luz, a fim de que todos cressem por meio dele. 8 Não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. 9 O Verbo era a luz verdadeira, que vindo a este mundo ilumina todo o homem. 10 Estava no mundo, e o mundo foi feito por Ele, mas o mundo não O conheceu. 11 Veio para o que era seu, e os seus não O receberam. 12 Mas a todos os que O receberam, àqueles que crêem no seu nome, deu poder de se tornarem filhos de Deus; 13 eles que não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. 14 E o Verbo fez-se carne, e habitou entre nós; e nós vimos a sua glória, glória como de Filho Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. 15 João dá testemunho d'Ele e clama: "Este era Aquele de Quem eu disse: O que há de vir depois de mim é mais do que eu, porque existia antes de mim". 16 Todos nós participamos da sua plenitude, e recebemos graça sobre graça; 17 porque a Lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade foram  trazidas por Jesus Cristo. 18 Ninguém jamais viu a Deus; o Unigênito de Deus, que está no seio do Pai, Ele mesmo é que O deu a conhecer (Jo 1, 1-18).
As autênticas obras de arte levam seus autores a com elas se encantarem logo após o último retoque. O grande Michelangelo foi um exemplo pitoresco ao contemplar seu famoso "Moisés". A escultura se apresentou diante de seus olhos com tanta realidade que arrancou de seu italianíssimo coração a célebre exclamação: "Parla! Perche non parla?" Sim, só faltava falar aquela bela figura lavrada em mármore. Mas, para tal, era preciso uma arte ainda mais requintada, a de poder transmitir-lhe a própria vida. Todavia, Michelangelo nada pôde fazer nesse sentido, a não ser, cheio de emoção, desferir um golpe de martelo no joelho da estátua, produzindo-lhe a marca que ainda hoje pode ser vista. 
Esse episódio nos faz recordar outro semelhante e mais antigo, o do insuperável e perfeitíssimo boneco de barro. Modelado com precisão absoluta, seu Autor se encantou ao contemplá-lo e, sendo infinitamente mais capaz do que Michelangelo, com um simples sopro, infundiu-lhe a vida humana: "O Senhor formou, pois, o homem do barro da terra, e inspirou-lhe nas narinas um sopro de vida e o homem se tornou um ser vivente" (Gen 2, 7). E se isso não bastasse para consagrar a onipotência de Deus, determinou Ele também a criação de Eva: "Então o Senhor Deus mandou ao homem um profundo sono; e enquanto ele dormia, tomou-lhe uma costela e fechou com carne o seu lugar. E da costela que tinha tomado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher, e levou-a para junto do homem" (Gen 2, 21-22). Assim, criou-os na graça, além de infundir-lhes especiais dons e virtudes.

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Evangelho Missa da Aurora do Natal do Senhor - Lc 2, 15-20

Comentários ao Evangelho Missa da Aurora do Natal do Senhor - Lc 2, 15-20
15 Quando os Anjos se afastaram, voltando para o Céu, os pastores disseram entre si: “Vamos a Belém ver este acontecimento que o Senhor nos revelou”. 16 Os pastores foram às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura. 17 Tendo-O visto, contaram o que lhes fora dito sobre o Menino. 18 E todos os que ouviram os pastores ficaram maravilhados com aquilo que contavam.
19 Quanto a Maria, guardava todos esses fatos e meditava sobre eles em seu coração.

