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segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

III DOMINGO DO ADVENTO (DOMINGO GAUDETE) – ANO B – Jo 1, 6-8. 19-28

COMENTÁRIOS AO EVANGELHO DO III DOMINGO DO ADVENTO (DOMINGO GAUDETE) – ANO B – Jo 1, 6-8. 19-28
6 Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João. Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à Fé por meio dele. 8 Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz.
19 Este foi o testemunho de João, quando os judeus enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para perguntar: “Quem és tu?” 20 João confessou e não negou. Confessou: “Eu não sou o Messias”. 21 Eles perguntaram: “Quem és, então? És tu Elias?” João respondeu: “Não sou”. Eles perguntaram: “Es o Profeta?” Ele respondeu: “Não”. 22 Perguntaram então: “Quem és, afinal? Temos que levar uma resposta para aqueles que nos enviaram. O que dizes de ti mesmo?” 23 João declarou: “Eu sou a voz que grita no deserto: ‘Aplainai o caminho do Senhor” — conforme disse o profeta Isaías. 24 Ora, os que tinham sido enviados pertenciam aos fariseus 25 e perguntaram: “Por que então andas batizando, se não és o Messias, nem Elias, nem o Profeta?” 26 João respondeu: “Eu batizo com água; mas no meio de vós está Aquele que vós não conheceis, 27 que vem depois de mim. Eu não mereço desamarrar a correia de suas sandálias”. 28 Isso aconteceu em Betânia, além do Jordão, onde João estava batizando (Jo I, 6-8. I 9-28).
O SALVADOR: DOS BONS ALEGRIA E DESCONCERTO DOS RUINS
Caixa de texto:
A alegria suscitada pelo iminente nascimento do Redentor é para todos, sem distinção, ou só para aqueles que abrem o coração ao seu amor transformante?

I - ALEGRIA ANTE A IMINENTE VINDA DO SALVADOR
A Igreja, sendo uma instituição divina fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo, que é a Cabeça deste Corpo Místico, possui a própria sabedoria d’Ele e tudo faz com conta, peso e medida. Assim, ela dispõe dois domingos do ano que, em meio à penitência, trazem a alegria: o 39 Domingo do Advento, chamado Domingo Gaudete, e o 49 Domingo da Quaresma, denominado Domingo Lætare.
O primeiro recebe este nome da palavra inicial da Antífona da entrada, extraída da Epístola de São Paulo, Apóstolo, aos Filipenses: “Gaudete in Domino semper: iterum dico, gaudete. Dominus enim prope est — Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos! O Senhor está perto” (4, 4-5).
A perspectiva do término diminui o sofrimento
A experiência de todos aqueles que convivem com pessoas atingidas por qualquer sofrimento, físico ou moral, comprova que este se torna muito mais difícil de suportar pelo fato de elas não saberem quando será o seu término. Ao se receber a garantia de que a dor cessará em determinado momento, grande parte do tormento desaparece. Da mesma forma, sabe-se por estudos científicos que a alegria é causa do prolongamento de nossa existência e, pelo contrário, quando nos deixamos abater pela tristeza a vida se encurta.
Algo análogo se verifica na Liturgia deste Domingo Gaudete — a mais significativa de todo o Advento —, cujo principal objetivo é dar a cada um a vigorosa esperança de que, por fim, nosso Redentor está prestes a nascer e ajudar-nos a compreender com maior profundidade o Vinde, Senhor Jesus! repetido ao longo destas quatro semanas. Hoje transpomos o marco da ascensão penitencial e somos cumulados de alegria na perspectiva da vinda do Esperado de todas as Nações, que quase comemoramos antecipadamente. Em vista disso, a Igreja celebra este domingo com júbilo, flores, instrumentos musicais e paramentos róseos, implorando na Oração do Dia: “dai chegarmos às alegrias da salvação e celebrá-las sempre com intenso júbilo na solene Liturgia”.’

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Comentário ao Evangelho – II Domingo do Advento - Mc 1, 1-8

1 Início do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. 2 Está escrito no Livro do profeta Isaías: ‘Eis que envio meu mensageiro à tua frente, para preparar o teu caminho. 3 Esta é a voz daquele que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas estradas!’.
4 Foi assim que João Batista apareceu no deserto, pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados. 5 Toda a região da Judeia e todos os moradores de Jerusalém iam ao seu encontro. Confessavam seus pecados e João os batizava no rio Jordão. 6 João andava vestido de pelo de camelo e comia gafanhotos e mel do campo. 7 E pregava, dizendo: ‘Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. 8 Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo’” (Mc 1, 1-8).
Fazei penitência!
A vestimenta e os hábitos de São João Batista destoavam muito dos costumes daquela sociedade. O contraste dos homens impuros e gananciosos, com aquela figura reta, simples, eloquente, e que bradava: ‘Fazei penitência!’, deixava as consciências profundamente abaladas.
Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP

