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sábado, 1 de agosto de 2015

Evangelho XIX Domingo do Tempo Comum - Ano B - Jo 6, 41-51

comentários ao Evangelho do XIX Domingo do Tempo Comum - Ano B - Jo 6, 41-51

Naquele tempo, 41os judeus começaram a murmurar a respeito de Jesus, porque havia dito: “Eu sou o pão que desceu do céu”.
42Eles comentavam: “Não é este Jesus o filho de José? Não conhecemos seu pai e sua mãe? Como pode então dizer que desceu do céu?”
43Jesus respondeu: “Não murmureis entre vós. 44Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrai. E eu o ressuscitarei no último dia. 45Está escrito nos profetas: ‘Todos serão discípulos de Deus’. Ora, todo aquele que escutou o Pai, e por ele foi instruído, vem a mim. 46Não que alguém já tenha visto o Pai. Só aquele que vem de junto de Deus viu o Pai. 47Em verdade, em verdade vos digo, quem crê, possui a vida eterna.
48Eu sou o pão da vida. 49Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. 50Eis aqui o pão que desce do céu: quem dele comer, nunca morrerá. 51Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo”.
“Eu sou o Pão vivo descido do Céu”
Ao comer do fruto proibido, nossos primeiros pais pecaram e entrou no mundo a morte. Por meio de outro alimento, o “Pão descido do Céu”, foi-nos restituída a vida. Na Eucaristia, o próprio Deus Se oferece ao homem como comida, dando-lhe infinitamente mais do que havia perdido.
Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP
I – Deus se oferece como alimento
Ao tomarmos um primeiro contato com esta passagem do Evangelho de São João, logo nos deparamos com a surpreendente, obstinada e ilógica incredulidade dos contemporâneos de Jesus, em relação à Sua divindade.
Transcorridos dois milênios, talvez nos seja difícil compreender como podia alguém duvidar da divindade de Nosso Senhor ante provas tão evidentes: cura de todo tipo de doenças, libertação de possessões diabólicas, ressurreições e outros milagres assombrosos, entre os quais a mudança da água em vinho, ou a multiplicação de pães e peixes, ocorrida pouco antes do episódio narrado neste Evangelho do 19º Domingo do Tempo Comum.
Como era, então, possível a alguém contestar as claras afirmações dEle a respeito de Sua divindade e desprezar os Seus divinos atributos? O que levava seus contemporâneos a tomar tal atitude?
Quando no homem prepondera a matéria

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Evangelho XVIII Domingo do Tempo Comum – Ano B - Jo 6, 24-35

Conclusão dos comentários ao Evangelho – XVIII Domingo do Tempo Comum – Ano B
Anúncio do verdadeiro Maná
32 Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. 33 Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”.
Nosso Senhor recorre à fórmula do juramento — “em verdade, em verdade” — para dar ênfase às suas palavras. Obcecados, como foi dito acima, em sua visão humana da realidade, eles atribuíam o milagre do maná ao poder de Moisés, que era apenas o mediador entre Deus e o povo eleito.
Ora, Quem lhes daria “o verdadeiro pão do céu” é o mesmo Deus que outrora sustentara com o maná os seus antepassados. E ao dizer “meu Pai”, Jesus faz outra referência à identidade de natureza; portanto, proclama mais uma vez sua divindade.
Num crescendo de explicitação, foi convidando seus ouvintes a reconhecerem n’Ele o Filho de Deus. Era uma preparação para compreenderem o transcendental significado da Eucaristia, que seria instituída na Santa Ceia.
Desejo ainda imperfeito
34 “Então pediram: ‘Senhor, dá-nos sempre desse pão’”.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Evangelho XVIII Domingo do Tempo Comum – Ano B - Jo 6, 24-35