20 Os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido, conforme lhes tinha sido dito (Lc 2, 15-20).
Glória e Paz!
Neste Natal, em meio aos múltiplos dramas atuais, ecoam mais do que nunca para nós os cânticos dos Anjos, como outrora para os pastores. Eles nos oferecem a verdadeira paz, convidando-nos a subordinarmos nossas paixões à razão, e esta, à Fé.
I - Divina solução para os problemas atuais
"O presépio de Belém nos mostra o Homem perfeito que, unindo numa só pessoa a natureza divina e a natureza humana, restitui a esta a melhor parte de seus privilégios, perdidos pelo pecado, e a plenitude dos benefícios daí decorrentes. Donde se segue que não temos outro meio de sermos homens - tanto do ponto de vista espiritual quanto do social - senão o de nos aproximarmos do Homem perfeito, da plena estatura da vita de Cristo: ‘donec occurramus in virum perfectum, in mensuram ætatis plenitudinis Christi'". 1
O caminho para obter a harmonia, a concórdia e a paz
Por essa razão, ajoelhando-nos diante do Menino Deus - como o fizeram os Sagrados Esposos, os pastores, os Reis Magos e tantos outros -, estaremos contemplando os mais altos ensinamentos para ordenar toda a nossa vida cristã e social. Naquela Manjedoura se encontra "o Caminho, a Verdade e a Vida" (Jo 14, 6).

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Evangelho Missa da Noite do Natal do Senhor (Missa do Galo) - Ano A

Comentários ao Evangelho da Missa da Noite do Natal do Senhor - Missa do Galo - Ano A -
Mons João Clá Dias
Aconteceu que, naqueles dias, César Augusto publicou um decreto, ordenando o recenseamento de toda a terra. Este primeiro recenseamento foi feito quando Quirino era governador da Síria. Todos iam registrar-se cada um na sua cidade natal. Por ser da família e descendência de Davi, José subiu da cidade de Nazaré, na Galiléia, até a cidade de Davi, chamada Belém, na Judéia, para registrar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. Enquanto estavam em Belém, completaram-se os dias para o parto e Maria deu à luz o seu filho primogênito. Ela o enfaixou e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para eles na hospedaria.
Naquela região havia pastores que passavam a noite nos campos, tomando conta do seu rebanho. Um anjo do Senhor apareceu aos pastores, a glória do Senhor os envolveu em luz e eles ficaram com muito medo. O anjo, porém, disse aos pastores: Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que o será para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador, que é o Cristo Senhor. Isto vos servirá de sinal: Encontrareis um recém-nascido envolvido em faixas e deitado numa manjedoura. E, de repente, juntou-se ao anjo uma multidão da corte celeste. Cantavam louvores a Deus, dizendo: Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados.
O Evangelho do nascimento do Menino Jesus
Ao nos aproximarmos do Presépio, meditemos sobre aqueles acontecimentos que marcaram para sempre a História e que uma palavra hebraica sintetiza com justeza: Emanuel. Quer dizer “Deus conosco”, o próprio Senhor de todas as coisas assumiu a natureza humana e veio para estar no meio de nós.
A linguagem da Escritura
1Aconteceu que naqueles dias, César Augusto publicou um decreto, ordenando o recenseamento de toda a terra.
São Lucas, ao introduzir o tema, não se exprime com exageros didáticos, mas sim, com encantadora singeleza. Encontramos esta mesma simplicidade ao longo de toda a Sagrada Escritura. Não se trata apenas de um princípio de sabedoria, mas de arte literária: ao se descrever algo substancialmente grandioso, torna-se desnecessário utilizar uma linguagem enfática. A ênfase é indispensável quando queremos chamar a atenção para algo que, de si, não tem ou parece não ter importância.
O que São Lucas descreverá é o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, fato insuperável na História. Deus se fez Homem! O que mais dizer?