I – O mal no universo criado
À medida que progride, vai a ciência desvendando maravilhas insuspeitadas na vastidão sideral. Constantemente se descobrem novos corpos celestes, muitos deles de fulgurante beleza, dispostos em espaços astronômicos fora de qualquer padrão humano, locomovendo-se com velocidades assombrosas numa delicada e sublime harmonia, reflexo da perfeição do Criador.
Se essa constatação nos causa explicável admiração, consideremos que Deus, em sua onipotência, poderia ter criado infinitos universos, com infinitas outras criaturas, e esses infinitos seres estariam em sua presença por toda a eternidade. Dentro de cada um desses mundos, bem saberia Ele como a História se desenvolve a cada instante. Pois, como sublinha São Pedro na Segunda Leitura deste domingo do Advento, “para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos como um dia” (II Pd 3, 8).
É próprio da Providência Divina ordenar os males para o bem
Ora, como conceber que Deus, sendo onipotente e a Bondade em substância, tenha criado este nosso universo onde o pecado pôde se fazer presente já na revolta de Lúcifer, antes da queda de nossos primeiros pais? Por qual razão lhes permitiu Ele a possibilidade de cair? Não teria sido melhor criar uma humanidade incapaz de se deixar arrastar por delírios como a construção da Torre de Babel?
Perguntas como estas afligiram homens de todas as eras, e tornam-se pungentes, sobretudo, em nossos dias tão marcados pelo hedonismo e pela aversão a qualquer sofrimento. Ante elas, cabe lembrar a doutrina de São Tomás de Aquino, segundo a qual “não é incompatível com a bondade divina permitir que haja males nas coisas governadas por Deus”.1

terça-feira, 14 de novembro de 2017

I DOMINGO DO ADVENTO – ANO B

I DOMINGO DO ADVENTO – ANO B
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 33“Cuidado! Ficai atentos, porque não sabeis quando chegará o momento. 34É como um homem que, ao partir para o estrangeiro, deixou sua casa sob a responsabilidade de seus empregados, distribuindo a cada um sua tarefa. E mandou o porteiro ficar vigiando. 35Vigiai, portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem: à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer. 36 Para que não suceda que, vindo de repente, ele vos encontre dormindo. 37O que vos digo, digo a todos: Vigiai!” (Mc 13, 33-37).
As duas vindas de Nosso Senhor
O círculo e o losango são as mais perfeitas figuras geométricas segundo o conceito de São Tomás de Aquino, pois representam o movimento do efeito que retorna à sua causa. Cristo é a mais alta realização dessa simbologia porque, além de ser o princípio de todo o criado, é também o fim último. Daí encontrarmos, tanto no término do ano litúrgico, como em sua abertura, os Evangelhos que transcrevem as revelações de Jesus sobre sua última vinda.
A penitência, na expectativa do Natal
A Igreja não elaborou suas cerimônias através de um planejamento prévio. Organismo sobrenatural como é, nascido do sagrado costado do Redentor e vivificado pelo sopro do Espírito Santo, possui uma vitalidade própria com a qual se desenvolve, cresce e se torna bela, de maneira orgânica. Assim foi-se constituindo o ano litúrgico ao longo dos tempos, em suas mais diversas partes. Em concreto, o Advento surgiu entre os séculos IV e V como uma preparação para o Natal, sintetizando a grande espera dos bons judeus pelo aparecimento do Messias.
À expectativa de um grande acontecimento místico-religioso, corresponde uma atitude penitencial. Por isso os séculos antecedentes ao nascimento do Salvador foram marcados pela dor dos pecados pessoais e do de nossos primeiros pais. Mais marcante ainda se tornou o período anterior à vida pública do Messias: uma voz clamante no deserto convidava todos a pedirem perdão de seus pecados e a se converterem, para que assim fossem endireitados os caminhos do Senhor.

sábado, 3 de junho de 2017

Homilia Pentecostes


Assista a homilia de Mons João Clá Dias sobre a Solenidade de Pentecostes clicando na imagem abaixo.



http://s3.amazonaws.com/video.ae/6/17/00000120-38ea-0736-1b37-7298ceebff64.mp4

quarta-feira, 31 de maio de 2017

Evangelho Solenidade de Pentecostes (Missa do Dia)

Comentários ao Evangelho Solenidade de Pentecostes (Missa do Dia)
19 Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-Se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”. 20 Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor. 21 Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai Me enviou, também Eu vos envio”. 22 E depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. 23 A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes eles lhes serão retidos” (Jo 20, 19-23).