Continuação dos comentários ao Evangelho – XVIII Domingo do Tempo Comum – Ano B

Deus os preparava para o verdadeiro Maná


Mais uma vez, entretanto, o dom de Deus lhes serve para manifestar quão apoucados eram na fé, pois: “Vendo aquilo os filhos de Israel disseram entre si: ‘Que é isto?’. Porque não sabiam o que era. Moisés respondeu-lhes: ‘Isto é o pão que o Senhor vos deu como alimento’” (Ex 16, 15). Apesar disso, durante quarenta anos sem falhar nunca, eles receberam um alimento que continha todos os sabores, ou seja, o maná adquiria no paladar o sabor desejado por quem o consumia (cf. Sb 16, 20-21).
Deus usa esse procedimento durante toda a perambulação do povo no deserto, para acostumá-lo a viver na dependência do Céu, para retificar sua mentalidade excessivamente calculista e pragmática.
E assim, por meio do maná, alimento material, Ele os preparava para o verdadeiro Maná, alimento espiritual descido do Céu que nos proporciona a vida eterna e que nos é anunciado pelo próprio Jesus no Evangelho de hoje. É desta maneira que com uma didática verdadeiramente divina a liturgia vai preparando os espíritos para tratar a respeito da Eucaristia.
“Estais Me procurando porque comestes pão”
“Naquele tempo, 24 quando a multidão viu que Jesus não estava ali, nem os seus discípulos, subiram às barcas e foram à procura de Jesus, em Cafarnaum”.
No dia seguinte, tomado por essas cogitações, a multidão não pensou em outra coisa senão em seguir o Mestre, ávida de saborear mais uma vez aquele pão. Imaginava talvez que Nosso Senhor multiplicaria sempre os pães e os peixes, na esperança de não precisar mais trabalhar para o sustento diário, esquecendo-se da sentença divina: “Comerás o pão com o suor do teu rosto” (Gn 3, 19).
Ora, fora informada de que ao entardecer os discípulos haviam partido de barco rumo a Cafarnaum e depois o Mestre saíra na mesma direção. Desconheciam, entretanto, que Jesus caminhara sobre as águas e Se unira a eles de madrugada (cf. Jo 6, 17-21).
25 “Quando O encontraram no outro lado do mar, perguntaram-Lhe: ‘Rabi, quando chegaste aqui?’. 26 Jesus respondeu: ‘Em verdade, em verdade, Eu vos digo: estais Me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos’”.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Evangelho – XVIII Domingo do Tempo Comum – Ano B - Jo 6, 24-35

Comentários ao Evangelho – XVIII Domingo do Tempo Comum – Ano B

Naquele tempo, 24quando a multidão viu que Jesus não estava ali, nem os seus discípulos, subiram às barcas e foram à procura de Jesus, em Cafarnaum. 25Quando o encontraram no outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Rabi, quando chegaste aqui?”
26Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, eu vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. 27Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com seu selo”.
28Então perguntaram: “Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?” 29Jesus respondeu: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”.
30Eles perguntaram: “Que sinal realizas, para que possamos ver e crer em ti? Que obra fazes? 31Nossos pais comeram o maná no deserto, como está na Escritura: ‘Pão do céu deu-lhes a comer’”. 32Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. 33Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”. 34Então pediram: “Senhor, dá-nos sempre desse pão”.
35Jesus lhes disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”. ( Jo 6, 24-35)

O pedagogo incomparável
Com insuperável didática, utilizando a figura material da multiplicação dos pães, o Divino Mestre prepara o povo para a aceitação do verdadeiro Pão da Vida, anunciado através dos séculos.
Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP

I – Deus educa o povo eleito

Os textos da liturgia do 18º Domingo do Tempo Comum contemplam episódios que, apesar da grande distância cronológica, guardam íntima relação entre si. A primeira leitura, tirada do Livro do Êxodo, relata uma murmuração dos filhos de Israel por causa da escassez de alimento pela qual passavam no deserto. Estado de espírito que revela a ingratidão característica de pessoas de “cabeça dura e coração de pedra” (Ez 2, 4).
Sem dúvida, como facilmente se compreende, muito árdua deveria ser aquela caminhada de um povo inteiro rumo à Terra Prometida. “Os vales eram cada vez mais estreitos; os montes, mais sombrios. E aquela grandiosa paisagem montanhosa — com seus desfiladeiros pelos quais precisavam passar apertados — tornava-se cada vez mais estranha aos israelitas, acostumados às planícies do Baixo Egito. Essa marcha foi penosa em extremo; a alimentação era escassa, e indizíveis as preocupações pelo descanso e por suas mulheres e filhos. Recordaram-se então do Egito, onde as fadigas haviam sido maiores, mas onde contavam pelo menos com o descanso e a comodidade da noite. Apoderou-se deles uma profunda nostalgia”.1
No Egito, apesar da aspereza inerente à escravidão, após a ingrata labuta diária, não lhes faltava comida em casa. Tenhamos presente que, além da abundância de peixes, as cheias regulares do rio Nilo fertilizavam as terras de modo a, já naquela época, possibilitar três colheitas ao ano. E, naturalmente, nas precariedades de uma marcha pelo deserto, não dispunham das mesmas regalias. Agora, em tudo dependiam da Providência, e muitas vezes, pela intercessão de Moisés, a água tinha de ser obtida da rocha... Ou seja, a instabilidade material era completa, devendo eles a todo momento praticar atos de confiança no auxílio divino, em tantas ocasiões contra todas as aparências.