sábado, 17 de dezembro de 2016

Evangelho Natal do Senhor ( Missa da Vigília) – Mt 1, 1-15 - Ano A

Comentários ao Evangelho Natal do Senhor ( Missa da Vigília) – Mt 1, 1-15 

Livro da origem de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão, 2Abraão gerou lsaac; Isaac gerou Jacó; Jacó gerou Judá e seus irmãos.  Judá gerou Farés e Zara, cuja mãe era Tamar. Farés gerou Esrom; Esrom gerou Aram; 4Aram gerou Aminadab; Aminadab gerou Naasson; Naasson gerou Salmon;  Salmon gerou Booz, cuja mãe era Raab. Booz gerou Jobed, cuja mãe era Rute. Jobed gerou Jessé. 6 Jessé gerou o rei Davi.
Davi gerou Salomão, daquela que tinha sido mulher de Urias.  Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa; 8Asa gerou Josafá; Josafá gerou Jorão. Jorão gerou Ozias; 9Ozias gerou Jotão; Jotão gerou Acaz; Acaz gerou Ezequias; 10Ezequias gerou Manassés; Manassés gerou Amon; Amon gerou Josias. 11Josias gerou Jeconias e seus irmãos, no tempo do exílio na Babilônia.
12 Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel; 13Zorobabel gerou Abiud; Abiud gerou Eliaquim; Eliaquim gerou Azor; 14Azor gerou Sadoc; Sadoc gerou Aquim; Aquim gerou Eliud; 15 Eliud gerou Eleazar; Eleazar gerou Matã; Matã gerou Jacó. 16 Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus chamado o Cristo. 17Assim, as gerações desde Abraão até Davi são quatorze; de Davi até o exílio na Babilônia, quatorze; e do exílio na Babilônia até Cristo, quatorze.
18 A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua Mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, Ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo.
19 José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-I.a, resolveu abandonar Maria,em segredo. 20 Enquanto José pensava nisso, eis que o Anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse: “José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque Ela concebeu pela ação do Espírito Santo. 21 Ela dará à luz um Filho e tu lhe darás o nome de Jesus, pois Ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”.
22 Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: 23 “Eis que uma Virgem conceberá e dará à luz um Filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus está conosco”. 24 Quando acordou, José fez conforme o Anjo do Senhor havia mandado: e aceitou sua esposa. 25 E sem ter relações com Ela, Maria deu à luz um Filho. E José deu ao Menino o nome de Jesus (Mt I, I -25).
Ele veio salvar os pecadores...
  Ao apresentar a genealogia de Nosso Senhor Jesus Cristo, São Mateus ressalta que o Verbo assumiu a carne da humanidade pecadora para sanar todas as suas deficiências
 A PREPARAÇÃO IMEDIATA PARA O NASCIMENTO DE DEUS
Depois do período das quatro semanas do Advento, a Missa da véspera do Natal do Senhor propicia que, na perspectiva da comemoração da chegada do Menino Jesus à meia-noite, as graças já comecem a se fazer sentir, enchendo de alegria os nossos corações. Estas graças, distribuídas no mundo inteiro em torno do altar, quando Ele vem até nós todos os dias na Eucaristia, tornam-se mais intensas nesta grande Solenidade na qual celebramos, litúrgica e misticamente, o Verbo que se fez carne entre nós, jubiloso acontecimento que nos é anunciado pelo cântico dos Anjos.
Devemos, portanto, arder do desejo de que o Divino Infante venha não apenas ao Presépio da Gruta de Belém, mas ao nosso interior para aí estabelecer sua morada, e que Ele também possa nascer, o quanto antes e de maneira eficaz, no fundo da alma de cada um dos habitantes da Terra, realizando o que Ele próprio nos ensinou a pedir na oração perfeita, repetida pela Igreja ao longo de dois mil anos: “venha a nós o vosso Reino; seja feita a vossa vontade, assim na Terra como no Céu” (Mt 6, 10).
UM DEUS DE ASCENDÊNCIA HUMANA
Qual o momento histórico escolhido por Deus para Se encarnar?