I - A IGREJA POR OCASIÃO DE PENTECOSTES

Oração numa atmosfera de harmonia e concórdia
Como outras tantas festas litúrgicas, Pentecostes nos faz recordar um dos grandes mistérios da fundação da Igreja por Jesus. Encontrava-se ela em estado ainda quase embrionário - alegoricamente, poder-se-ia compará-la a uma menina de tenra idade - reunida em torno da Mãe de Cristo. Ali no Cenáculo, conforme nos descrevem os Atos dos Apóstolos na primeira leitura, passaram-se fenômenos místicos de excelsa magnitude, acompanhados de manifestações sensíveis de ordem natural: ruído como de um vento impetuoso, línguas de fogo, os discípulos exprimindo-se em línguas diversas sem tê-las antes aprendido. A alta significação simbólica do conjunto desses acontecimentos, como de cada um em particular, constituiu matéria para inúmeros e substanciosos comentários de exegetas e teólogos de grande valor, como se torna claro por anteriores observações feitas por nós em artigo publicado em 2002 (1). Hoje, cabe-nos ressaltar outros aspectos de não menor importância correlacionados com a narração feita por São Lucas (At 2, 1-11), para assim melhor entender o Evangelho em questão e, portanto, a própria festividade de Pentecostes.
Enquanto figura exponencial, destaca- se Maria Santíssima, predestinada desde toda a eternidade a ser Mãe de Deus. Dir-se-ia que havia atingido a plenitude máxima de todas as graças e dons, entretanto, em Pentecostes, mais e mais Lhe seria concedido. Assim como fora eleita para o insuperável dom da maternidade divina, cabia-Lhe o tornar-se Mãe do Corpo Místico de Cristo e, tal qual se deu na Encarnação do Verbo, desceu sobre Ela o Espírito Santo, por meio de uma nova e riquíssima efusão de graças, a fim de adorná-La com virtudes e dons próprios e proclamá-La "Mãe da Igreja".

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Evangelho Vigília Pentecostes - Jo 7, 37-39 - Ano A

Comentários ao Evangelho da Missa da Vigília de Pentecostes - Jo 7, 37-39
37 No último dia da festa, o dia mais solene, Jesus, em pé, proclamou em voz alta: Se alguém tem sede, venha a Mim, e beba. 38 Aquele que crê em Mim, conforme diz a Escritura, rios de água viva jorrarão do seu interior”. 39 Jesus falava do Espírito, que deviam receber os que tivessem fé n’Ele; pois ainda não tinha sido dado o Espírito, porque Jesus ainda não tinha sido glorificado (Jo 7, 37-39).
Jesus glorioso nos precede!
A restauração da humanidade corrompida pelo orgulho só é possível por uma generosa efusão do Espírito Santo. A Paixão e consequente glorificação do Homem-Deus a conquistaram para nós.
I - JESUS E MARIA, CENTRO DA CRIAÇÃO
Jesus é a Verdade, a Bondade e a Beleza absolutas e, portanto, a Perfeição. Ele visa, ao agir, o mais elevado e excelente em tudo. Desta forma, o universo — essa magnífica obra dos seis dias preferida por Ele dentre os infinitos mundos possíveis — “não pode ser melhor do que é, se o supomos como constituído pelas coisas atuais, em razão da ordem muito apropriada atribuída às coisas por Deus e em que consiste o bem do universo”,1 comenta São Tomás de Aquino.
Na criação, Nosso Senhor Jesus Cristo é a pedra angular, rejeitada pelos construtores, mas centro da atenção do próprio Deus (cf. I Pd 2, 4-5); pedra em função da qual tudo se estrutura. Com efeito, desde toda a eternidade, na mente divina esteve em primeiro lugar a figura majestosa e insuperável de Cristo, Deus feito Homem e, inseparável dela, a da Santíssima Virgem. Pois, tal é a relação existente entre ambos, que a maioria dos teólogos defende a tese de terem sido Jesus e Maria predestinados num único e mesmo decreto divino.2 Eles são o ponto de referência essencial para a criação de todo o universo. Por isso, pode-se afirmar que tanto um quanto outro estão, em algo, representados em todas as criaturas.

domingo, 28 de maio de 2017

Comentários Visitação de Nossa Senhora a Santa Isabel

Meditação e comentários de Mons João Clá Dias à festa da Visitação de Nossa Senhora

I – Maria nos convida a empreender um caminho …
39Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. 40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. (Lc 1, 39-40). Maria nos dá o exemplo de quanto nós devemos ser sensíveis, o quanto devemos ser flexíveis, o quanto devemos estar prontos para atender as inspirações que Deus põe em nossas almas.
   Quantas e quantas vezes nós, ao longo de nossa vida, temos essas ou aquelas inspirações, temos esses ou aqueles toques interiores da graça, sentimos em nossa alma que devemos empreender um caminho ou então abandonar algo que nos prejudica, que nos leva a ofender a Deus. Quantas vezes sentimos a voz de consciência, ou a própria voz de Deus nos convidando a empreender um caminho…
   Nossa Senhora foi visitar Santa Isabel, não porque pudesse haver qualquer resquício de dúvida sobre o que tinha dito o Anjo, ou então que este a tivesse enganado. Jamais isto teria acontecido. Ela foi visitar a prima porque recebeu uma inspiração de fazê-lo, foi tocada por uma graça, recebendo assim, um impulso em seu interior e obedecendo a este prontamente. Ela põe-se a campo, porque lhe veio ao espírito uma preocupação:
   ‘Minha prima está para dar a luz, não contou nada a ninguém, não haverá quem a ajude, ela não tem filhos, está sozinha, eu preciso ajudá-la. Maria não pensou em si; bateu-se em direção à cidade em que estava Santa Isabel, que era distante de três a quatro dias de caminhada. Certamente acompanhou alguma caravana que por lá passava, pois, viajar sozinho naquela época, era um risco enorme.
   Entretanto, pôs-se em direção para onde? O Evangelho diz:” dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia”.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Homilia Ascensão do Senhor


Assista ao vídeo da homilia de Mons João Clá Dias a respeito da Ascensão do Senhor clicando na imagem abaixo.




