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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Evangelho – IV Domingo do Tempo Comum – Ano B – Mc 1, 21-28

Conclusão dos comentários ao Evangelho – IV Domingo do Tempo Comum  Mc 1, 21-28
Império absoluto de Nosso Senhor sobre todas as coisas
25  “Jesus o intimou: ‘Cala-te e sai dele!’. 26 Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu”.
Entre os judeus, afirma Maldonado, havia exorcistas “que tinham certa arte secreta para expulsar demônios por herança de Salomão, segundo nos narra Josefo”.15 São Lucas os menciona nos Atos dos Apóstolos (19, 13-14) e Jesus diz serem filhos dos fariseus (Mt 12, 27; Lc 11, 19). Mas eles cumpriam com seu ofício à custa de enormes esforços, em cerimônias que duravam horas, às vezes dias consecutivos.
Nesta passagem, Nosso Senhor diz simplesmente: “Cala-te e sai dele!”. E deve ter pronunciado essas palavras com a maior “Santo Afonso Maria de serenidade e sobranceria, pois Cristo não Ligório” - Igreja de Santo precisa fazer nenhum esforço para impor Afonso, Cuenca (Equador) sua vontade. Ele impera de forma absoluta sobre todas as coisas.
O Divino Mestre começa por ordenar silêncio ao espírito mau. Ao dizer “cala-te”, nega-lhe o ministério da palavra, privilégio exclusivo daqueles a quem Deus ama. Logo a seguir, manda-o sair daquele homem. O demônio vê-se imediatamente obrigado a obedecer.
Cristo quis, entretanto, deixar patente diante de todos não ser aquele homem um doente, mas sim um possesso. A violência com que o espírito mau o sacudiu ao sair e o grande grito proferido, confirmaram a presença diabólica e o constrangimento com que ele se retirava daquele corpo.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Evangelho – IV Domingo do Tempo Comum – Ano B – Mc 1, 21-28

Continuação dos comentários ao Evangelho – IV Domingo do Tempo Comum  Mc 1, 21-28

Jesus ensinava “como quem tem autoridade”
22 “Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei”.
Ao começar sua pregação, Jesus não Se apresentou como discípulo de nenhum rabino. Diante dos seus ouvintes aparecia como “o filho do carpinteiro” (Mt 13, 55). Entretanto, demonstrava conhecer as Letras Sagradas como ninguém e ensinava ex auctoritate propria uma doutrina nova. Diante dos desvios que imperavam na sociedade do tempo, alçava o estandarte da Verdade, cuja substância é Ele próprio, sabendo perfeitamente o que era necessário dizer ou fazer para atrair e elevar aquele povo. Estava ainda no início da vida pública, mas sua presença e sua palavra já contradiziam todos os padrões errados da época.
Sendo o Criador de todas as coisas, explica São Jerônimo, não atuava como mestre, mas sim como o Senhor. “Não falava apoiando-se numa autoridade superior, mas com a autoridade que Lhe era própria. Agia assim porque sua própria essência dizia o que antes havia afirmado por meio dos profetas. ‘Eu, que por meio deles falava, eis que estou aqui presente’”.7
Descabida seria a indagação sobre onde teria estudado a Sabedoria Eterna e Encarnada. Sendo a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, possuía desde toda a eternidade a ciência divina. Conhecia absolutamente tudo: tanto o universo dos seres criados — passados, presentes e futuros — como o mundo infinito das criaturas possíveis.
Além do mais, tendo sua alma sido criada na visão beatífica, beneficiava-se do conhecimento próprio aos Anjos e às almas bem-aventuradas, que contemplam a Deus face a face. À ciência beatífica unia-se em Jesus a ciência infusa, privilégio concedido aos Anjos ao serem criados, a todas as almas que já abandonaram esta Terra, e, por um dom especial, a alguns eleitos ainda em vida, aos quais o Filho do Homem não podia ser inferior. Ela lhe dava um conhecimento riquíssimo, superior ao de qualquer outro homem, de todas as coisas criadas, das verdades naturais e dos mistérios da graça.
Por último, Jesus possuía também a ciência natural, adquirida progressivamente pela ação do entendimento agente no decorrer de sua vida terrena. E isto sem jamais necessitar de um mestre, pois esse gênero de ciência apenas Lhe servia para conferir as noções adquiridas através de seu intelecto natural com aquilo que, como Deus, conhecia desde toda a eternidade.8

domingo, 25 de janeiro de 2015

Evangelho – IV Domingo do Tempo Comum – Ano B – Mc 1, 21-28

Comentário ao Evangelho – IV Domingo do Tempo Comum  Mc 1, 21-28
21 “Na cidade de Cafarnaum, num dia de sábado, Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar. 22 Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei. 23 Estava então na sinagoga um homem possuído por um espírito mau. Ele gritou: 24 ‘Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus’. 25 Jesus o intimou: ‘Cala-te e sai dele!’. 26 Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu. 27 E todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: ‘O que é isto? Um ensinamento novo dado com autoridade: Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!’. 28 E a fama de Jesus logo se espalhou por toda a parte, em toda a região da Galileia” (Mc 1, 21-28).
Duas bandeiras... uma só escolha!
Para ganharmos a batalha da nossa vida espiritual devemos procurar atingir uma união plena e perfeita com o Supremo Capitão, servindo-nos para isso de todos os elementos que Ele põe ao nosso alcance.
Mons. João Scognamiglio Clá Dias, Ep
I – A batalha da nossa vida espiritual
Uma das mais cogentes meditações propostas por Santo Inácio nos seus famosos Exercícios Espirituais é a das “Duas Bandeiras”. Nela, o fundador da Companhia de Jesus nos apresenta a vida espiritual como um campo de batalha onde se defrontam dois exércitos: o de Nosso Senhor Jesus Cristo, supremo Capitão e Senhor, e o de satanás, mortal inimigo da natureza humana.
Diante desses comandantes antagônicos, com traços muito bem definidos, torna-se impossível assumir uma postura de neutralidade. “Cristo chama e quer todos os homens sob a sua bandeira; e Lúcifer, ao contrário, debaixo da dele”.1 Não há uma terceira opção; é preciso fazer uma escolha.
O peculiar governo do demônio
Quais são as características do chefe dos maus? No Evangelho de São João, Nosso Senhor o qualifica como “mentiroso e pai da mentira”. “Ele é homicida desde o princípio e não se manteve na verdade, porque a verdade não estava com ele. Quando fala da mentira, fala daquilo que lhe é próprio, porque ele é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8, 44).