domingo, 11 de dezembro de 2016

Evangelho IV Domingo Advento – Ano A

Comentários ao Evangelho IV Domingo Advento –  Ano A – Mt 1, 18-24
18 "A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua Mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, Ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. 19 José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-La, resolveu abandonar Maria em segredo. 20 Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse: ‘José, filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque Ela concebeu pela ação do Espírito Santo. 21 Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois Ele vai salvar o seu povo dos seus pecados'. 22 Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: 23 ‘Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, o que significa: Deus está conosco'. 24 Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor havia mandado e aceitou sua esposa" (Mt 1, 18-24).
Duas criaturas puramente humanas intervêm no mais grandioso acontecimento da História: a Encarnação do Verbo. Diante do silêncio de Maria face à realização n'Ela desse sublime Mistério, São José atravessa uma provação terrível e lancinante. E pratica, também em silêncio, um dos maiores atos de virtude jamais realizados sobre a Terra.
I - Dois silêncios se entrecruzam
Com breves e inspiradas palavras, narra-nos São Mateus o mais grandioso acontecimento da História, a Encarnação do Verbo, e os episódios subsequentes.
À primeira vista, a singela descrição do Evangelista pode-nos causar a impressão de que tudo transcorreu de modo suave e aprazível, não havendo lugar para qualquer sofrimento e menos ainda para a terrível provação que levou São José à extrema decisão de "abandonar Maria em segredo".
Tanto nesta passagem do Evangelho quanto na de São Lucas que, com igual simplicidade, narra a Anunciação do anjo a Maria (cf. Lc 1, 26-38), deparamo-nos com realidades situadas no mais alto plano da Criação, acessíveis à nossa inteligência somente pela luz da Fé, que nos faz vislumbrar os grandes mistérios da graça e da glória.
Conforme revela o anjo, Maria será Mãe por obra do Espírito Santo, sem concurso humano. Precisamente por esse motivo, dir-se-ia ser São José na Sagrada Família um mero complemento destinado a fazer o papel de pai apenas para efeitos civis e de opinião pública. Sua função seria, então, quiçá dispensável, no plano da Encarnação do Verbo e, portanto, na Redenção do gênero humano.
Sem embargo, uma consideração mais aprofundada do Evangelho proposto para este 4º Domingo do Advento nos revelará atraentes verdades a respeito deste varão incomparável, pai adotivo de Jesus e esposo da Virgem Imaculada.
Após a Encarnação, Maria guarda silêncio
18 "A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua Mãe, estava prometida em casamento a José e, antes de viverem juntos, Ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo".
De acordo com o direito judaico da época, o matrimônio entre israelitas era constituído por dois atos distintos aos quais poderíamos chamar de esponsais e núpcias.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Homilia Mons João Clá Dias

Comentários de Mons João Clá Dias à Leitura do Livro do Profeta Jeremias 31,31-34
31“Eis que virão dias, diz o Senhor, em que concluirei com a casa de Israel e a casa de Judá uma nova aliança; 32 não como a aliança que fiz com seus pais, quando os tomei pela mão para retirá-los da terra do Egito, e que eles violaram, mas eu fiz valer a força sobre eles, diz o Senhor.

33 Esta será a aliança que concluirei com a casa de Israel, depois desses dias, diz o Senhor: imprimirei minha lei em suas entranhas, e hei de inscrevê-la em seu coração; serei seu Deus e eles serão meu povo. 34 Não será mais necessário ensinar seu próximo ou seu irmão, dizendo: ‘Conhece o Senhor!’; todos me reconhecerão, do menor ao maior deles, diz o Senhor, pois perdoarei sua maldade, e não mais lembrarei o seu pecado”.



segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Evangelho I Domingo do Advento – Ano A