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quarta-feira, 24 de maio de 2017

Evangelho VII Domingo da Páscoa – Ano A

Comentários ao Evangelho VII Domingo da Páscoa – Ano A
Naquele tempo, 1 Jesus ergueu os olhos ao Céu e disse: “Pai, chegou a hora. Glorifica o teu Filho, para que o teu Filho Te glorifique a Ti, 2 e, porque Lhe deste poder sobre todo homem, Ele dê a vida eterna a todos aqueles que Lhe confiaste.
3 Ora, a vida eterna é esta: que eles Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e Àquele que Tu enviaste, Jesus Cristo. 4 Eu Te glorifiquei na Terra e levei a termo a obra que Me deste para fazer. 5 E agora, Pai, glorifica-Me junto de Ti, com a glória que Eu tinha junto de Ti antes que o mundo existisse.
6 Manifestei o teu nome aos homens que Tu Me deste do meio do mundo. Eram teus, e Tu os confiaste a Mim, e eles guardaram a tua palavra. 7 Agora eles sabem que tudo quanto Me deste vem de Ti, 8 pois dei-lhes as palavras que Tu Me deste, e eles as acolheram, e reconheceram verdadeiramente que Eu saí de Ti e acreditaram que Tu Me enviaste.
9 Eu Te rogo por eles. Não Te rogo pelo mundo, mas por aqueles que Me deste, porque são teus. 10 Tudo o que é meu é teu e tudo o que é teu é meu. E Eu sou glorificado neles. 11a Já não estou no mundo, mas eles permanecem no mundo, enquanto Eu vou para junto de Ti” (Jo 17, 1-11a).
Uma sublime reciprocidade entre o Filho e o Pai
Assim como Nosso Senhor Jesus Cristo glorificou o Pai ao redimir o mundo, à medida que os homens são evangelizados, recebem a graça e se transformam, Jesus é glorificado neles.
I – Nossa vida se projeta na eternidade
Devido a uma tendência naturalista, muitas vezes somos levados a julgar que o curso dos acontecimentos é determinado exclusivamente por nossa ação, como se Deus, a graça, os Anjos, os demônios e o pecado em nada interferissem ou nem sequer existissem. Todavia, não é esta a realidade. Os fatores sobrenaturais e preternaturais penetram de modo tão profundo a trama da História que são, com frequência, mais importantes que o próprio operar humano.
Se tal é a História, o é a fortiori nossa história individual. Não podemos considerá-la como sendo o mero desenvolvimento de nossas habilidades e dotes naturais, pois, de um lado, Deus sempre nos auxilia; de outro, o demônio, as fraquezas decorrentes do pecado original e nossas faltas nos prejudicam. Isso se acentua ainda mais quando nos dedicamos a trabalhar num campo que toca à Religião. Por aí se entende por que o justo, ao término desta vida, alcança um prêmio desproporcionado às suas boas obras: elas não são fruto de um esforço pessoal apenas, mas de uma aliança de sua natureza com a graça. É em função desta última, conquistada para nós pelo preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, que seremos recompensados.

domingo, 21 de maio de 2017

Evangelho Solenidade da Ascensão do Senhor – Ano A

Comentários ao Evangelho Solenidade da Ascensão do Senhor – Ano A
Naquele tempo, 16 os Onze discípulos foram para a Galileia, ao monte que Jesus lhes tinha indicado. 17 Quando viram Jesus, prostraram-se diante d’Ele. Ainda assim alguns duvidaram. 18 Então Jesus aproximou-Se e falou: “Toda a autoridade Me foi dada no Céu e sobre a terra. 19 Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, 20 e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei! Eis que estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28, 16-20).
I – A hora da partida de Jesus Cristo
   A Igreja celebra na Quinta-feira da 6ª Semana do Tempo Pascal a Solenidade da Ascensão do Senhor, transferida no Brasil para o 7º Domingo da Páscoa, por razões pastorais. Houve épocas em que esta festividade era realizada com grande brilho. Assim como se comemora à meia-noite do dia 24 de dezembro o nascimento do Menino Jesus e às três horas da tarde da Sexta-Feira Santa a sua Morte, a Ascensão o era ao meio-dia. Na Idade Média costumava-se realizar uma procissão para representar o trajeto feito por Nosso Senhor, acompanhado pelos Apóstolos e discípulos, de Jerusalém ao Monte das Oliveiras, de onde Ele ascendeu para junto do Pai (cf. At 1, 12). Durante a Missa, o diácono apagava o Círio Pascal logo após o cântico do Evangelho, simbolizando o último episódio da existência visível do Redentor na terra.
   Hoje, ao contemplarmos sua subida aos Céus, tenhamos presente que Jesus não nos abandonou, mas, pelo contrário, continua conosco, conforme a promessa feita no Evangelho: “Eis que estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo”. E nós, enquanto filhos, também desejamos permanecer com Ele, uma vez que veio a este mundo trazer-nos a participação na sua natureza divina.
II – Quando será restaurado o Reino?

