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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Comentários ao Evangelho II DOMINGO DO ADVENTO - Ano C - Lc 3, 1-6

Continuação dos posts anteriores  Final
Deus deve estar no centro da vida do homem
6 “‘E todas as pessoas verão a salvação de Deus”.
Estas palavras finais são muito exatas, não só para significar a universalidade da missão de Nosso Senhor, como também a atitude dos homens em relação a Ele, livres que são para aceitá-Lo ou rejeitá-Lo e, em vista disso, obter a salvação ou a perdição eterna. Daí a razão de São João não dizer que todos se salvarão, mas sim que todos verão a salvação, como comenta o padre Duquesne: “O Salvador, enviado de Deus, veio para todos os homens e foi anunciado a todos os homens; nem todos, entretanto, O reconheceram e O seguiram. Mas dia virá em que todos O verão como seu Juiz”.18
Finalmente, voltando ao problema da felicidade, ao qual nos referíamos no início, podemos ver a conversão pregada pelo Precursor como um farol seguro a iluminar o percurso para lograr o êxito na busca desse tesouro desejado por todos nós, pois o objetivo de cada um de seus ensinamentos se reduz a um só: fazer o homem viver em função de Deus e não de si mesmo.
DEUS NOS LEVARÁ ATÉ O FIM
O Evangelho deste 2 Domingo do Advento, ao mostrar-nos a estreita relação entre a conversão e a felicidade, propõe a cada um de nós um desafio. De um lado, compreendemos a necessidade de pôr em prática as admoestações de São João Batista, reformando-nos espiritualmente. De outro, pesam-nos as consequências do pecado original e de nossos pecados atuais, e vemos quão incapazes somos de levar a cabo uma reforma interior sem a força da graça de Deus. Não conseguimos sequer fazer digna penitência por nossas faltas! E o desafio da santidade, diante do qual se encontra todo cristão. Cabe a nós nunca desanimar a meio caminho, mas crer com fé robusta que Ele, tendo começado em nós essa boa obra, a levará à perfeição, conforme escreve São Paulo aos Filipenses no trecho escolhido para a leitura deste domingo (cf. Fi 1, 6). Tal obra se inicia com o Batismo, quando Deus introduz na alma a graça, fazendo-a participar da vida divina. Conferida como uma semente, deve ela se desenvolver durante toda a existência, “até alcançar em cada um de nós a plenitude que corresponda ao grau de nossa predestinação em Cristo”.19
Existem obstáculos, entretanto, que impedem seu desenvolvimento... São os montes, vales e demais sinuosidades colocadas pelo próprio homem no terreno de sua alma, onde a graça deveria crescer, O desejo de remover tais empecilhos, o emprego de todos os meios a nosso alcance para eliminá-los e, sobretudo, a confiança na onipotência divina são a contribuição que a Providência espera de nós nessa obra de perfeição, cujo Autor e Consumador é o próprio Deus.
Como alento de nossa esperança, voltemos nosso olhar a Nossa Senhora, Auxílio dos Cristãos, que a cada instante intercede por nós junto a seu Divino Filho. Todos os dons por nós recebidos nos foram alcançados por sua mediação. Ora, “Ela não pode ser a Senhora das obras inacabadas. Ela é a Senhora das construções terminadas, das grandes obras levadas a termo”,2° afirma com unção o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Resta-nos, portanto, abandonarmo-nos aos maternais cuidados de Maria Santíssima, certos de que Ela mesma Se encarregará de conduzir à plenitude este ousado empreendimento de nos fazer perfeitos assim como o Pai celeste é perfeito (cf. Mt 5, 48).

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