Comentários ao Evangelho I Domingo do Advento – Ano A
Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos: 37 “A vinda do Filho do Homem será como no tempo de Noé. 38 Pois nos dias, antes do dilúvio, todos comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. 39 E eles nada perceberam, até que veio o dilúvio e arrastou a todos. Assim acontecerá também na vinda do Filho do Homem. 40 Dois homens estarão trabalhando no campo: um será levado e o outro será deixado. 41 Duas mulheres estarão moendo no moinho: uma será levada e a outra será deixada. 42 Portanto, ficai atentos! porque não sabeis em que dia virá o Senhor. 43 Compreendei bem isso: se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão, certamente vigiaria e não deixaria que a sua casa fosse arrombada. 44 Por isso, também vós ficai preparados! Porque na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá” (Mt 24, 37-44).
A vigilância: uma esquecida virtude?
Ao se iniciar o Ano Litúrgico, o Divino Mestre nos exorta a termos sempre diante dos olhos o fim último para o qual fomos criados e a estarmos preparados para o encontro com o Supremo Juiz. Para tal é indispensável a prática de uma virtude muitas vezes esquecida ou menosprezada: a vigilância.
I – Fundamental virtude da vigilância
Ao contemplar a natureza, seja no campo aberto, ou no interior de uma floresta, chamam-nos a atenção certos aspectos, dos quais podemos haurir uma lição para nossa vida espiritual. Vemos, por exemplo, o voo de um pássaro levando no bico um graveto a fim de construir o ninho para colocar os ovos e perpetuar sua espécie. Aquilo é feito com a precisão de um marceneiro – apenas por instinto e não por ter inteligência –, uma verdadeira obra de arte. Imaginemos, então, que essa ave recebesse uma alma, não como o principium vitæ que vegetais e animais têm, mas uma alma imortal como a do homem, que subsiste mesmo quando separada do corpo pela morte. Em tal caso, caberia ao pássaro considerar mais valioso o ninho que ele está armando ou a existência eterna de sua nova alma? A segunda opção é evidente. Sem deixar de fazer o ninho, ele deveria concentrar a primeira preocupação no seu destino sempiterno.
Ora, Deus dotou o homem desta alma imortal. A morte atinge apenas a parte animal da natureza humana, o corpo, o qual ainda ressuscitará. Por conseguinte, o homem tem obrigação de dar mais importância à alma que ao corpo, tudo fazendo com vistas à eternidade, sem, no entanto, descuidar do que é transitório, sem deixar de trabalhar, de ordenar o lar, de educar os filhos, caso siga a via matrimonial, ou de cumprir outras obrigações se abraçou a via religiosa. Não obstante, muitas vezes ocorre uma tragédia: o homem volta-se exageradamente para as coisas concretas e se esquece do que advirá após sua morte e no Juízo Universal.
Com o Advento inicia-se um novo Ano Litúrgico. As quatro semanas deste período simbolizam os milênios que a humanidade esperou pelo nascimento do Salvador. São dias de penitência e de expectativa que a Igreja propõe como preparação para a vinda do Menino Jesus, na Solenidade do Natal, bem como no fim dos tempos.
Por isso, a Liturgia do 1º Domingo do Advento tem em seu início o seguinte pedido, na Oração do Dia: “concedei aos vossos fiéis o ardente desejo de possuir o Reino Celeste, para que, acorrendo com as nossas boas obras ao encontro do Cristo que vem, sejamos reunidos à sua direita na comunidade dos justos”.1 É no desejo ardente do Céu e fixando nossos olhos no fim do mundo e na eternidade que teremos forças para praticar a virtude e realizar boas obras.
Em tempo de guerra, se uma sentinela dorme no posto a corte marcial a sujeitará a penas severas por ter abandonado sua obrigação; todos nós somos sentinelas numa guerra muito mais grave do que a defesa da pátria terrena. São Pedro diz que o demônio ronda em torno de nós como um leão, querendo nos devorar (cf. I Pd 5, 8). Constantemente nos vemos cercados de perigos e, se queremos salvar nossa alma, é preciso estar sempre em estado de alerta, sermos vigilantes.
Vigilância: eis o sinal distintivo do Evangelho que abre o Ano Litúrgico.