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Homilia VI Domingo da Páscoa

Comentários de Mons João Clá Dias ao Evangelho VI Domingo da Páscoa Jo 14, 15-21.

Assista ao vídeo clicando na imagem.

domingo, 14 de maio de 2017

Evangelho VI Domingo da Páscoa – Ano A

Comentários ao Evangelho VI Domingo da Páscoa – Ano A
"Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 15 ‘Se Me amais, guardareis os meus mandamentos, e Eu rogarei ao Pai, 16 e Ele vos dará um outro Defensor, para que permaneça sempre convosco: 17 o Espírito da Verdade, que o mundo não é capaz de receber, porque não O vê nem O conhece. Vós O conheceis, porque Ele permanece junto de vós e estará dentro de vós. 18 Não vos deixarei órfãos. Eu virei a vós. 19 Pouco tempo ainda, e o mundo não mais Me verá, mas vós Me vereis, porque Eu vivo e vós vivereis. 20 Naquele dia sabereis que Eu estou no meu Pai e vós em Mim e Eu em vós. 21 Quem acolheu os meus mandamentos e os observa, esse Me ama. Ora, quem Me ama, será amado por meu Pai, e Eu o amarei e Me manifestarei a ele'" (Jo 14, 15-21).
O amor íntegro deve ser causa do bem total
Praticar o bem exige cumprir os Mandamentos da Lei de Deus, sem admitir nenhuma concessão ao mal. Ora, a condição para observar os preceitos divinos é a caridade. Como alcançar, então, esse amor íntegro e sem mancha que nos conduz ao bem total?
Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP
I - O Espírito Santo é a alma da Igreja
Maravilhoso é o dom da vida! Tanto nos encantam a inocência e exuberância da criança quanto nos impressiona gravemente a consideração de um corpo humano sem vida. Inerte, encontra-se em estado de violência, de tragédia, dissonante de sua normalidade. Há pouco ainda, notava-se nele como todos os membros e órgãos, tão distintos entre si, entretanto se ordenavam em função da unidade dada pela alma. Ausente esta, o corpo inteiro entra em decomposição.
Fonte de unidade, vida e movimento
Isso que ocorre na natureza humana é imagem de algo muito mais elevado e misterioso: a relação da Igreja com o Espírito Santo. A propósito, esclarece Santo Agostinho: "O que é o nosso espírito, isto é, a nossa alma em relação a nossos membros, assim é o Espírito Santo em relação aos membros de Cristo, ao Corpo de Cristo que é a Igreja".1

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Evangelho V Domingo da Páscoa – Ano A

Comentários ao Evangelho V Domingo da Páscoa – Ano A
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em Mim também. 2 Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, Eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós, 3 e quando Eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que onde Eu estiver estejais também vós. 4 E para onde Eu vou, vós conheceis o caminho”. 5 Tomé disse a Jesus: “Senhor, nós não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” 6 Jesus respondeu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.
Ninguém vai ao Pai senão por Mim. 7 Se vós Me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. E desde agora O conheceis e O vistes”. 8 Disse Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta!” 9 Jesus respondeu: “Há tanto tempo estou convosco, e não Me conheces, Filipe? Quem Me viu, viu o Pai. Como é que tu dizes: ‘Mostra-nos o Pai?’ 10 Não acreditas que Eu estou no Pai e que o Pai está em Mim? As palavras que vos digo, não as digo por Mim mesmo, mas é o Pai, que, permanecendo em Mim, realiza as suas obras. 11 Acreditai-Me: Eu estou no Pai e o Pai está em Mim. Acreditai, ao menos, por causa destas mesmas obras. 12 Em verdade, em verdade vos digo: quem acredita em Mim fará as obras que Eu faço, e fará ainda maiores do que estas. Pois Eu vou para o Pai” (Jo 14, 1-12).
 As dúvidas de alguns ajudam a fé de muitos
As antigas revelações eram conhecidas e abraçadas pelos Apóstolos. Porém, as inovações externadas pelo Senhor ampliaram muito seus horizontes, causando-lhes algumas perplexidades. As dúvidas positivas de Tomé e as ingênuas de Filipe contribuíram para enriquecer ainda mais as novas revelações.
I - "Não se perturbe o vosso coração"
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 1 “Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em Mim também”.
A previsão feita por Jesus a Seus discípulos, sobre a tríplice negação de Pedro, antes de o galo cantar, como também o anúncio da traição que iria ser perpetrada por Judas, foram de molde a perturbar seus corações 1. E por isso afirma Maldonado: Na opinião de todos os autores gregos, esta frase foi dita por Cristo para os Apóstolos não se assustarem demais ao ouvir a previsão a respeito de Pedro (o qual O negaria) e pensarem que eles também, contra a sua vontade, iriam traí- Lo, uma vez que o chefe e mais valente de todos haveria de cair 2. Daí, também, concluírem alguns desses autores constituir esse conselho de Cristo uma prova de Sua divindade, por demonstrar conhecer o pensamento de Seus discípulos.

domingo, 7 de maio de 2017

Homilia 13 de maio

Na festa de Nossa Senhora de Fátima, dia 13 de maio, Mons. João S. Clá Dias comenta as aparições e promessas feitas na Cova da Iria. Assista ao vídeo clicando imagem abaixo.


quinta-feira, 4 de maio de 2017

Eu sou o Caminho a Verdade e a Vida

Evangelho Jo 14,1-6
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 1“Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também. 2Na casa de meu Pai, há muitas moradas. Se assim não fosse, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós, 3e quando eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que onde eu estiver estejais também vós. 4E para onde eu vou, vós conheceis o caminho”.