domingo, 26 de julho de 2015

Comentários ao Evangelho – XVIII Domingo do Tempo Comum – Ano B Jo 6, 24-35

Comentários ao Evangelho – XVIII Domingo do Tempo Comum – Ano B  Jo 6, 24-35

Naquele tempo, 24 quando a multidão viu que Jesus não estava ali, nem os seus discípulos, subiram às barcas e foram à procura de Jesus, em Cafarnaum. 25Quando o encontraram no outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Rabi, quando chegaste aqui?”
26 Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, eu vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. 27 Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com seu selo”.
28 Então perguntaram: “Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?” 29 Jesus respondeu: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”.
30 Eles perguntaram: “Que sinal realizas, para que possamos ver e crer em ti? Que obra fazes? 31 Nossos pais comeram o maná no deserto, como está na Escritura: ‘Pão do céu deu-lhes a comer’”. 32 Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. 33 Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”. 34 Então pediram: “Senhor, dá-nos sempre desse pão”.  Jo 6, 24-35
35 Jesus lhes disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”.

O pedagogo incomparável
Com insuperável didática, utilizando a figura material da multiplicação dos pães, o Divino Mestre prepara o povo para a aceitação do verdadeiro Pão da Vida, anunciado através dos séculos.
Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP

I – Deus educa o povo eleito

Os textos da liturgia do 18º Domingo do Tempo Comum contemplam episódios que, apesar da grande distância cronológica, guardam íntima relação entre si. A primeira leitura, tirada do Livro do Êxodo, relata uma murmuração dos filhos de Israel por causa da escassez de alimento pela qual passavam no deserto. Estado de espírito que revela a ingratidão característica de pessoas de “cabeça dura e coração de pedra” (Ez 2, 4).
Sem dúvida, como facilmente se compreende, muito árdua deveria ser aquela caminhada de um povo inteiro rumo à Terra Prometida. “Os vales eram cada vez mais estreitos; os montes, mais sombrios. E aquela grandiosa paisagem montanhosa — com seus desfiladeiros pelos quais precisavam passar apertados — tornava-se cada vez mais estranha aos israelitas, acostumados às planícies do Baixo Egito. Essa marcha foi penosa em extremo; a alimentação era escassa, e indizíveis as preocupações pelo descanso e por suas mulheres e filhos. Recordaram-se então do Egito, onde as fadigas haviam sido maiores, mas onde contavam pelo menos com o descanso e a comodidade da noite. Apoderou-se deles uma profunda nostalgia”.1
No Egito, apesar da aspereza inerente à escravidão, após a ingrata labuta diária, não lhes faltava comida em casa. Tenhamos presente que, além da abundância de peixes, as cheias regulares do rio Nilo fertilizavam as terras de modo a, já naquela época, possibilitar três colheitas ao ano. E, naturalmente, nas precariedades de uma marcha pelo deserto, não dispunham das mesmas regalias. Agora, em tudo dependiam da Providência, e muitas vezes, pela intercessão de Moisés, a água tinha de ser obtida da rocha... Ou seja, a instabilidade material era completa, devendo eles a todo momento praticar atos de confiança no auxílio divino, em tantas ocasiões contra todas as aparências.

Os filhos de Israel se revoltam contra Deus