domingo, 4 de dezembro de 2016

Evangelho III Domingo do Advento Domingo “Gaudete” - Ano A

Comentário ao Evangelho  III Domingo do Advento (Domingo “Gaudete”)
Naquele tempo, 2 João estava na prisão. Quando ouviu falar das obras de Cristo, enviou-Lhe alguns discípulos, 3 para Lhe perguntarem: “És Tu, Aquele que há de vir, ou devemos esperar um outro?”
4 Jesus respondeu-lhes: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: 5 os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados. 6 Feliz aquele que não se escandaliza por causa de Mim!”
7 Os discípulos de João partiram, e Jesus começou a falar às multidões sobre João: “O que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? 8 O que fostes ver? Um homem vestido com roupas finas? Mas os que vestem roupas finas estão nos palácios dos reis.
9 Então, o que fostes ver? Um profeta? Sim, Eu vos afirmo, e alguém que é mais do que profeta. 10 É dele que está escrito: ‘Eis que envio o meu mensageiro à tua frente; ele vai preparar o teu caminho diante de Ti’. 11 Em verdade vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele” (Mt 11, 2-11).
O caminho para a felicidade
A procura da felicidade norteia a existência de toda criatura humana, por disposição divina. A Liturgia do Domingo “Gaudete” indica o verdadeiro caminho para encontrá-la e oferece um exemplo seguro a seguir.
Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP
I – Uma lufada de ânimo para chegar até o fim
Dizia o célebre teórico de guerra Karl von Clausewitz1 que a melhor forma de vencer um adversário é fazê-lo perder o ânimo de combater, pois a quebra de sua força moral é a causa principal de seu aniquilamento físico. Assim, quando empreendemos uma ação com desânimo, não atingimos a meta. Pelo contrário, quem tem uma confiança sólida, baseada numa fé vigorosa, desenvolve energias e entusiasmo para perseverar até o fim com galhardia. Se, por acaso, na realização de um árduo esforço, sentimos faltar o fôlego, basta uma lufada de esperança para redobrar as boas disposições e garantir o sucesso.
A Igreja, no 3º Domingo do Advento — chamado Domingo Gaudete —, tem em vista este propósito: fazer uma pausa nas admoestações do período de penitência e amenizar a tristeza causada pela lembrança dos pecados cometidos, para considerar com alegria a perspectiva do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Em breve seremos libertados de nossa miséria, se soubermos ouvir os seus ensinamentos e nos abrirmos às graças que Ele nos traz, e poderemos seguir adiante com entusiasmo, confortados pela certeza de que nos será dada a salvação. Esse verdadeiro gáudio pela próxima vinda do Redentor é a nota tônica desta Missa, simbolizada pela cor rósea dos paramentos e expressa nos textos litúrgicos, sem, todavia, excluir totalmente o caráter penitencial. Depois do pecado original, a cruz tornou-se indispensável para obtermos a glória no cumprimento da finalidade para a qual fomos criados.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Homilia Mons Jão Clá Dias - Advento

Tempo do Advento
Comentários de Mons João Clá Dias ao Evangelho de São Mateus 7,21-29
A palavra de Deus posta em prática

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Nem todo aquele que me diz: 'Senhor, Senhor', entrará no Reino dos Céus, mas o que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus. Naquele dia, muitos vão me dizer: 'Senhor, Senhor, não foi em teu nome que profetizamos? Não foi em teu nome que expulsamos demônios? E não foi em teu nome que fizemos muitos milagres?' Então eu lhes direi publicamente: 'Jamais vos conheci. Afastai-vos de mim, vós que praticais o mal. Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática, é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos deram contra a casa, mas a casa não caiu, porque estava construída sobre a rocha. Por outro lado, quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática, é como um homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos sopraram e deram contra a casa, e a casa caiu, e sua ruína foi completa!' Quando Jesus acabou de dizer estas palavras, as multidões ficaram admiradas com seu ensinamento. De fato, ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os mestres da lei.


