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terça-feira, 22 de abril de 2014

EVANGELHO II DOMINGO DA PÁSCOA – ANO A – Jo 20, 19-31

CONTINUAÇÃO DOS COMENTÁRIOS AO EVANGELHO II DOMINGO DA PÁSCOA – ANO A – Jo 20, 19-31
Os Apóstolos comprovam a ressurreição
20 Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor.
Às primeiras impressões suscitadas pela aparição de Cristo logo sucedeu um afetuoso convívio com os Apóstolos, que puderam vê-Lo de perto e inclusive tocá-Lo, como se deduz do texto de São Lucas, que registra as palavras do Divino Ressuscitado: “apalpai e vede: um espírito não tem carne nem ossos” (Lc 24, 39). Desta forma, Ele os constituiu testemunhas de sua Ressurreição. E, para que isto fosse completamente fidedigno, apresentou-lhes as mãos com as marcas dos cravos e afastou um pouco a túnica para lhes mostrar o lado transpassado. Eis a que extremos o Divino Redentor chega por amor aos seus!
Compreende-se que São João faça constar o quanto os discípulos se alegraram com isso. Haviam-se dissipado todas as inquietações, graças à paz infundida por Jesus, sem a qual não teriam desfrutado o imenso dom que Ele lhes oferecia ao manifestar-Se.
Vemos ainda acentuada a necessidade de nunca abandonarmos o espírito contemplativo quer estejamos em meio às atividades, quer enfrentando um drama, quer nas ocasiões de júbilo , bem como a importância de vigiarmos sempre para impedir que nossas más inclinações nos dominem, roubando-nos a paz. No temor, na dor ou na confusão, na euforia, no entusiasmo ou na consolação, nunca devemos perder a paz! Nisto consiste o estado de santidade.
A missão de Jesus continua na Igreja
21 Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai Me enviou, também Eu vos envio”.
Uma vez mais, Nosso Senhor Jesus Cristo lhes recomenda a paz, e depois pronuncia estas palavras simples e sintéticas, mas profundas, dando caráter de oficialidade à missão apostólica. Com que objetivo o Pai enviou Jesus ao mundo? Para salvar os homens, revelando, ensinando, perdoando e santificando, e é esta a missão que o Redentor transfere aos Apóstolos reunidos em plenário, já no primeiro encontro posterior à sua Ressurreição. Tal é a função da Igreja, de modo particular dos que são chamados ao ministério sacerdotal, mas também de todo apóstolo: quanto lhes seja possível, têm obrigação de instruir nas verdades da Fé e encaminhar para o perdão, promovendo a santificação das almas pelo exemplo e pela palavra.
O Sacramento da reconciliação
22 E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. 23A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem os não perdoardes, eles lhes serão retidos”.

A seguir Jesus soprou sobre eles e cabe supor que para isso tenha enchido vigorosamente seus divinos pulmões. Ou seja, Ele quis simbolizar com um ato humano o que expressou com as palavras “recebei o Espírito Santo”, a fim de, estimulados na sensibilidade, melhor compreenderem o que se passava naquele momento: uma verdadeira efusão do Paráclito, embora ainda não em plenitude e com a solenidade que se verificaria mais tarde, em Pentecostes, pois só então lhes seriam infundidos todos os seus dons, O Filho de Deus lhes conferia o poder de perdoar os pecados, deixando a seu encargo “o principado do supremo juízo, para que, fazendo as vezes de Deus, a uns retenham os pecados e os perdoem a outros”.5 De fato, sem a assistência do Espírito Santo não é possível exercer missão tão elevada, pois o confessor deve tratar cada alma tal como Jesus o faria, sabendo discernir as disposições do penitente, dar-lhe o conselho adequado e estimulá-lo ao sincero arrependimento de suas faltas.
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