5Tomé disse a Jesus: “Senhor, nós não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” 6Jesus respondeu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim”.

Assista à homilia de Mons João Clá Dias clicando na imagem abaixo.






http://s3.amazonaws.com/video.ae/6/17/00000121-8981-f199-c13f-d1fd22336d71.mp4

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Homilia Bom Pastor

Jesus é o Bom Pastor, que dá a vida por seu rebanho, que somos nós. A ele devemos nossa salvação. 
Veja a homilia de Mons João Clá Dias clicando na imagem.


sexta-feira, 28 de abril de 2017

Evangelho IV Domingo da Páscoa - Ano A

Comentários ao Evangelho IV Domingo da Páscoa - Ano A
"Naquele tempo, disse Jesus: 1 ‘Em verdade, em verdade vos digo, quem não entra no redil das ovelhas pela porta, mas sobe por outro lugar, é ladrão e assaltante. 2 Quem entra pela porta é o pastor das ovelhas. 3 A esse o porteiro abre, e as ovelhas escutam a sua voz; ele chama as ovelhas pelo nome e as conduz para fora. 4 E, depois de fazer sair todas as que são suas, caminha à sua frente, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz. 5 Mas não seguem um estranho, antes fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos'. 6 Jesus contou-lhes esta parábola, mas eles não entenderam o que Ele queria dizer. 7 Então Jesus continuou: ‘Em verdade, em verdade vos digo, Eu sou a Porta das ovelhas. 8 Todos aqueles que vieram antes de Mim são ladrões e assaltantes, mas as ovelhas não os escutaram. 9 Eu sou a Porta. Quem entrar por Mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem. 10 O ladrão só vem para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância'" (Jo 10, 1-10).
O redil só tem uma Porta
O Céu, fechado para a humanidade depois do pecado original, nos foi aberto para sempre por Aquele que é o Cordeiro, o Bom Pastor e a Porta do redil.
I - Os graus de perfeição na obra da criação
Quem contempla a natureza criada percebe facilmente uma gradação em que verdade, bondade e beleza se tornam mais intensas e nobres à medida que se sobe na escala dessa magnífica obra de Deus.
Basta observar, por exemplo, no reino animal, uma formiga transportando alimento para o formigueiro. Manifesta ela tal tenacidade e retidão no cumprimento de seu objetivo, que se fosse tomada como modelo de disposição para o trabalho, levaria qualquer país à prosperidade. Ou, então, um colibri quando paira no ar e bate as asas com encantadora elegância, de modo tão rápido que nem é possível distingui-las com nitidez. Ou ainda o esquilo, animal tão ordenado que, além de ser monogâmico, é dotado de certo instinto de propriedade pelo qual defende energicamente seu terreno, não permitindo que ninguém o invada.

terça-feira, 25 de abril de 2017

Homilia: Discípulos de Emaús

Os discípulos de Emaús caminham desanimados pela morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, mas Jesus vai operar de modo magnífico em suas almas, reacendendo neles a fé muito abalada.