sábado, 26 de novembro de 2016

Evangelho II Domingo do Advento - Ano A – Mt 3, 1-12

Comentários ao Evangelho 2º Domingo do Advento - Ano AMt 3, 1-12
Mons João Clá Dias
Naqueles dias, apareceu João Batista, pregando no deserto da Judeia: 2 “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo”.  João foi anunciado pelo profeta Isaías, que disse: “Esta é a voz daquele que grita no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas!”
João usava uma roupa feita de pelos de camelo e um cinturão de couro em torno dos rins; comia gafanhotos e mel do campo.  Os moradores de Jerusalém, de toda a Judeia e de todos os lugares em volta do rio Jordão vinham ao encontro de João. 6 Confessavam seus pecados e João os batizava no rio Jordão.  Quando viu muitos fariseus e saduceus vindo para o batismo, João disse-lhes: “Raça de cobras venenosas, quem vos ensinou a fugir da ira que vai chegar? 8 Produzi frutos que provem a vossa conversão. Não penseis que basta dizer: Abraão é nosso pai’, porque eu vos digo: até mesmo destas pedras Deus pode fazer nascer filhos de Abraão.
O machado já está na raiz das árvores, e toda árvore que não der bom fruto será cortada e jogada no fogo. ‘Eu vos batizo com água para a conversão, mas Aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu. Eu nem sou digno de carregar suas sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. 2 Ele está com a pá na mão; Ele vai limpar sua eira e recolher seu trigo no celeiro; mas a palha Ele a Queimará no fogo que não se apaga” (Mt 3, 1-12).
Tempo de uma nova conversão
Ao invectivar a hipocrisia dosfariseus e saduceus, São João nos põe na perspectiva do Juízo Final, do qual ninguém poderá escapar. Naquele dia, de nada valerão as exterioridades se não tivermos produzido frutos que provem a nossa conversão.
ADVENTO, TEMPO PARA UMA REVISÃO
Quando um navio vai sair do estaleiro pela primeira vez, é costume realizar-se uma cerimônia na qual a nova ‘ embarcação recebe o nome e, como desfecho do ato, uma garrafa de champanhe é quebrada de forma espetacular no casco, escorrendo ali todo o seu precioso líquido. Segundo uma antiga crença, quanto melhor for a qualidade do espumante maior será a probabilidade de que o navio singre os mares com segurança. Depois disso, com o costado recém-pintado, liso e completamente limpo, a embarcação é lançada na água e começa a navegar pelos oceanos. Com o passar dos anos a velocidade do navio vai diminuindo, não por perda de força do motor, mas porque no casco se incrustam moluscos em grande quantidade que dificultam a navegação. Para recuperar a rapidez inicial é imperioso retornar ao estaleiro e remover essa crosta. Também os automóveis quando são novos funcionam bem, e depois de certo tempo de uso é necessário submetê-los a uma revisão, a fim de garantir o bom desempenho de seu mecanismo.
Em relação à saúde, nossa situação é parecida. Periodicamente temos de nos submeter a um checkup médico ou ir ao dentista para verificar se tudo está em ordem. Mas, sobretudo, necessitamos fazer uma revisão.., da alma. Temos de analisar com frequência nossa vida espiritual, porque, apesar de sermos batizados, recebermos os Sacramentos com assiduidade e praticarmos com seriedade a Religião, é frequente passarmos por circunstâncias que nos levam a cometer certas imperfeições ou a nos apegarmos às vaidades deste mundo, e adquirimos manias e maus hábitos.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Homilia de Mons João Clá Dias - Advento

Homilia de Mons João Clá Dias - Advento
Não podemos conceber uma vida onde nossa visão do mundo seja meramente natural, divorciada Deus, pois a inteligência é indissociável da fé. A fé deve iluminar a inteligência para que ela se abra à contemplação de Deus nas coisas deste mundo e assim elevarmo-nos, por meio da criação, a seu Criador.
Naquele tempo, 27partindo Jesus, dois cegos o seguiram, gritando: “Tem piedade de nós, filho de Davi!” 28Quando Jesus entrou em casa, os cegos se aproximaram dele. Então Jesus perguntou-lhes: “Vós acreditais que eu posso fazer isso?” Eles responderam: “Sim, Senhor”. 29Então Jesus tocou nos olhos deles, dizendo: “Faça-se conforme a vossa fé”. 30E os olhos deles se abriram. Jesus os advertiu severamente: “Tomai cuidado para que ninguém fique sabendo”. 31Mas eles saíram, e espalharam sua fama por toda aquela região. Mt 9,27-31)