Veja a continuação da homilia de Mons João Clá Dias  Clicando aqui

sábado, 22 de abril de 2017

Evangelho III Domingo da Páscoa - Ano A

Comentários ao Evangelho III Domingo da Páscoa - Ano A
13 Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para um povoado, chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém. 14 Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido. 15 Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus Se aproximou e começou a caminhar com eles. 16 Os discípulos, porém, estavam como que cegos, e não O reconheceram. 17 Então Jesus perguntou: “O que ides conversando pelo caminho?” Eles pararam, com o rosto triste, 18 e um deles, chamado Cléofas, Lhe disse: “Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias?” 19 Ele perguntou: “O que foi?” Os discípulos responderam: “O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um Profeta poderoso em obras e em palavras, diante de Deus e diante de todo o povo. 20 Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes O entregaram para ser condenado à morte e O crucificaram. 21 Nós esperávamos que Ele fosse libertar Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que todas estas coisas aconteceram! 22 É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo 23 e não encontraram o Corpo d’Ele. Então voltaram, dizendo que tinham visto Anjos e que estes afirmaram que Jesus está vivo. 24 Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A Ele, porém, ninguém O viu”. 25 Então Jesus lhes disse: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! 26 Será que Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?” 27 E, começando por Moisés e passando pelos profetas, explicava aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito d’Ele. 28 Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de conta que ia mais adiante. 29 Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” Jesus entrou para ficar com eles. 30 Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o, e lhes distribuía. 31 Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles.
32 Então um disse ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração quando Ele nos falava pelo caminho, e nos explicava as Escrituras?” 33 Naquela mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém onde encontraram os Onze reunidos com os outros.
34 E estes confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” 35 Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão (Lc 24, 13-35).
Um dos mais belos convívios da História
A acolhida afetuosa dos dois discípulos, o grande respeito dos três interlocutores entre si, a elevação do tema tratado, o tônus da conversa e, sobretudo, a delicadeza e a didática de Jesus fazem desta passagem evangélica um dos mais belos episódios do relacionamento humano.
I - INTRODUÇÃO: O INSTINTO DE SOCIABILIDADE
Jesus, exemplo do equilíbrio dos instintos
Desde o primeiro instante de nossa criação, Deus dotou-nos de instintos. Eram eles ordenados sob os influxos do dom de integridade até o momento em que Adão e Eva pecaram. A partir de então, só com auxílio da graça nos é possível utilizar cada um deles de acordo com a Lei de Deus, de maneira estável.
Um dos mais excelentes entre todos é o instinto de sociabilidade, e talvez até, por isso mesmo, um dos mais perigosos fora da atmosfera sobrenatural. Daí ter afirmado Sêneca: "Quanto mais vezes estive entre os homens, menos homem retornei" ; e Thomas Hobes: "O homem é um lobo para outro homem". Sim, o extremo de horrores a que podem chegar os homens no seu relacionamento à base do egoísmo é simplesmente inimaginável e assustador.
Mas, se mal conduzido esse instinto, os resultados podem vir a ser catastróficos, no extremo oposto assistimos às maravilhas da graça atuando sobre o convívio humano e enriquecendo qualquer hagiografia, a começar pela do Varão por excelência, o Filho do Homem.

terça-feira, 18 de abril de 2017

EVANGELHO II DOMINGO DA PÁSCOA – ANO A

COMENTÁRIOS AO EVANGELHO II DOMINGO DA PÁSCOA – ANO A 
9 Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo -Se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”.
20 Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se a alegraram por verem o Senhor.
21 Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai Me enviou, também vos envio”. 22 E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. 23 A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem os não perdoardes, eles lhes serão retidos”.
24 Tomé, chamado Dídimo, que era um dos Doze, não estava com eles quando Jesus veio. 25 Os outros discípulos contaram-lhe depois: “Vimos o Senhor!” Mas Tomé disse-lhes: “Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei”.
26 Oito dias depois, encontravam-se os discípulos novamente reunidos em casa, e Tomé estava com eles. Estando fechadas as portas, Jesus entrou, pôs-Se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”.
27 Depois disse a Tomé: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel”. 28 Tomé respondeu “Meu Senhor e meu Deus!” 29 Jesus lhe disse: “Acreditaste, por que Me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!”
30 Jesus realizou muitos outros sinais diante dos discípulos, que não estão escritos neste livro. 31 Mas estes foram escritos para que acrediteis que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome (Jo 20, 19-31).
A bem-aventurança de crer no testemunho da Igreja
São Tomé não acreditou em São Pedro e nos demais Apóstolos quando lhe anunciaram a Ressurreição do Senhor. Nós somos convidados a adquirir a bem-aventurança, crendo no que a Igreja nos ensina.
I- A PRIMEIRA APARIÇÃO DE JESUS AO COLÉGIO APOSTÓLICO
Nosso Senhor Jesus Cristo, se quisesse, poderia ter ascendido aos Céus imediatamente após a Ressurreição. Entretanto, tal é o seu empenho em nos salvar que quis permanecer ainda quarenta dias na Terra, manifestando-Se em várias ocasiões a numerosas testemunhas, para deixar patente sua vitória sobre a morte e demonstrar ser Ele a garantia de nossa ressurreição. Com efeito, todos nós abandonaremos esta vida — uns antes, outros depois —, mas a Fé nos dá a certeza de que, se morrermos na graça de Deus, um dia nos congregaremos no Vale de Josafá (cf. Jl 4, 2), à direita do Supremo Juiz, e, tendo retomado nossos corpos em estado glorioso, subiremos “ao encontro do Senhor nos ares” (I Ts 4, 17), para com Ele habitarmos no Paraíso Celeste, O penhor dessa realidade futura está presente de modo especial no Evangelho proposto pela Igreja para este domingo de encerramento da Oitava da Páscoa.
Um fator providencial: o medo
19 Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou...
O Evangelho se abre com um episódio ocorrido no próprio dia da Ressurreição. Desde a aurora haviam se sucedido umas às outras as notícias sobre as aparições do Senhor e, embora os Apóstolos não lhes tivessem dado crédito, São Pedro e São João haviam constatado estar vazio o sepulcro (cf. Jo 20, 3-8). Ao cair da tarde, ainda os encontramos reunidos no Cenáculo. Temerosos de que os judeus viessem à sua procura e os levassem para a prisão, fecharam bem todas as portas do local. Não obstante, enquanto conversavam — talvez em voz baixa, receosos das ameaças que sobre eles pairavam —, de repente, “Jesus entrou”.

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Evangelho Domingo da Páscoa na Ressurreição do Senhor – Ano A

Comentários ao Evangelho Domingo da Páscoa na Ressurreição do Senhor – Ano A
1 No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo. 2
Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde O colocaram”. 3 Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. 4 Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. 5 Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou.
6 Chegou depois Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão 7 e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. 8 Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu, e acreditou. 9 De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual Ele devia ressuscitar dos mortos (Jo 20, 1-9).
Uma mulher precedeu os evangelistas
Para comunicar aos Apóstolos a primeira e fundamental verdade do Evangelho, Deus não escolheu um Anjo e nem sequer um homem. Foi Maria Madalena o arauto da Boa-nova da Ressurreição do Senhor.
I – Vitória de Cristo sobre a morte
“Eis o meu Filho muito amado, em quem pus toda a minha afeição…” (Mt 17, 5). Seria suficiente esse amor infinito do Pai pelo Seu Unigênito para que operasse Sua ressurreição, porém, ademais concorreu para tal o brilho da justiça divina, conforme São Tomás de Aquino: “A esta pertence exaltar os que se humilham por causa de Deus, conforme diz Lucas (1, 52): “Destronou os poderosos e exaltou os humildes”. E já que Cristo, por seu amor e obediência a Deus, se humilhou até a morte de cruz, era preciso que Ele fosse exaltado por Deus até a ressurreição gloriosa” 1.
Tomados de adoração, uma vez mais foi-nos possível acompanhar liturgicamente ao longo da Semana da Paixão, o quanto a morte teve uma aparente vitória no Calvário. Todos que por ali passavam podiam constatar a “derrota” de Quem tanto poder havia manifestado não só nas incontáveis curas por Ele operadas, como também em Seu caminhar sobre as águas ou nas duas vezes que multiplicou os pães.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Evangelho Vigília Pascal na Noite Santa – Ano A

Comentários ao Evangelho da Vigília Pascal na Noite Santa – Ano A
1 "Depois do sábado, ao amanhecer do primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. 2 De repente, houve um grande tremor de terra: o Anjo do Senhor desceu do Céu e, aproximando-se, retirou a pedra e sentou-se nela. 3 Sua aparência era como um relâmpago, e suas vestes eram brancas como a neve. 4 Os guardas ficaram com tanto medo do Anjo, que tremeram, e ficaram como mortos. 5 Então o Anjo disse às mulheres: ‘Não tenhais medo! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. 6 Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito! Vinde ver o lugar em que Ele estava. 7 Ide depressa contar aos discípulos que Ele ressuscitou dos mortos, e que vai à vossa frente para a Galileia. Lá vós O vereis. É o que tenho a dizer-vos'. 8 As mulheres partiram depressa do sepulcro. Estavam com medo, mas correram com grande alegria, para dar a notícia aos discípulos. 9 De repente, Jesus foi ao encontro delas, e disse: ‘Alegrai-vos!'. As mulheres aproximaram-se, e prostraram-se diante de Jesus, abraçando seus pés. 10 Então Jesus disse a elas: ‘Não tenhais medo. Ide anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galileia. Lá eles Me verão'" (Mt 28, 1-10).
O prêmio concedido aos que mais amam
Na manhã de domingo as mulheres acorreram ao sepulcro para prestar as últimas homenagens ao Corpo do Senhor. E o próprio Jesus, desejando recompensá-las, foi ao seu encontro anunciar as alegrias da Páscoa.
I - A primeira Páscoa
A origem da Solenidade da Páscoa remonta ao Antigo Testamento, quando os israelitas saíram da escravidão do Egito após quatro séculos de cativeiro. Depois de ter infligido diversos castigos aos egípcios com o intuito de persuadi-los a deixar partir o seu povo, como o Faraó não se comovesse Deus determinou que um Anjo exterminador ceifasse a vida de todos os primogênitos do país, dos homens e até dos animais. Entretanto, não permitiu que os descendentes de Abraão fossem atingidos. Determinou que os marcos e as travessas das portas das casas fossem assinalados com o sangue do cordeiro consumido na ceia daquela noite, a fim de serem poupados (cf. Ex 12, 12-13). Tão terrível foi a execução, que não só as autoridades consentiram na saída dos filhos de Israel, como também a população o suplicou, reconhecendo haver um fator sobre-humano nesses acontecimentos. Os hebreus puseram-se em marcha sem demora, rumo ao Mar Vermelho, o qual se abriu milagrosamente, possibilitando-lhes a travessia a pé enxuto (cf. Ex 14, 21-22).
Este episódio de grande importância na História da salvação chamou-se Páscoa, que quer dizer passagem, isto é, o Senhor passou adiante e não feriu os hebreus, possibilitando-lhes o acesso à almejada liberdade social e política. Para perpetuar a lembrança desse acontecimento, Ele ordenou sua comemoração anual, como está descrito no Livro do Êxodo: "essa mesma noite é uma vigília a ser celebrada de geração em geração por todos os israelitas, em honra do Senhor. [...] Conservareis a memória deste dia, em que saístes do Egito, da casa da servidão, porque foi pelo poder de sua mão que o Senhor vos fez sair deste lugar" (12, 42; 13, 3).